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Fichamento: "Controle da erosão", IWASA, FENDRICH, ALMEIDA FILHO

Por:   •  8/5/2019  •  Dissertação  •  2.441 Palavras (10 Páginas)  •  93 Visualizações

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UFABC - Fundamentos de Geologia para Engenharia

Profº: Fernando Rocha Nogueira

Aluno: Luan Durazzo (RA11201722239)

Fichamento: “Controle de Erosão”

        A erosão é considerada um dos maiores riscos naturais, ocasionando em grandes danos econômicos, ambientais e sociais. É um risco porque em dados momentos aumenta a probabilidade dele ocorrer. Ocorre naturalmente no ambiente embora suas causas correspondam a atividades antrópicas devido ao mau uso do solo. A erosão laminar, de percepção difícil e que elimina os horizontes mais férteis do solo já foi responsável pela decadência de áreas agrícolas. A erosão não é novidade, antigamente, os chineses já empregavam a técnica de agricultura em tabuleiros para prevenir-se de sua ação. A erosão se dá de diversas maneiras, como erosão eólica (movimentação de areias no deserto), erosão glacial (ação da movimentação de geleiras) e erosão hídrica, sob a ação das chuvas.

        Os primeiros registros expressivos de erosão no Brasil foram nas regiões Sul e Sudeste nos anos 60 e 80, respectivamente, coincidindo com o período de urbanização e colonização das regiões, principalmente devido a áreas de agricultura e implantação de rodovias e ferrovias. O principal processo erosivo que ocorre é o linear, formando ravinas (sulcos) ou boçorocas (voçorocas), devido principalmente o acumulo de água e escoamento superficial, agindo principalmente sobre talvegues sem vegetação ou sistema de drenagem e assentamentos sobre formação arenítica.

Conceitos de Erosão

A erosão é separa em fundamentalmente 2 classes: erosão laminar ou erosão linear. A erosão laminar tem sido objeto de estudo da Agronomia devido seu potencial de perda da produtividade agrícola. No campo da Geologia e Engenharia Ambiental o objeto de estudo é a erosão linear, devido sua ação aos solos urbanos, manifestando-se principalmente como ravinas ou boçorocas. Ambas são erosões lineares altamente destrutivas que se ampliam rapidamente, formando grandes cavidades, buracos ou grotões.

Conceituar as diferenças entre o comportamento entre as 2 classes de erosões (laminar ou linear) é importante pois cada uma delas tem suas próprias soluções de engenharia. Uma ravina é um canal resultante do escoamento superficial, já a boçoroca é um canal resultante tanto da ação do escoamento superficial quanto do lençol freático.

Ravinas – destacamento e transporte de solo devido ação de enxurrada ou escoamento superficial concentrado. Também chamada de runoff, que designa o coeficiente do escoamento superficial. De forma alongada, mais compridas que largas e raramente ramificadas. O Deslocamento da água provoca erosões e posteriormente deslizamento lateral nos taludes.

Boçoroca – Acentuada pela erosão antrópica, é formada de forma gradual, iniciando-se com uma erosão laminar, passando em sulcos e ravinas, até atingir o lençol freático já em maiores profundidades. Frequentemente pode acarretar na formação de pipings.

Piping – É considerado o processo mais importante, e se origina da evolução da boçoroca. Ocorre devido ao arraste de partículas no interior no maciço devido a força do regime turbulento ao atingir descontinuidades. Também é conhecido como erosão interna regressiva, formando espaços vazios susceptíveis a colapsos e deslizamentos laterais.

O desenvolvimento de ravinas e boçorocas indicam sinais de instabilidade dos sistemas geomorfológicos sendo que o escoamento das águas deve ser levado em conta na concepção de obras civis, já que o fenômeno pode ser a causa da ruína precoce dessas mesmas obras. A diferença entre os 2 fenômenos deve ser considerada na concepção de projetos de estabilização e contenção.  

Erosão urbana X Erosão rural

Erosão Urbana:

O uso do solo urbano se diferencia do uso do solo rural. Na área urbana as condições hidrológicas já modificadas devido ao desmatamento, são ainda mais alteradas devido a impermeabilização do solo e presença de telhados, concentrando o lançamento de águas pluviais nas cabeceiras de drenagem e retidas em encostas, favorecendo o desencadeamento de processos erosivos. Representam grande risco à comunidade, ameaçando habitações e infraestrutura pública, sendo fator condicionante na expansão urbana. As erosões urbanas se apresentam comumente na forma de sulcos e ravinas nas vias publicas e áreas periféricas, e mais intensamente como boçorocas nas cabeceiras de drenagem e embaciados em encostas, onde as galerias de lançamento de águas pluviais não são capazes de dispersar a energia da água que chega.

Podemos listar as principais causas de desencadeamento e evolução dos processos erosivos em áreas urbanas:

- Loteamentos populares ou conjuntos habitacionais com sistemas de drenagem inexistente ou insuficiente.

- Sistema viário inadequado, com ruas perpendiculares as curvas de nível e ausência de pavimentação, guias e sarjetas.

- Expansão urbana desenfreada, aprovação de obras em áreas não apropriadas sob o ponto de vista geotécnico, com diversas consequências.

Sendo que os sedimentos provenientes das erosões provocam assoreamento e eutrofização dos cursos de água e reservatórios de abastecimento ou de retenção de águas pluviais (piscinões).

        A ocupação intensiva no entorno de ocorrências erosivas aceleradas aumenta os riscos de acidentes geotécnicos. A situação pode ser agravada devido a tentativa de contenção da erosão, como contenção com entulho e resíduos, que além de não controlar a erosão provocam contaminação de mananciais superficiais e subterrâneos. Além do custo de obras de controle e recuperação de erosão urbana, existe pouca ação a respeito de introdução de medidas preventivas nas fases de planejamento e implantação dos empreendimentos.

Erosão Rural:

        Nas áreas rurais, a erosão ocorre devido a recentes mudanças de uso e ocupação das terras, passando de matas virgens para pastagens ou áreas para agricultura. A erosão por sulcos ou ravinas são predominantes. Do tipo laminar (ou linear), ocorre em pastagens e áreas de cultura no período entre safras, devido a exposição do solo. De difícil percepção, sua intensidade destrutiva se apresenta em médio prazo, quando a correção do solo passa a ser mais onerosa para os agricultores. Ao atingir diretamente o solo, as águas da chuva provocam a desagregação de partículas e podem carreá-las devido a velocidade do escoamento. Suas principais causas são:

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