Fundações Profundas

Nome: Rafael Miari Cunha

Curso: Engenharia Civil

Data: 26/09/2017

Disciplina: Desenho Aplicado

RESENHA SOBRE PROJETOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 1996.

1. CREDENCIAIS DOS AUTORES

A padronização de produtos e serviços asseguram as características desejáveis como qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência, intercambialidade, bem como respeito ambiental. Para que este processo ocorra com a lisura e qualidade esperados, foi criada em 1940 a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), órgão responsável pela criação, atualização e regulamentação desses procedimentos e produtos através das Normas Brasileiras (NBR).

A NBR 6122/1996, fixa as condições básicas a serem observadas no projeto e execução de fundações de edificações. Mais precisamente nesta resenha, apresentaremos as fundações profundas, alternativa de sustentação da obra com a finalidade de transferir o peso do conjunto estrutural ao solo.

1. RESUMO DA OBRA

As fundações são consideradas profundas quando atingem mais de três metros de profundidade e possuem sua profundidade de assentamento maior que o dobro da menor dimensão em planta do elemento de fundação. Integram este tipo de fundação os seguintes elementos: estaca, tubulão ou caixão.

        Para a elaboração de um projeto de fundação, são levados em conta uma série de fatores cruciais para que o elemento atenda de forma segura e econômica à sua finalidade. Dentre estes fatores estão: a investigação geotécnica, realizada através de sondagens e análises de um especialista em solo; análises físico-químicas das águas do sub-solo (caso ocorram); dados das estruturas como o tipo de uso, sistema estrutural empregado, cargas e ações que incidem sobre as fundações (ações permanentes, variáveis e excepcionais).

As fundações profundas do tipo estaca são subdividas em pré-moldadas e moldadas in-loco. Representantes das estacas pré-moldades estão as estacas de madeira, de aço e concreto. Já as estacas moldadas in-loco são representadas pelas, além dos tubulões, estacas tipo broca, estacas tipo Franki, estaca tipo Strauss, estacas Hélice Contínua, ou estacas tipo Raiz.

Para que seja possível determinar qual tipo de fundação será mais indicada para a execução obra, se faz necessária a análise do terreno, qual o tipo de solo constituinte, qual grandeza de carga que a fundação deverá suportar, no intuito de proporcionar um planejamento e análise de todas as alternativas viáveis ao empreendimento.

        O procedimento de execução da fundação de um empreendimento inicia-se preliminarmente através de uma pré-sondagem no terreno com a finalidade de se verificar a viabilidade de execução do tipo de fundação pretendida. Comprovada a viabilidade do solo para a fundação escolhida, se faz necessária uma sondagem completa para embasar o desenvolvimento do projeto executivo de fundação. O método de sondagem comumente utilizado é a SPT, que consiste em um amostrador padrão suspenso por um trado, utilizado para cravação no solo em três segmentos de 15 centímetros. A resistência do solo é obtida a partir do número de golpes necessários para vencer os 45 centímetros de cravamento do trado no solo e a análise tátil e visual das diferentes camadas do solo se faz com a camada de solo retirada pelo cravamento do trado. Vale ressaltar que a escolhas dos pontos de sondagem é de extrema importância para o desenvolvimento do projeto de fundação, que devem ser definidos pelo consultor de solos especializado nesta especialidade. Preferencialmente estes pontos devem estar próximos às projeções das edificações a serem executadas, principalmente nos pontos de maior concentração de carga, sendo que para edificações de grande porte, efetuar a locação dos furos dos trados no meio do bloco. Para se evitar o alinhamento dos locais de sondagem, os furos de execução das sondagens devem estar distantes entre si em aproximadamente 15 a 30 metros.

        Com o embasamento da sondagem realizada, se faz necessário o a análise do projeto planialtimétrico, das informações de taludes e encostas e dos dados sobre erosão, pois estes fatores influenciam diretamente no tipo de fundação a ser utilizada no projeto de fundação profunda a ser executado.

        O projeto estrutural também deve ser levado em consideração na elaboração do projeto de fundação, pois o tipo de estrutura influencia diretamente na fundação a ser executada no empreendimento. A finalidade do empreendimento, ou seja, edificação com uso que exigem grandes esforços como as Bibliotecas, Hospitais, Centros de Convenção, dentre outros, também influencia diretamente na escolha da fundação a ser executada, visto que os equipamentos e a população fixa e flutuante, exigem mais trabalho da fundação que edificações residenciais.

Outro ponto importante é a análise das fundações das edificações do entorno do empreendimento já que a existência de subsolos e diferentes tipos de fundações existentes necessitam de perícias para garantir a segurança tanto do empreendimento a ser executado quanto para as edificações que se encontram em sua imediação. Um exemplo de fundação das edificações vizinhas que podem interferir na escolha da fundação do empreendimento é a estaca tipo Frank, que na sua execução produzem grandes deslocamentos de solo e vibrações que podem contribuir negativamente nas fundações das construções vizinhas.

        Durante os anos de uso da edificação, alguns problemas podem vir a afetar a resistência do solo, acarretados por vazamentos de caixas de esgoto e rompimentos de tubulações de água. Diante disso, as fundações devem ser elaboradas prevendo a resistência necessária para a suportar possíveis recalques e colapsos do solo.

As fundações profundas se diferem das rasas ou superficiais por contarem com elementos intermediários, tais como os lajões estaqueados, para transmitira as cargas dos pilares e/ou alvenaria até as fundações propriamente ditas. Quando se opta por lajão estaqueado, as tubulações das instalações prediais podem ser implantadas abaixo do lajão Entretanto para a manutenção dessas tubulações é necessário quebrar o lajão, gerando custos e o tornando economicamente menos atrativo para o empreendimento. O lajão estaqueado, com a fiada zero, torna a manutenção das instalações prediais menos custoso pelo fato de que a mesma não estará passando sob o lajão estaqueado, eliminando a necessidade de quebrar a estrutura principal.