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História da ética

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Por:   •  25/10/2013  •  Projeto de pesquisa  •  9.777 Palavras (40 Páginas)  •  265 Visualizações

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Introdução

O senso comum propaga que nos dias em que vivemos não existem mais tantas pessoas crédulas pelos princípios ético-morais, pelas circunstâncias que levam os homens nas condições da sociedade contemporânea, a compreensão da conduta humana no contexto de um mundo em transformação é marcada pelo estreitamento das relações de mercado e pelo impacto da Revolução Tecnológica e da Era da Informação.

Na falta de conduta, é natural que cada organizacao construa suas próprias voltadas para os seus interesses. Ética e moral sao fenômenos sociológicos amplamente conhecidos. A razão disso, entre outras, se deve a fatores que demonstram o quanto os agentes sociais ficam expostos a ações sem idoneidade, ou de suspeição, ou mesmo de mecanismos sociais e econômicos que seduzem à corrupção. Isto vem demonstrando o quanto nossas instituições públicas e privadas, bem como empresas de variadas espécies, são colocadas diante do crivo da avaliação por membros externos e internos, no que remete à aceitação ou aos desvios das normas consideradas como padrões sociais de condutas morais e éticas. De fato, em contextos de competições aguçados pela falta de empregos, pela ganância do lucro imediato, pela questão do poder econômico, e pelas condições “sufocantes” da economia e da necessidade de negociar com agentes que nem sempre se pautam pelas exigências éticas, enfim, podemos dizer que em várias situações a consciência dos administradores pode ser sempre colocada à prova.

O assunto não tem deixado de fora o problema da ética e suas exigências pela boa conduta, e nem a difícil reconciliação destas exigências no mundo do mercado. Os conflitos se dão quando os administradores se vêem encurralados pelas necessidades do mercado e a conseqüência que certas decisões podem causar na vida de quem participa da organização empresarial, sejam por meio dos seus membros diretos como empregados, fornecedores, outras empresas que mantêm relações comerciais, empresários; ou indiretos, tais como clientes, e a sociedade beneficiada por determinado produto.

História da ética

Na sociedade e cultura contemporânea, a questão da Ética voltou a ser central. Fala-se "do crescente interesse adquirido nos últimos anos pela Filosofia prática - Ética e Política -”. Fala-se que a Ética "assume o primeiro plano no debate filosófico e político do nosso tempo”. Fala-se da "necessidade cultural de Ética"; do "retorno à Ética"; das "tendências e ambigüidades de tal fenômeno". Fala-se, também, da "emergência da Ética"; "do renascimento da Ética"; "da urgência da reflexão ética"; "da atenção com a qual são considerados e discutidos os problemas éticos", que "envolvem a vida e a qualidade da vida das gerações presentes e futuras". Fala-se, ainda, da "necessidade de uma Ética mundial" e de "uma Ética ecumênica em vista da sobrevivência humana". Enfim, pergunta-se: "como pensar a Ética a partir das contradições de um mundo que produz uma ciência e seus intelectuais dedicados a pesquisar, no mesmo espaço e ao mesmo tempo, princípios de vida e armas de morte?".

Em suma, para o Ser humano de hoje, "trata-se de compreender o processo epocal que tornou incertas a solidez e a estabilidade na transmissão dos valores e das normas achadas evidentes, pelo qual perderam eficácia os habituais critérios de legitimidade, os princípios reconhecidos para estabelecer aquilo que é bem e aquilo que é mal.

Precisa definir os muitos problemas produzidos pela transformação, que podem ser descritos (...) como passagem de uma sociedade tradicional, que prescrevia comportamentos socialmente apreciados e aceitos sem discutir sua legitimidade, a uma sociedade pós-tradicional, na qual temos sistemas morais baseados não em prescrições sociais, mas em preferências individuais, ou como passagem de uma sociedade de diferenciação estratificada, na qual a pertença a um estrato comportava a aceitação de uma moral no âmbito de uma mais geral subordinação desta última à religião, a uma diferenciação funcional, que reconhece ao Ser humano maiores liberdades em relação ao seu ambiente social, inclusive a liberdade de comportar-se de maneira não racional e não moral"

A Ética antiga foi desenvolvida, sobretudo, por Platão e Aristóteles.

A Ética de Platão, como a sua política, "depende intimamente: - da sua concepção metafísica (dualismo do mundo sensível e do mundo das idéias permanentes, eternas, perfeitas e imutáveis, que constituem a verdadeira realidade e têm como cume a Idéia do Bem, divindade, artífice ou demiurgo do mundo); - da sua doutrina da alma (princípio que anima ou move o Ser humano e consta de três partes: razão, vontade ou ânimo, e apetite; a razão que contempla e quer racionalmente é a parte superior, e o apetite, relacionado com as necessidades corporais, é a inferior)".

Pela razão, que é a faculdade superior e a característica própria do Ser humano, "a alma se eleva - mediante a contemplação - ao mundo das idéias. Seu fim último é purificar-se ou libertar-se da matéria para contemplar o que realmente é e, sobretudo a Idéia do Bem. Para alcançar esta purificação, é preciso praticar várias virtudes, que correspondem a cada uma das partes da alma e consistem no seu funcionamento perfeito: a virtude da razão é a prudência; a da vontade ou ânimo, a fortaleza; e a do apetite, a temperança. Estas virtudes guiam ou refreiam uma parte da alma. A harmonia entre as diversas partes constitui a quarta virtude, a justiça". O indivíduo, porém, por si só não pode aproximar-se da perfeição. Portanto, "torna-se necessário o Estado ou Comunidade política. O Ser humano é bom enquanto bom cidadão. A Idéia do Ser humano se realiza somente na Comunidade. A Ética desemboca necessariamente na Política".

Platão, em "A República", "constrói o Estado ideal à semelhança da alma. A cada parte desta, corresponde uma classe especial que deve ser guiada pela respectiva virtude: à razão, a classe dos governantes-filósofos, guiados pela prudência -; ao ânimo ou vontade, a classe dos guerreiros, defensores do Estado, guiados pela fortaleza; e ao apetite, os artesãos e os comerciantes, encarregados dos trabalhos materiais e utilitários, guiados pela temperança. Cada classe social deve consagrar-se à sua tarefa especial e abster-se de realizar outras. De modo análogo ao que sucede na alma, compete à justiça social estabelecer na cidade a harmonia indispensável entre as várias classes. E, com

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