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O Projeto Viveiro

Por:   •  17/11/2020  •  Projeto de pesquisa  •  3.324 Palavras (14 Páginas)  •  373 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

Entende-se por viveiro florestal um determinado local onde são concentradas todas as atividades de produção de mudas florestais. É o local onde as mudas são produzidas, dispostas de forma regular, abrigadas em ambiente favorável, observados os critérios técnicos de instalação, visando obter material botânico de qualidade para plantação em local definitivo (GOES, 2006).

A produção de mudas florestais, em qualidade e quantidade, é uma das fases mais importantes para o estabelecimento de bons povoamentos florestais e regeneração de áreas degradadas com espécies nativas (GONÇALVES, 2005).

A recomposição florística, com o uso de espécies vegetais de ocorrência natural, principalmente em ecossistemas mais frágeis, condicionando o desenvolvimento e o estabelecimento espontâneo da vegetação ou acelerando o processo com o plantio e condução de mudas, é imprescindível para a disponibilização das condições mínimas que venham a facilitar a entrada de novos elementos, sejam outras espécies vegetais e diferentes espécies animais que contribuirão para aumentar e melhorar a biodiversidade e consolidar o clímax ambiental (Rede de sementes do Cerrado, 2011).

O planejamento de qualquer empreendimento é de grande importância, tendo em vista a possibilidade de se fazer com que haja redução de custos na implantação, na manutenção e na produção dos bens a serem obtidos, além de um melhor aproveitamento das matérias primas disponíveis, da mão-de-obra necessária, entre outros (Rede de sementes do Cerrado, 2011).

A semente é o fator principal no processo de produção de mudas, já que representa um pequeno custo no valor final da muda e tem uma importância fundamental no valor das plantações. Portanto, um cuidado especial deve ser tomado com a produção e aquisição de sementes. As sementes devem ser de boa qualidade genética e fisiológica. Devem ser colhidas em bons talhões, representativos da espécie, com todas as técnicas de beneficiamento e armazenamento (MACEDO, 1993).

Desde o início do processo de colonização portuguesa, todo processo de ocupação tem-se concentrado na faixa litorânea brasileira. Assim, a Mata Atlântica vem sendo considerada uma das florestas tropicais com maior risco de extinção no planeta (ALMEIDA, 2016).

Por esse motivo, o objetivo principal da implantação do viveiro Mata Atlântica é a comercialização de mudas de quatro espécies (pau-Brasil, palmito juçara, ipê-roxo e guaviroba) do bioma Mata Atlântica.  

  1. DESENVOLVIMENTO

  1. Localização

O projeto será implantado no município de Sete Lagoas - MG, situado na região metropolitana de Belo Horizonte, com coordenadas geográficas de -19.47924955 de latitude e -44.19855031 de longitude. Sete Lagoas está a aproximadamente, 80 km de distância da capital mineira.

A cidade apresenta uma área de 536,644 km², com uma população total de 237.286 habitantes (IBGE, 2018). O município da região metropólitana apresenta uma altitude média de 757 m acima do nível do mar, tendo um clima tropical. Há muito menos pluviosidade no inverno que no verão. Segundo a Köeppen e Geiger o clima é classificado como Aw. A temperatura média anual é de 21.6 °C e a pluviosidade média anual de 1335 mm. A temperatura média do mês de Janeiro é de 23.6 °C, é o mês mais quente do ano. Já temperatura média em Junho, é de 18.5 °C, a temperatura média mais baixa de todo o ano.

O viveiro será implantado em uma área de 16.000 m², à beira da MG-424, facilitando o acesso ao mesmo.

[pic 1]FIGURA 1 – Local de implantação do viveiro florestal no município de Sete Lagoas, MG. Fonte: Google Earth

2.2. Escolha do local

Fatores como topografia da área, disponibilidade de água, facilidade de acesso, tipo de solo foram analisados com rigor para a escolha do local mais adequado à implantação de um viveiro florestal.

2.2.1. Topografia

A declividade média do local de implantação do viveiro florestal foi calculada a partir da EQUAÇÃO 1, onde foi estimada uma declividade de 3 %, possibilitando assim o escoamento da água sem causar erosão (VILELLA, 2009).

EQUAÇÃO 1 – Fórmula para cálculo da declividade média.

D = (dh/dH) x 100

Dh= 762m-759m=3m (Diferença de altura)

DH= 100m (Distância vertical)

2.2.2. Solo

O solo de Sete Lagoas é classificado como Latossolo Vermelho-Escuro, álico, de textura muito argilosa (Gomide et al, 2007).

2.2.3. Disponibilidade de água

Próximo ao local do viveiro existem nascentes, e existe também a possibilidade da criação de poço artesiano por haver disponibilidade de água no lençol freático. Essa água disponível terá a finalidade de suprir as necessidades de irrigação diária e servir como reservatório evitando futuros problemas devido à falta de água.

2.2.4. Facilidade de acesso

A área de implantação apresenta-se próximo a MG-424, facilitando o acesso e transporte de insumos bem como o transporte das mudas produzidas.

2.3. Espécies que serão comercializadas

O enfoque do viveiro são espécies florestais nativas clímax. As espécies cultivadas serão Paubrasilia echinata (Pau Brasil), Handroanthus impetiginosus (Ipê Roxo), Campomanesia xanthocarpa (Guaviroba/Guabiroba) e Euterpe edulis (Palmito Juçara).

Paubrasilia echinata - Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil) é uma espécie da família Leguminosae, subfamília Caesalpinioideae, uma planta arbórea recoberta de acúleos em sua casca medindo entre 10 e 15 m de altura. Sua madeira é dura, pesada e apresenta uma coloração avermelhada quando recém-cortada. Foi intensamente explorada durante a colonização devido ao valor econômico madeireiro e do valor comercial de seus corantes com aplicação na indústria têxtil. Acredita-se que essa espécie fora amplamente distribuída na costa oriental atlântica brasileira (SOUZA; SONEGHET & CUZZUOL, 2007).

Segundo AGUIAR et al. (2005), o maior crescimento em altura e diâmetro, em mudas de P. echinata com 12 meses de idade, sob tela com 60% de sombreamento e Aguiar & Barbedo (1996), combinando três níveis de luminosidade e dois de temperatura, observaram o aumento na velocidade de crescimento (altura do caule) quando o sombreamento foi de até 50%.

As mudas serão produzidas no sombrite 50% e permaneceram até seus 12 meses.

Handroanthus impetiginosus (Ipê Roxo)Espécie pertencente à família Bignoniaceae. Suas floras são opostas digitadas, com pecíolo de até 11 cm, com cinco folíolos e margem inteira ou levemente serrada. As flores são hermafroditas lilás pentâmeras com fruto síliqua cilíndrica. Sua altura atinge até 25 m e seu diâmetro até 80 cm[1].

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