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O Setor Agrícola

Por:   •  19/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.984 Palavras (8 Páginas)  •  134 Visualizações

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Introdução

O setor agrícola tem grande importância na economia brasileira e em 2017 toda a cadeia de agronegócio do país gerou 23,5% do PIB nacional, segundo boletim da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Além disto, o Brasil é também um dos maiores produtores mundiais neste setor. Considerando-se o valor da produção agropecuária dos países da Organização Econômica para Cooperação e Desenvolvimento (OECD), a produção brasileira perde apenas para a europeia e americana (COSTA, GUILHOTO e IMORI, 2013). É esperado que na próxima década o Brasil torne-se o país com a maior produção agrícola do mundo, além de tornar-se também o principal fornecedor mundial de produtos agropecuários, segundo o relatório anual Perspectivas Agrícolas 2010-2019 (publicado pela FAO e pela OCDE) (TAVARES e HABERLI, 2011).

Estima-se que até 2030, o mundo (em relação ao que produz hoje) terá um aumento de demanda de 59% de açúcar, 19% de arroz, 29% de milho e 49% de soja. Se o Brasil continuar participando como fornecedor mundial, o crescimento da produção seria de 65% no açúcar, 16% no arroz, 83% no milho e 98% na soja (comparando a produção atual com a estimada para 2030) (Nassar, 2011). O aumento nas exportações também será resultado mais do aumento da produtividade e menos do aumento da fronteira agrícola (TAVARES e HABERLI, 2011). Para o aumento da produtividade é necessário o investimento em tecnologias de fertilização do solo.

O mercado nacional de fertilizantes movimentou cerca de 30,2 milhões de toneladas em 2015. No período de janeiro a março de 2017 foram comercializadas 6,4 milhões de toneladas, mostrando aumento sobre os 6,1 milhões de toneladas negociadas no mesmo período do ano anterior (ANDA, 2018).

O Brasil ainda possui uma forte dependência dos produtores internacionais de fertilizantes. Como mostrado na Tabela 1, entre 2015 e 2017 foi necessário importar 72,7% do volume para suprir as necessidades de fertilizantes no mercado brasileiro. Quando se trata do cloreto de potássio (KCl) este número pode chegar a 95% em produtos importados (TAVARES e HABERLI, 2011).

Tabela 1 - Entregas, Produção e Importação de Fertilizantes para o mercado brasileiro

Ano

2015

2016

2017

Fertilizantes Entregues ao Consumidor Final

30.201.998

34.083.415

34.438.840

Produção Nacional de Fertilizantes Intermediários

9.115.260

9.040.747

8.184.611

Importação de Fertilizantes Intermediários

21.087.299

24.481.089

26.324.628

% de Fertilizantes Importados

69,82%

71,83%

76,44%

Fonte: ANDA – Associação Nacional para Difusão de Adubo – abril de 2018. Adaptado pelo autor.


A importância dos fertilizantes para a produção de alimentos no Brasil é relativamente alta. Na Figura 1 é possível observar que no período compreendido entre as safras de 92/93 até 2006/2007 o crescimento médio anual de área plantada no Brasil foi de 1,7%, o consumo de fertilizantes cresceu 5,9% ao ano e a produção de grãos 4,5%. Pode-se, desta maneira, inferir que o uso de fertilizantes pode proporcionar aumento de produção de alimentos quando esta tecnologia for aplicada corretamente.

[pic 1]

Figura 1 – Crescimento da produção de grãos, consumo de fertilizantes e área plantada.

 Fonte: ANDA e CONAB.

A quantidade de fertilizante e água utilizados no cultivo são os principais auxiliares para o crescimento e para a qualidade das plantas (Wu e Liu, 2008).  A baixa produtividade de milho, por exemplo, está diretamente atrelada a baixa fertilidade do solo. Este fato não se deve apenas aos baixos teores de nutrientes nos solos, mas também ao uso inadequado de adubações (Coelho e França, 2009). Em virtude do seu preço mais baixo, cerca de 95% do potássio aplicado em plantações é na forma de cloreto de potássio (KCl) (SEARLS, 1983). Por este motivo o cloreto de potássio é o fertilizante potássico mais utilizado no Brasil (Wu e Liu, 2008). Uma nominação também utilizada na agricultura para fertilização é o muriato de potássio, que consiste em KCl com 95% ou mais de pureza.

Histórico

Os sais de potássio são importantes como matérias-primas de diversas utilidades como sabões, detergentes, vidros, corantes, pólvoras e agentes pirotécnicos. Nos Estados Unidos a potassa era importada, de início, da Alemanha, em 1869, e foi este país que forneceu não só para os Estados Unidos como também para o restante do mundo durante 45 anos. Quando a Primeira Guerra Mundial impediu a importação dos sais da Alemanha os preços subiram até US$500 por tonelada do muriato a 50%. Depois disso a produção dos Estados Unidos cresceu de 1000 toneladas de potássio (em K2O), em 1915, para 45700 toneladas, em 1919. Quando a guerra terminou, reavivaram-se as importações e a produção interna caiu. (LIVRO)

Desde então, a quantidade e a qualidade dos sais de potássio obtidos industrialmente aumentaram devido a descoberta de grandes depósitos minerais. Os depósitos americanos são minados mecanicamente e conduzidos para refinarias na superfície. Em 1941 e 1942, os Estados Unidos cobriram pela primeira vez todas as necessidades internas, graças à produção local, e a indústria, desde então, continuou a crescer. Em 1962, a International Minerals and Chemical Corp. localizou ricos depósitos de potássio em Saskatchewan, Canadá, depois de um programa de cinco anos de prospecção. Outras companhias também transformaram os depósitos canadenses em grandes fontes de potássio. O potássio do Canadá foi exportado para os Estados Unidos em vastas quantidades, até que a produção interna cessou. Desde 1971 que as importações do Canadá constituem mais de 50% do fornecimento total americano. (LIVRO)

É possível observar, pela Figura 2, que o Canadá, até 2008, ainda era o maior produtor de K2O. Seguido por Rússia, Bielo Rússia e Alemanha, estes países detinham em torno de 74% desta produção no mundo.

[pic 2]

Figura 2 – Produção mundial de potássio entre 2003 e 2008.

Fonte: Vale S.A.

Em 2013, a Bielorússia (57,5%), o Canadá (17%) e a Rússia (10,4%) ocuparam as três primeiras posições, no ranking mundial, das reservas de sais de potássio, sendo também os maiores produtores mundiais uma vez que juntos somaram cerca de 60,0% do total de potássio fertilizante produzido no ano em análise. O Brasil ficou com a 11ª colocação em termos de reservas e ocupou também a 11ª posição em relação à produção mundial (MELO DE OLIVEIRA, 2014).

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