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Por:   •  19/3/2015  •  2.167 Palavras (9 Páginas)  •  401 Visualizações

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Construções de baixo impacto ambiental

A construção natural surgiu como resposta a uma crescente preocupação com o meio ambiente. Apesar de fazer parte de um tema considerado vanguarda, a bioconstrução e o uso da terra aplicado são bastante antigos. Uma vez que técnicas construtivas como o adobe, por exemplo, têm sido adotadas a milhares de anos. O que mudou foi o discurso para sua aplicação, ultimamente voltado não tão somente para a facilidade de uso e barateamento de custos, mas principalmente por seu caráter ecológico e pelas características físicas dos materiais.

Materiais naturais são sem dúvida uma alternativa as substâncias tóxicas que disseminam problemas ambientais. A maioria dos materiais existentes no mercado podem ser substituídos por elementos naturais, entre eles estão: terra, argila, palha, bambu, taipa, madeira (certificada) e pedras.

O desenvolvimento sustentável, com base na bioconstrução, pode ser extremamente pertinente em comunidades em fase de crescimento, onde existem as necessidades de medidas de: baixo custo, rápida aplicação, possibilidade de participação da comunidade na mão-de-obra (uma vez que a construção natural não exige capacitação técnica, apenas prática), matéria-prima local, entre outros fatores.

No meio ambiente urbano, onde um modelo de construção civil industrial é considerado tradicional, a aplicação da bioconstrução é possível apenas de forma parcial e pontual, uma vez que a industrialização da matéria-prima e as facilidades atreladas a ela dificultam a reinserção de tecnologias construtivas vernaculares no modelo construtivo e contexto de especulação imobiliária vigentes.

Os principais conceitos adotados por esse tipo de tecnologia construtiva são: reduzir o desperdício; preocupação com o meio ambiente; utilizar materiais alternativos resgatando técnicas construtivas locais e também incentivar a utilização de novas fontes de energia.

A adoção de alternativas projetuais, materiais e técnicas construtivas que se adequem as premissas da bioconstrução reproduzem conceitos que se reúnem numa prática constante de mudanças: de hábitos e crenças, comportamentos individuais e coletivos. Mudanças estas também, que buscam a harmonização do planeta, de forma equilibrada e inovadora visando a proteção do meio ambiente e a utilização racional dos recursos naturais.

Materiais de construção de baixo impacto ambiental

Adobe

O adobe é uma das técnicas construtivas mais antigas e populares do mundo. Algumas construções que utilizam tal técnica construtiva encontram-se principalmente na América do Sul, no Oriente Médio, e na África. Também há alguns indícios desse tipo de construção no sudoeste americano. O adobe é uma mistura de argila, areia, água e palha, geralmente em formato de tijolo. A mistura da matéria-prima é colocada em fôrmas que secam ao sol e depois da cura, são retiradas prontas para o uso.

Esse tipo de construção, requer um clima continuamente seco, para que os tijolos possam se solidificar sem ficarem úmidos. A umidade possibilita a proliferação de fungos, o que pode causar danos a saúde do usuário.

Ao secarem, os tijolos se contraem, o que pode produzir rachaduras. Dessa forma, é necessário que sejam feitas inspeções em busca de fendas ou fissuras em todos os blocos. Como os níveis dos componentes e características da argila variam muito de bloco para bloco, o ideal é fazer alguns tijolos de teste para diagnosticar se eles racharão ou não. Este procedimento se faz necessário para que não sofram danos (maior ou menos adição de um determinado material). Em alguns casos, não se utiliza palha na construção dos tijolos de adobe, o que se dá por escassez do produto ou desconhecimento da importância deste material. A palha é um artifício importante, uma vez que cria uma espécie de trama, que quando inserida junto à mistura de água, argila e areia, facilita a agregação e rigidez das matérias-primas.

O adobe tem como características principais: capacidade de produzir conforto térmico, confecção simples (sem necessidade de mão-de-obra tecnicamente qualificada), rapidez de aplicação, uso de material regional e baixo custo. Além disso, é possível fazer blocos com qualquer solo, eles não exigem uma medida precisa de argila e areia.

Superadobe

O superadobe é uma técnica simples, que não necessita mão-de-obra especializada, o que a torna uma boa opção para a construção de residências populares ou edificações onde a mão-de-obra possa ser feita em mutirão. É ideal para fôrmas orgânicas.

O superadobe é formado por sacos de propileno preenchidos com uma mistura de argila, água, areia e palha (semelhante a composição do adobe). Estes sacos são sobrepostos moldando o formato das paredes. Cada camada deve ter no mínimo 40 cm de espessura.

Em algumas construções, segue-se com o superadobe até a cobertura, formando uma espécie de iglu. Para a cobertura pode-se utilizar outra técnica construtiva, como, telhados tradicionais de madeira cobertos por telhas. O alicerce deve ser feito com pedras ou concreto, protegendo a base da alvenaria, contra a umidade ou outras patologias.

O superadobe foi apresentado como uma das melhores soluções arquitetônicas. Suas vantagens: qualidades físicas por evitar o transporte de grandes quantidades de material para o espaço, propiciar conforto térmico e evitar grandes extorsões ao meio ambiente no momento da construção.

O acabamento do superadobe (regularização das paredes) pode se feito com a mesma mistura utilizada para o preenchimento do saco, porém deve ser mais úmido (argamassa natural).

Apesar de não necessitar de mão-de-obra especializada, constatou-se durante a pesquisa de campo, que esta técnica construtiva de superadobe exige um nível elevado de esforço físico. Para o assentamento de cada fiada, são utilizados porretes e pilões, de forma a compactar a mistura e torná-la resistente. Em comparação com outras técnicas, observou-se que esta prática se torna mais cansativa e demorada.

Cob

O cob é uma técnica tradicional semelhante ao adobe, podendo ser aplicada a todos os tipos de climas. As paredes de cob são autoportantes, possuindo a base mais espessa que o topo (secção trapezoidal). As paredes servem como massa térmica, fazendo com que a construção tenda a ficar quente no inverno e fresca no verão. O cob é a prova de fogo, resistente a atividade sísmica

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