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Tijolo Ecológico

Por:   •  18/10/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.370 Palavras (18 Páginas)  •  265 Visualizações

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TIJOLO ECOLÓGICO

A primeira obra de solo-cimento que se tem notícia no Brasil ocorreu em 1945, e consistia em uma casa de bombas do aeroporto de Santarém/PA, de 42m², sendo seguido da construção de casas residenciais em Petrópolis e do hospital Adriano Jorge em 1948, em Manaus (Silva 1991). Por outro lado, Lima (2006) afirma que ‘’O início da utilização do solo-cimento no Brasil ocorreu em 1940 pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) e a Diretoria da Aeronautica Civil, na construção da Pista de circulação do aeroporto de Santo Dumont no Rio de Janeiro’’. Figuerola (2004) salienta que o material só foi amplamente utilizado em moradias por volta de 1978, quando o antigo BNH aprovou a técnica de construção de paredes monolíticas para as habitações populares.

A partir da década de 70, o solo-cimento começou a ser objeto de pesquisade várias instituições, como a ABCP, CEPED (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) e pelo IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológicas).

Conforme Abiko (1988) e Grande (2003), o tijolo solo-cimento começaram a serem estudados por volta de 1977. O BTC também pode receber a denominação de tijolo modular de solo-cimento ou tijolo ecológico (chamado assim devido ao seu apelo ambiental).

A NBR 10834 – Bloco vazado de solo-cimento sem função estrutural define tijolo ecológico como sendo ‘’componente para alvenaria de sessão transversal útil entre 40% e 80% da sessão transversal total, constituído por uma mistura homogênea, compactada e endurecida de solo, cimento Portland, água e eventualmente aditivos’’.

Figura 3 - Bloco vazado com dois furos.

[pic 1]

      Fonte: Lima, 2006.

O tijolo ecológico é constituído de solo-cimento e apresenta dois furos no seu corpo e saliências que permitem o encaixe entre os blocos. O sistema de construção de alvenaria com esse material é baseado no intertravamento e encaixe dos blocos, sendo este permitido pelo conjunto de saliências e rebaixos no topo e na base do bloco, garantindo também o seu auto alinhamento (PICORIELLO, 2003).

A NBR 10834 define que os blocos devem apresentar valores mínimos de resistência e de absorção de água, conforme mostra a tabela abaixo:

Tabela 1 – Valores limites para blocos de solo-cimento.[pic 2]

     Fonte: NBR 10834.

Apesar da norma NBR 10834 apresentar valores de resistência mínima para blocos sem função estrutural, Grande (2003) acrescenta que os blocos de solo-cimento podem ser utilizados em alvenaria estrutural desde que atendam as resistências estabelecidas nos critérios de projeto, que devem ser os mesmos aplicados aos materiais de alvenaria convencional, bem como devem seguir as indicações de cuidados e manutenção do material.

Pecoriello (2003) conidera a compactação da mistura como sendo ‘’a fase mais importante do processo de produção, pois representa a síntese de todo o processo: todos os componentes, até então disformes, separados, transformam-se num único objeto, de forma e função definidas, as propriedades individuais da matéria-prima perdem importância para as propriedades do tijolo’’.

A compactação destes blocos é feita através de prensas manuais ou mecânicas, sendo que a primeira prensa manual foi criada pelo centro interamericano de vivienda y planejamento – CINVA (1961), tendo o nome de ‘’Prensa Cinva-Ram’’, e a partir de então vários fabricantes desenvolveram prensas manuais e mecânicas para a fabricação de diversos tipos de tijolos e blocos de solo-cimento compactado (GRANDE, 2003).

Figura 4 – Prensa Manual Cinva-Ram.

[pic 3]

       Fonte: Grande, 2003.

Após a moldagem dos blocos é nessário que seja realizado a cura dos mesmos, a fim de evitar a evaporação prematura da água da mistura, necessária à hidratação do cimento. Esta cura deve ser após seis horas da moldagem dos blocos e durante sete dias, aonde os tijolos devem ser mantidos úmidos (PECORIELLO, 2003). Por outro lado, Pecoriello (2004), afirma posteriormente que a cura deve ser iniciada oito horas após a prensagem, e os blocos devem ser empilhados à sombra, de forma que o ar possa circular entre eles, e devem ser regadas diariamente.

Massa específica

De acordo com Pinto (2000) as massas específicas são relações entre a quantidade de massa e o volume, e são expressas normalmente nas seguintes unidades: ton./m³, kg/dm³ e g/cm³. Ainda segundo ele, na prática da engenharia é mais conveniente se trabalhar com o peso específico, que relaciona os pesos com os volumes, e normalmente é expresso em kN/m³.

Material e métodos

Os tijolos são produzidos por meio de prensas manuais ou motorizados, com capacidade que variam de 800 a 1500 tijolos por dia. Os maquinários são de pequeno porte e dimensões e podem ser instalados em área de quatro a sete metros quadrados. É importante ressaltar que os EPI (Equipamentos de Proteção Individual), são de uso obrigatório, são eles: Capacete, viseira ou óculos de proteção, luvas, protetor auricular, botas e máscara para respiração. A prensa manual é formada por articulações com rolamentos, o molde é preso por intermédio de parafusos permitindo a troca dos moldes para modelos de tijolos diferentes totalizando oito modelos. Seu peso é de cerca 100 Kg e para operá-la são necessários três trabalhadores no mínimo, um abastecendo a máquina, o segundo prensando e o terceiro preparando a massa. O triturador é utilizado para triturar o solo, deixando-o mais homogêneo e livre de torrões, aumentando a qualidade do tijolo. A capacidade varia de acordo com os modelos que podem triturar em média 6 metros cúbicos de solo por dia. A peneira é necessária após a trituração para o peneiramento da mistura deixando-a ainda mais uniforme e livre de resíduos. A peneira utilizada deve ter uma furação de 4.0 mm. (ABNT - Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 8491). A betoneira é utilizada para a mistura de materiais, na qual se adicionam a massa solo-cimento e uma pequena quantidade de água para uma mistura com mais liga, com um tempo estimado de 3 minutos para que a mistura fique totalmente homogênea. A cola é feita à base de PVA, é utilizada para assentar os tijolos substituindo à argamassa convencional, visa dar rapidez, limpeza, economia e maior aderência. O solo ideal deverá ter algumas características para que o tijolo atenda requisitos, como ter uma boa Resistência mecânica, Impermeabilidade, Durabilidade e Exigências estéticas que deverão ser registradas e analisadas em laboratório. O solo então deve ter mais de 60% de areia, não conter gravetos, pedregulhos e materiais orgânicos em excesso, para isso o solo deverá passar por uma peneira de 4mm, de acordo com a O amassamento é feito já com o solo triturado, peneirado e misturado na betoneira com o cimento, água potável e aditivo (corantes, cimentos refratários e impermeabilizantes). Outros componentes também podem ser adicionados para melhorar suas propriedades, desde que devidamente dosados após ensaios (agregados miúdos, escórias, fibras e outros resíduos). Respeitando o tempo de cura do cimento, a massa deve ser feita para trabalhar num período de uma hora no máximo. A moldagem dos tijolos deve ser realizada após a verificação dos pré-requisito da prensa, limpeza dos moldes, engraxasse e lubrificação. Esse processo deve ser repetido no fim do expediente evitando que a massa seque, podendo ocasionar danos. A estocagem consiste no empilhamento dos tijolos assim que retirados da forma. O local de armazenamento deve ser próximo à prensa, estar totalmente nivelado e não sofrer ação do vento e sol. Nos sete primeiros dias de cura deve-se irrigar água sobre os tijolos, de duas a quatro vezes ao dia, dependendo da temperatura do ar, mantendo-os umedecidos. Após sete dias o tijolo apresenta uma resistência entre 60 e 65% e pode ser transportado. Após 28 dias, a cura está completa e o tijolo apresenta cerca de 95% da resistência total, já podendo ser transportado, utilizado ou paletizados.

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