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O ENSINO E A APRENDISAGEM DAS CIÊNCIAS FÍSICO-NATURAIS: UMA PERSPECTIVA PSICOLÓGICA

Por:   •  14/12/2015  •  Resenha  •  1.240 Palavras (5 Páginas)  •  727 Visualizações

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O ENSINO E A APRENDISAGEM DAS CIÊNCIAS FÍSICO-NATURAIS: UMA PERSPECTIVA PSICOLÓGICA

O autor, Mercè Garcia-Milà, em sua obra, trabalha a ideia das teorias psicológicas da aprendizagem e do ensino, que mais à frente seriam aplicadas à aprendizagem das ciências físico-naturais, trabalhando os tipos de aprendizagem que poderiam tanto facilitar o aprendizado dos alunos como dificultar devido ao conhecimento prévio que esse já possuíra.

Algo muito marcante na introdução e que servirá de base para todo o trabalho de Milà, é a psicopedagogia relacionada às ciências físico-naturais, essa que através dos métodos da educação, utiliza a psicologia para trabalhar com a mente do discente fazendo-o aprender através da psicologia cognitiva, inserindo-o no trabalho de uma interdisciplinaridade, relacionando a ciência ao meio em que ele está inserido.

Para isso, ele inicia trazendo os conceitos de ciência e epistemologia da ciência, para que posteriormente mostrasse que ainda há conceitos errôneos sobre esses assuntos em meio aos próprios professores da área, levando-os aos alunos que, consequentemente, carregavam consigo a desculpa inconsciente de que a ciência comprovada é incontestável e por conta disso não se pode mudar essas teorias, apesar de que foi assim que evoluímos até onde chegamos. Para isso, cita Kuhn “o conhecimento científico não existe porque tenha sido provado, mas sim porque ainda não tinha sido refutado. ” (Kuhn, 1962) p. 356

Para o autor, há duas maneiras de se fazer ciência. A primeira seria uma ciência normal, e a segunda uma ciência revolucionária em que, conforme a teoria de Kuhn, os avanços se dariam mediante a combinação das duas.

Segundo Milà, os processos psicológicos do ensino partem da ideia de que o aluno já possui conhecimentos prévios sobre os assuntos a serem abordados e através deles o professor irá trabalhar, a partir do triângulo aluno-professor-conteúdos, os dois processos intrapsicológicos cognitivos e afetivos envolvidos na construção de conhecimento científico, utilizando-se as competências cognitivas.

O primeiro processo trabalhado é o pensamento formal, este que, conforme o autor, é um dos mais utilizados na aprendizagem e no ensino das ciências. Se daria através de raciocínios hipotético-dedutivos em que formulariam hipóteses, encontrando dados e imaginariam como seria para a aplicação destas. Outras habilidades consistiriam na capacidade de gerar todas as combinações possíveis de fatores que poderiam variar, na resolução de problemas que requerem a comparação das diferentes proporções e o de entender os princípios regentes do cálculo de probabilidades. O autor ainda ressalta problemas com as teorias de Piaget e Inhelder que sugeriam que aos 12 anos se começa a pensar formalmente e que na fase adulta já pudesse ter esse pensamento. Porém, muitos adolescentes e adultos não conseguem controlar variáveis ou entender a necessidade de controla-las.

Conforme Milà, o segundo se dá pelos conhecimentos prévios divididos em dois tipos: declarativo e procedimental. O declarativo é formado por dados, conceito, princípios e teorias. O procedimental é formado pelas estratégias em geral e pelas estratégias de aprendizagem em particular. Os dois tipos de conhecimento precisam ser trabalhados paralelamente, não podendo serem separados um do outro. Essa área é subdividida em dois outros tópicos: estratégias de raciocínio científico, esta em que os discentes teriam de propor teses que refutassem as já existentes, elaborando processos de argumentação e experimentação; e estratégias de resolução de problemas, em que foram comparadas as formas de procedimentos de novatos e especialistas na resolução de problemas, mostrando as diferentes formas de agir.

Outro processo seria o conhecimento declarativo, explicado através da comparação entre novatos e especialistas, divididas em quatro categorias, que se referem ao conhecimento factual, conhecimento semântico, esquemático e ao conhecimento estratégico, respectivamente.

O autor explica os 4 tipos de conhecimento: conhecimento factual, diferenciada entre especialistas e novatos, se dá pela acessibilidade, sendo mais acessível nos primeiros que nos segundos, como demonstra a maior rapidez em resolver problemas propostos. O conhecimento semântico corresponde ao conhecimento conceitual do problema a ser trabalhado. O conhecimento esquemático se dispõe do conhecimento útil para resolver um problema concreto quando este aparece rotulado como um conhecimento específico.

Outro tipo de concepção trabalhada por Milà seria a concepção alternativa, em que esta é conhecida como sendo os conhecimentos conceituais prévios, muitas vezes estando em contradição com os conceitos pré-estabelecidos pela ciência, devido à falta de conhecimento ou profundidade no assunto, talvez.

Após estes, o autor trata dos aspectos afetivos da aprendizagem, explicando que independente do conhecimento que o aluno tenha, seja ele formal ou mais adequado, se ele não consegue atribuir sentido àquilo que se aprende, será difícil que aprenda de forma significativa. Milà explica também que além do decréscimo do interesse pelo ensino das ciências no decorrer dos anos, a diferenciação do sexo agrava mais ainda esse distanciamento das meninas pela área das ciências mais voltadas para a física, fazendo com que se interessem pela ciência voltada para a biologia.

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