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A Acumulação Primitiva

Por:   •  27/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.689 Palavras (7 Páginas)  •  474 Visualizações

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        Industria Farmacêutica - Aplicação Teórica 

A indústria farmacêutica surge no século XIX com a chamada segunda revolução industrial e o grande avanço nos estudos da química. Um mercado complexo que fabrica e comercializa seus produtos somente após pesquisas, descobertas e testes. Uma grande revolução nesse mercado foi recentemente o surgimento de medicamentos genéricos. A aplicação de sua atividade é responsável por desenvolver, pesquisar, produzir, comercializar e distribuir medicamentos. No Brasil as industrias farmacêuticas surgiram no final do século XIX e tiveram um alavanco na década de 20 e 30 do século passado, cresceram com o desenvolvimento de politicas sanitárias, de saúde e higiene. A Fiocruz ao longo dos anos tem desempenhado um papel importante no desenvolvimento de medicamentos e fármacos para todo o pais, essa instituição é um claro exemplo dos processos 1 e 2 da cadeia produtiva no Brasil. Empresas nacionais como a SEM também são agentes importantes e experimentaram um crescimento exponencial com a politica de genéricos no final do século passado. 

  

Cadeia Produtiva e Cadeia de Suprimentos – Ind. Farmacêutica 

Primeiro estágio: pesquisa e desenvolvimento de novos princípios ativos (fármacos) – essa etapa é a responsável pela descoberta de novos Fármacos e químicos, exige elevados níveis de capacitação tecnológica, recursos financeiros e envolve grandes riscos, uma vez que nem todos os princípios ativos resultarão em medicamentos com sucesso comercial.  

Segundo estágio: produção industrial de fármacos - exige capacitação tecnológica, especialmente de processo, conhecimentos específicos de química e do ambiente onde será realizada a manufatura, com gastos de desenvolvimento inferiores ao primeiro estágio.  

Terceiro estágio: produção de especialidades farmacêuticas (medicamentos) – trata-se de um estágio de baixa complexidade técnica e equivale à transformação dos fármacos.  

Quarto estágio: marketing e comercialização das especialidades - nessa etapa são necessárias altas inversões para a construção da marca no mercado e da própria lealdade do médico e do paciente ao medicamento. 

Clegg cita no seu capitulo que "A maior parte do volume monetário é controlado por um número muito reduzido de organizações de grandes dimensões", isso é possível ver no volume de capital movimentado pelas 100 maiores empresas mundiais, em que ocorro o seguinte: estão concentradas em 23 países, sendo que 84% em 11 países dos quais 76.6%% do total dessas empresas e do valor de vendas estão concentrados em Estados Unidos, Japão, Suíça, Alemanha e França (dados de 2012). Isso propicia que as organizações se apresentem como principal cenário de ação econômica, e vez dos mercados, e quando isso acontece, as organizações têm a liberdade para soluções e ações dolosas e ainda a desconfiança é anulada. Um claro exemplo disso é o teste em animais, ou ainda os graves efeitos colaterais e ainda medicamentos mal-conservados que acabam chegando ao consumidor. Uma clara aplicação disso na vida são os cosméticos, que por muito tempo (ainda hoje são) um braço da indústria farmacêutica, onde uma pesquisa realizada com animais, e que ainda são criados em cativeiros apenas para esse fim, falamos aqui de animais como cachorros e chipazés, apenas nove de 63 marcas de cosméticos não testam seus produtos em animais. É o que aponta um estudo baseado em dados disponibilizados pela entidade Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta). Ainda podemos citar a existência efetiva de outros padrões de crescimento associados às fusões. Farmacêuticas batem recorde de fusões aquisições em 2015, acordos fechados entre as empresas do setor, no mundo todo, somaram US$ 300 bilhões, segundo a Ernst & Young, um deles foi o da Pfizer, que comprou a rival Allergan, fabricante do Botox, por mais de 150 bilhões de dólares – o maior da história para todo o segmento de saúde como um todo.  

 

Resumo Teórico – Lecioni, 2002. 

Acumulação primitiva: um processo atuante na sociedade contemporânea  

            O primeiro, o processo de acumulação primitiva está relacionado à espoliação e à produção de um capital novo, enquanto que o segundo, o de reprodução do capital está relacionado à exploração e tem como ponto de partida um capital já constituído. A acumulação primitiva historicamente não desapareceu, sendo, inclusive, um importante componente da sociedade contemporânea. Tanto a acumulação primitiva como a reprodução do capital, constituem processos intrínsecos a sociedade contemporânea. Fundamentalmente, o processo de acumulação primitiva está relacionado à espoliação, enquanto que o de reprodução do capital está associado à exploração. Espoliação significa privar alguém por meios ilícitos, ilegítimos ou violentos.( sob o selo da propriedade privada capitalista se arranca da terra) 

            Podemos citar como uma situação análoga a um tipo de espoliação no mercado farmacêutico, a pseudopesquisa de cientistas estrangeiros que veem a locais como amazonas, aqui no Brasil, para fazerem desenvolverem ciência e biotecnologia, geralmente financiados por grandes laboratórios e acabam levando daqui os conhecimentos, a matéria prima e boa parte dos recursos. 

No entanto, observamos hoje que as grandes indústrias farmacêuticas continuam praticando de    quando surge uma nova indústria com grande potencial, bom produto e tecnologia eles a incorporam as pequenas e médias empresas, até Startups, para fazerem parte de sua companhia. Absorvendo suas tecnologias e capital humano. 

            O que surpreende é que em pleno século XXI, no auge do desenvolvimento capitalista desenvolve-se relações sociais fundadas na espoliação, como mecanismo de produzir capital. Embora, moralmente inadmissível, faz parte, sim, da contemporaneidade, a escravidão. Não em termos da escravidão moderna dos nossos tempos colônias, mas revestidas de algo novo: a dívida.  

Harvey, no livro New Imperialism concorda com a interpretação de Mandel, de que a acumulação primitiva existindo e que essa não se situa apenas na gênese do capitalismo. Harvey atribui ao adjetivo “primitivo” um obstáculo à compreensão de que a acumulação primitiva ainda continue existindo. Para superar o obstáculo presente na palavra “primitiva”, que acabou induzindo à interpretação que essa forma de acumulação só teria se desenvolvido na “pré-história” do capitalismo, Harvey cunha o termo accumulation by dispossession. 

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