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A Antiguidade clássica

Por:   •  8/7/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.693 Palavras (19 Páginas)  •  168 Visualizações

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No início da história da humanidade, terão sido provavelmente as pinturas rupestres e, posteriormente a palavra (parabole do grego) as fontes que o Homo sapiens encontrou para comunicar com os seus semelhantes.

A escrita que terá surgido provavelmente devido a revolução agrícola, há cerca de três ou quatro mil anos antes de Jesus Cristo (embora existissem já os hieróglifos egípcios, os japoneses e os chineses: os “ideogramas”). E com os fenícios, criou-se o alfabecto, como a invenção crucial para a humanidade.

Para o estudo das ideias políticas, é de crucial importância falar do pensamento político da Grécia Antiga, que inventaram não a escrita, mas todas as formas de governo que hoje são conhecidas.

Ao contrário dos romanos que eram sobre tudo homens de acção, que apesar de ter feito política, poucos escreveram sobre ela, os gregos que eram grandes pensadores, nos trazem através da escrita as primeiras politicas que correspondem ao período histórico denominado de antiguidade clássica.  

Os construtores das primeiras ideias

Tales de Mileto, fundador da Escola Jónica, é considerado o primeiro filósofo e também um dos sete sábios da Grécia Antiga, para quem a água era o princípio do mundo, a origem de todas as coisas. O seu sucessor, Anaxímenes, considerou o ar, mais tarde, Anaximandro, considerou como fundamento do universo infinito.

Pouco se sabe sobre Hipódamo de Mileto (? – 500 a. C), que foi um arquitecto grego, que preocupou-se em fazer reflectir nas suas construções a ideia de uma sociedade ideal. Hipódamo foi um arquitecto sociólogo. Construiu Rodes e as docas de Pireu. É hoje considerado como um urbanista político, dado que foi um construtor de cidades, mais do que casas, provavelmente o inventor das ruas, uma vez que a partir dele começou a haver métodos, ordem, na construção, de tal forma que cada habitação era uma espécie de fortaleza, uma vez que oferecia vantagens militares. Concedeu a cidade em linha recta, dividindo tudo em três: as classes, as leis e as propriedades. Dividiu os cidadãos em três classes Hierarquizadas: as dos homens da elite, a dos homens robustos e a dos homens laboriosos. Apesar de distinguir as classes, não atribuiu a nenhuma a exclusividade do poder político. A sua cidade ideal teria 10 mil habitantes. São estes princípios e esta pratica que Hipódamo de Mileto desenvolve na sua obra, que é puramente especulativa.

A defesa da democracia: Péricles  

Péricles (± 495 – 430 a. C) foi um nobre ateniense que viveu no apogeu de desenvolvimento de Atenas e ai governou a cidade durante cerca de 15 anos, mediante quinze eleições sucessivas para o cargo de estratego. A época do governo de Péricles corresponde ao apogeu da cultura grega. O século V antes de Cristo é vulgarmente designado “século de Péricles” ou “Idade de ouro” de Atenas.

Considerou o regime democrático, comentou a cultura e concedeu à sua cidade uma glória imensa, reconstruindo e edificando monumentos nomeadamente a Acrápole. Foi com ele também que se deu a elevação de profundidade do pensamento grego.

Dos escritos de Tucídides, sabemos que Péricles, através dos seus discursos há certa de 2500 anos, fez menção a defesa da democracia e da sua superioridade face aos restantes regimes políticos, tendo sublinhado a originalidade e as virtudes do regime ateniense em oposição ao regime de Esparta. A igualdade (“isonomia”) de todos perante as leis, a defesa do valor pessoal em decremento da classe a que cada um pertencia e a liberdades dos cidadãos, em particular liberdade de expressão (discussão na “agora” ou praça publica, onde se reuniu todos os cidadãos do sexo masculino com mais de 18 anos, para eleger uma assembleia, a boulê, que escolhia o governo) e de participação cívica activa na vida pública (“isegoria”), foram os princípios fundamentais da sua política e uma questão Estado para Péricles. Todos, em conformidade com as leis, gozavam de igualdade. A base essência era obediência às leis que se aplicavam a todos de igual forma. Para além da liberdade e igualdade deve se acrescentar a fraternidade (“filantropia”), a tolerância e benevolência.

Quanto às instituições, Péricles sublinhou de inicio a sua originalidade: “a nossa constituição política nada tem a invejar às leis que regem os nossos vizinhos; longe de imitar os outros, nós somos o exemplo a seguir”.  

Heródoto como pai da Historia e da Política

Heródoto (485 – 425 a. C) foi geógrafo é considerado o “pai da historia”, uma vez que antes dele apenas haviam relatos e crónicas. Considerava que gravar a memória das tradições orais era uma forma de fazer filosofia. Não tendo sido propriamente um Politico, também é considerado o “pai da Politica”, porque se lhe deve o primeiro documento autêntico no qual se comparam e diferenciam as diversas formas do governo.

As obras de Eurípedes e peças teatrais de Aristófanes  

Eurípedes, do qual pouco se sabe, quase contemporâneo de Péricles foi um poeta trágico, sendo considerado um dos maiores poetas da tragédia clássica grega. Foi frequentemente satirizado nas comedias se Aristófanes, um grande dramaturgo ateniense e provavelmente maior representante da comedia antiga. Aristófanes viveu em Atenas, na época do governo de Péricles, e nas suas peças – Lisístrata (ou a greve do sexo) escrita em 411 a. C ou As Vespas (422 a. C) – defendeu os valores da democracia, as virtudes cívicas e atacou a corrupção e os desmandos da sociedade da altura, denegrindo os filósofos, poetas e polémicos criticou ainda os métodos de educação, o papel da mulher na sociedade, as questões éticas e a democracia ateniense quando esta entrou em decadência. Na peça As Suplicas, propõe na boca do seu herói Teseu, em resposta a um mensageiro que li pergunta onde esta o rei do pais: “fica a saber que aqui não há rei, pois a cidade não é governada por um só homem”. Defende a liberdade a cada um e a todos dar os seus conselhos à cidade, em que há igualdade para todos, em que o pobre participa em pé de igualdade com o rico, liberdade que está nas palavras com que todos se podem e devem exprimir.

Tucídedes – foi um historiador que descreveu a guerra do Poloneso, ocorrida no século V a. C. Foi considerado pelos teóricos realistas das relações internacionais, do século XX, o iniciador do realismo, pelas suas análises sobre os conflitos entre as Cidades – Estado da Grécia Antiga.

Isócrates – foi um famoso orador e retórico ateniense, alguns dos seu famosos discursos sobreviveram ao tempo. Nesses discursos, combateu os sofistas e a filosofia platónica, que julgou inapropriada para a formação ética e política do cidadão grego. Depois de perder os seus bens materiais, viu-se obrigado a viver como autor de discursos judiciários (logógrafo), embora ele seja, considerado como um dos primeiros sofistas, dado que, como eles, fez-se pagar pelos seus ensinamentos o que o levou a tornar-se num dos cidadãos mais ricos de Atenas. Por volta 393 – 390 a. C. fundou uma escola alternativa à Academia de Platão de cujo método e pressupostos foi adversário. O seu ensino tinha um sentido prático, de grande utilidade para a preparação política e judiciaria à sua estratégia de argumentação, característica de todos sofistas. Isócrates também criticou a má democracia do seu tempo quando esta entra em decadência. Para ele, a democracia é a igualdade, não só para o interior mas também para o exterior. Por isso fez o elogio do espírito hospitaleiro de Atenas e, pena mesma razão, defendia a constituição, que estabelecia os mesmos direitos políticos a todos os cidadãos.

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