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A Cultura Afro-Brasileira I

Por:   •  21/5/2017  •  Monografia  •  7.286 Palavras (30 Páginas)  •  350 Visualizações

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Bloco IV – Políticas Sociais II Aula 1 – A Cultura Afro-Brasileira I ________________________________________________________ Os africanos, na sua maioria, ao serem forçados a vir para o Brasil, traziam consigo sua própria África, composta de lembranças e desejos. Um patrimônio cultural material e imaterial inscrito nos objetos, hábitos, textos orais e escritos, rituais, jogos, folguedos e muitas histórias. Lembranças e saberes que dizem respeito à religião. À tecnologia e ao trabalho, que podem ser preservados quando recriados no estilo de vida, nas habilidades artísticas, nos rituais religiosos e nas soluções técnicas e procedimentos intelectuais. O trabalho negro, fazendo arte e construindo o Brasil A ideia que temos de trabalho escravo está associada à agricultura como a única forma de uso das mãos em uma atividade produtiva. Junto com essa ideia, vem o desprezo por esse tipo de trabalho, como se fosse uma atividade menor. Por isso, cabe assinalar que foi o trabalho escravo a base fundante da sociedade brasileira, responsável também por um modo de pensar, o que significa dizer que as relações sociais foram impregnadas pelo modo como a sociedade produzia seus bens, no caso, por meio do trabalho escravo. Considerando o fim da escravidão indígena decretado em meados do século XVIII (ainda que sesta liberdade fosse uma ficção, uma vez que frentes de “civilização” e expansão econômica do século XIX podiam utilizar o trabalho compulsório dos índios) e a Lei Áurea de 1888, temos ¾ da história do Brasil com a utilização do trabalho escravo. Portanto, os historiadores têm a tarefa e o desafio de incluir na história do trabalho do Brasil as experiências das populações indígenas, africanas e de seus descendentes porque, até o momento, a história do Brasil tão somente inclui na história do trabalho as experiências dos trabalhadores imigrantes ou marca cronológica da Abolição em 1888. O candomblé, a umbanda, a macumba e a quimbanda são religiões afro-brasileiras que de maneiras diferentes, são marcadas por uma forte relação com a natureza. Essas religiões ou incorporam grupos sociais às suas representações religiosas, ou funcionam como uma reinterpretação da visão católica do mundo que se expressa através da incorporação. O candomblé, derivado dos povos iorubás, se organiza dentro de um terreiro; seu centro religioso é liderado por sacerdotisas, chamada de mães de santo, ou por sacerdotes chamados de pais de santo. Os filhos de santo adoram um panteão de orixás, de acordo com o ciclo anual, semelhante à liturgia da igreja católica. Cada orixá do candomblé representa um elemento da natureza e possui uma cor e uma comida preferida. Oxum, a deusa da beleza veste amarelo, e Iemanjá, a rainha do mar, veste azul e branco. Os orixás auxiliam Deus na grande obra de perpetuação da humanidade. Poluir o ar, desperdiçar a água, destruir as árvores, desrespeitar os seres humanos são práticas contrárias à aprendizagem dos terreiros de candomblés. A umbanda, que se desenvolveu no Brasil a partir de 1920, apresenta elementos das religiões africanas, dos ritos e das crenças indígenas, do espiritismo e do cristianismo. É praticada nas áreas urbanas das regiões sul e sudeste. O papel da mulher nas religiões afro-brasileiras é fundamental e majoritário. Algumas sacerdotisas como Mãe Menininha do Gantoais, Mãe Stela e Mãe Hilda são muito respeitadas, além de conhecidas em boa parte do país. A partir da segunda metade do século XVIII, alguns mulatos, timidamente, começam a expressar por escrito, a sua presença no meio social: Caldas Barbosa é um deles. Cruz e Souza, Machado de Assis e muitos outros seguiram o caminho das letras, levaram algum tempo para expressar com tranquilidade e orgulho o ser negro no Brasil, posição, aliás, bastante corajoso, que começou a aparecer com Luiz Gama. Lima Barreto, Lino Guedes, Solano Trindade, Abdias do Nascimento e Oswaldo de Camargo, já na transição e ao longo do século vinte, contagiando uma nova geração de poetas e escritores, dos quais Edimilson Cuti, Ele Semóg, Elisa Lucinda, Conceição Evaristo, Lepê Correia emuitos outros já expressam, sem nenhuma dúvida, o ser negro no Brasil por meio daliteratura. No final do século XIX, a romancista Maria Firmina dos Reis romance Úrsula, 1856), os poetas Castro Alves e Cruz e Souza (O Emparedado, poema) se incluem entre aqueles cujas obras fazem citações diretas à África. AULA ATIVIDADE 13: Momento de leitura e reflexão Orientações Assista ao vídeo Menina bonita do laço de fita, de Ana Maria Machado. https://www.youtube.com/watch?v=XU23FT3vPZM I- Após assistir ao vídeo de Ana Maria Machado, reflita sobre as informações abaixo e redija um relatório. 1. Qual a importância da leitura para uma criança. (É muito importante ler para uma criança porque – elenque no mínimo argumentos) 2. Qual o tema da história ouvida? (Sobre o tema da história ouvida, observa-se que.... (mínimo de 5 linhas cada parágrafo). II - Após a leitura atenta do texto sobre Luís Gama, elabore um relatório com 3 pontos fundamentais de sua vida, concluindo com sua importância para o universo do negro no Brasil. Bloco IV – Políticas Sociais II Aula 2 – A Cultura Afro-Brasileira II ________________________________________________________ A imprensa negra começou sua atividade na década de 1920, dando notícias sobre a comunidade. Nomes de jornais como Menelik, Alfinete e Clarim da Alvorada fazem parte da história do negro no Brasil. As escolas de samba foram e são consideradas importantes centro que congregam negros, proporcionando a eles um espaço de sociabilidade e interação cultural. Foram originalmente reprimidas pelo Estado e, posteriormente, promovidas à agremiação fundamental da folia de carnaval. Geralmente eram originárias de times de futebol, atividade esportiva anteriormente impedida aos negros. Pode-se citar alguns nomes, como Antonio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho (1738-1814), autor d esculturas e fachadas de igrejas barrocas mineiras (Sabará, Ouro Preto, Congonhas do Campo), e de Valentim da Fonseca e Silva ou Mestre Valentim, nascido entre 1730 e 1740, falecido em 1814, escultor, cujas obras se encontram em igrejas ou parques cariocas, como Passeio Público e o Chafariz da Praça XV. Ambos são filhos de mãe africana e pai português. Em São Paulo, podemos citar o nome de Joaquim Pinto de Oliveira Thebas, construtor da antiga Sé a cidade. Não se pode esquecer os construtores e escultores dos antigos templos de matriz africana, cujas trajetórias estão por ser pesquisadas. Os escravos músicos eram altamente qualificados e suas atividades diárias se concentravam no aperfeiçoamento de sua técnica. Criou-se entre os negros e mestiços da corte e das principais vilas e cidades, entre escravos e libertos, uma tradição musical complexa e plural,

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