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A ESTRUTURA SOCIAL DETERMINA O PAPEL E O ACESSO DAS MULHERES TAMBÉM AO MERCADO DE TRABALHO

Por:   •  19/11/2018  •  Ensaio  •  1.215 Palavras (5 Páginas)  •  334 Visualizações

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mini ensaio

Teorias organizacionais II

Professor: Daniel S. Lacerda

A ESTRUTURA SOCIAL DETERMINA O PAPEL E O ACESSO DAS MULHERES TAMBÉM AO MERCADO DE TRABALHO. DENTRO DAS EMPRESAS, A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL TAMBÉM LIMITA SUA ASCENSÃO: argumentos e perspectivas sobre a estrutura das organizações, desigualdade de gênero e mudanças organizacionais.

Jeferson Marchis Ruas

INTRODUÇÃO

O presente ensaio, têm como objetivo, demonstrar o papel das mulheres perante as organizações e visa identificar as barreiras nas estruturas organizacionais que dificultam o acesso das mulheres ao mercado de trabalho.

A mudança da estrutura organizacional, que está em constante metamorfose, é objeto de estudo, bem como a gestão da diversidade de gêneros por parte das organizações buscando a equiparação de remuneração e condições de emprego referente ao número superior de homens utilizados como força de trabalho.

1 ESTRUTURALISMO E O PAPEL DA MULHER NA ORGANIZAÇÃO

A estrutura organizacional é fundamental objeto de estudo para entendermos o funcionamento das organizações e gestão de diversidade, com o objetivo de identificar as barreiras que têm dificultado as mulheres ao acesso no mercado de trabalho, posições hierárquicas e ascensão dentro das organizações. Apesar da alta participação da mulher na força de trabalho, ela ainda não ocupa posições no alto da hierarquia organizacional e não concorre em igualdade aos homens a vagas de emprego. Segundo Motta (2000) e Fournier (2006), a organização é vista como um ambiente e espaço de predomínio dos homens.

A origem da diferença do homem e da mulher perante as organizações, é resultante de valores culturais da sociedade que são levadas para dentro das organizações. Segundo Strauss (1940), “uma visão vinculada a modelos culturais”, representa o estruturalismo abstrato.

A divisão do trabalho por gênero, é um fato na história das mulheres e homens. As explicações muitas vezes se apoiaram e uma natureza biológica, a partir do papel das mulheres na reprodução humana; essa concepção busca naturalizar a divisão entre homens e mulheres. Na maior parte do século passado, enquanto o homem era o agente econômico da família, o estereótipo era de que a mulher era responsável pelo cuidado dos filhos e da casa. (CAPELLE et al. 2006).

Fica evidente uma divisão de gênero muito marcante no mercado de trabalho. Ou seja, a concentração de mulheres trabalhadoras em setores onde sua presença, ou atuação, é mais aceitável socialmente. Segundo a OIT (2018), no Brasil, a mulheres têm a tarefa de cuidar da família, o que consequentemente torna seu tipo de emprego inferior ao dos homens. O nível de desemprego também é maior entre as mulheres, um fator persistente de desigualdade. Em 2018, a taxa era de 13,2% para mulheres, e 9,8% para homens. (OIT, 2018). O relatório da organização internacional do trabalho (OIT,2018), aponta que, no mundo, a desigualdade de emprego é 48,5% das mulheres com mais de 15 anos participam do mercado de trabalho, enquanto a taxa é de 75% para homens. A diferença no tratamento de gênero, é percebida durante o estágio do desenvolvimento. As empresas investem mais nos trabalhadores homens quando se trata de treinamentos, as empresas deveriam treinar e pagar salários iguais aos homens e mulheres que exercem as mesmas funções na organização. (MOREIRA, 2016).

Um dos principais desafios para a mulher está em conciliar tempo para tarefas domésticas, acadêmicas, trabalho externo e poder permanecer com os filhos de forma a ser possível estabelecer um vínculo afetivo harmonioso e consistente. O estudo de Bruschini (1998), demonstra que, as mulheres brasileiras que possuem um emprego, recebem remuneração inferior, independente de função na empresa e escolaridade. O estudo apontou que “95, 85% dos homens receberam mais de cinco salários mínimos contra apenas 66% das mulheres, e isto entre os que tinham mais de 15 anos de estudo”. Segundo Alvesson (1997) e Billing (1997), a maioria masculina nos estudos acadêmicos de administração e nas organizações, têm papel fundamental nas estruturas organizacionais. A diversidade de gênero não é pautada nos assuntos sobre administração, o que evidencia e externa que as organizações são neutras em relação a igualdade de gênero ou, então, que são “um mundo de homens administrado por homens”.

2 MUDANÇA ORGANIZACIONAL E GESTÃO DA DIVERSIDADE

A partir de 1950, iniciou-se pesquisas e estudos acerca da diversidade no trabalho, com os estudos surge um aspecto importante, que a diferenciação de gênero seria alvo de pesquisas que resultariam em objetivos para a composição da força de trabalho (COOKE, 1999). A gestão da diversidade nas organizações é de grande importância para equiparar diferenças causadas pelas estruturas ao longo dos anos, deve-se utilizar abordagens modernas e atuais, que atendam as demandas da diversidade na força de trabalho, considerando as dificuldades de acesso das mulheres nas organizações e valorizando seu papel perante a organização.

Ao longo dos anos mudanças importantes têm ocorrido na participação das mulheres no mercado de trabalho. A cada dia, este processo se consolida e deixa de ser um movimento temporário de ascensão das mulheres nas organizações, isso demonstra o fenômeno social que é a inserção feminina como força de trabalho e se consolida como um processo contínuo e persistente (GARCIA & CONFORTO, 2012).

Atualmente, as mudanças organizacionais tentam igualar condições de trabalho entre homens e mulheres. Tais mudanças são induzidas a acontecer perante a globalização da economia e demandas do mercado de trabalho. Ainda assim, segundo Bruschini (1998), nota-se que mesmo com a crescente participação das mulheres no ambiente de trabalho, sua participação é maior no setor informal do que no setor formal da economia. As mulheres trabalham no domicílio, como empregadas domésticas, autônomas ou subcontratadas para a indústria, ainda assim, com remuneração inferior dos homens.  Figueira (1987), afirma que, a equiparação de gêneros começa na constituição do que ele chama de “família igualitária”, com mulheres e homens dividindo dentro de casa afazeres domésticos, reponsabilidades e criação dos filhos, mesmo que ainda a parcela maior de responsabilidade sobre a casa e os filhos recaia sobre a mulher.

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