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A Grendene Analise

Por:   •  23/4/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.082 Palavras (5 Páginas)  •  317 Visualizações

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Grendene: do plástico ao sucesso

        Fundada em 1971, a Grendene SA, do ramo calçadista, começou suas operações fabricando telas para garrafões de vinho. Já em 1979, a companhia veio a produzir seu primeiro calçado, denominado Melissa. Em 2004, quando se tornou uma empresa de capital aberto e, posteriormente, passou a seguir as normas do Novo Mercado (exigência da B3, em 2017), a Grendene SA já possuía três fábricas instaladas no Nordeste e duas marcas de calçados: Ipanema e Melissa. Atualmente, com 47 anos de fundação, a empresa é detentora das marcas Ipanema, Grendene Kids, Melissa, Zaxy, Grendha, Rider e Cartago, com público alvo desde o infantil aos mais diversos perfis adultos, vendendo seus produtos por meio de representantes comerciais, distribuidores, exportações diretas e através da subsidiária Grendene SA, Inc. (EUA), totalizando mais de oitenta mil pontos de vendas nacionais e internacionais.

        O setor calçadista é altamente competitivo e possui baixas barreiras de entrada, uma vez que os principais fatores que influenciam a competição são os preços, a qualidade do produto, o design e a imagem. Neste ramo de atuação, a receita da Grendene ocupa o 4º lugar do market share (7,7%) do mercado brasileiro e tem como principais concorrentes a Alpargatas SA (14,4% do market share), Adidas do Brasil (8,7%), Nike (8,2%) e Asics Brasil Distribuição (3,3%), de acordo com a análise da plataforma Euromonitor. A empresa também é responsável por cerca de 19% do consumo de calçados brasileiro e 1% do consumo mundial, sendo pelo 16º ano consecutivo, em 2018, líder em exportação de calçados produzidos no Brasil.

        Por não priorizar o ganho de share no mercado, a Grendene não teve como estratégia baixar os preços dos seus produtos. Outro ponto importante foi a precária situação econômica do Brasil, que gerou grande retrocesso no consumo interno e o encolhimento da renda do consumidor no segmento de calçados populares, visto que a Grendene atende as classes de A à E. Esses fatores resultaram em uma operação com 70% de toda a sua capacidade instalada, gerando uma redução de 9,3% na produção de calçados, com 164 milhões de pares de calçados produzidos, 76% do valor de seu pico, 216 milhões, em 2013. De 2015 para 2016, houve queda de 200 milhões no faturamento. Entretanto, parte dessa perda se recuperou em 2017, obtendo 2,3 bilhões de reais de receita líquida, mesmo patamar atingido em 2015. Além disso, o lucro líquido da empresa cresceu 6% do ano de 2015 a 2018, apesar de ter uma queda de 11% de 2017 para 2018, finalizando o ano com um lucro líquido de 585, 5 milhões de reais.

        A empresa tem como característica apresentar novas coleções trimestrais, propondo, assim, uma nova base de preços. A inflação afeta indiretamente a operação da empresa, pois diminui o poder de compra dos consumidores. O câmbio é um fator ambíguo para operação da empresa. Dado que as commodities são atreladas ao dólar, uma apreciação do real frente ao dólar ocasionaria em ganho de poder de compra. Por outro lado, os custos são em reais, nesse ambiente. A apreciação do real tem um impacto negativo, por consequência de uma queda da receita de exportação. Diante disso, a empresa utiliza derivativos financeiros para mitigar a volatilidade cambial, sendo contabilizados como despesas/receitas financeiras.

        Em 2015, seu principal ativo era contas a receber de clientes, que em 2018 subiu cerca de 10%. Assim, pode-se pensar em uma ligeira queda do poder de barganha em relação aos clientes, mas se enquadra na característica de venda a prazo do setor varejista, dado o hábito do consumidor brasileiro. Paralelamente, houve uma ligeira queda no contas a pagar de 6%, ou seja, a empresa pode estar pagando mais à vista aos seus fornecedores, mostrando um poder de barganha fragilizado. Neste período, as aplicações financeiras de curto prazo despontaram como novo principal ativo, aumentando 160% de 2015 a 2018. Esses recursos estão aplicados no mercado financeiro rendendo taxas de juros próxima à SELIC, em títulos pós e pré-fixados, segundo o relatório administrativo da empresa. Dessas aplicações, dois terços se encontram em pós-fixadas indexadas ao CDI (100,1% e 105%) e o restante são indexadas ao IPCA ou IGPM mais spread. Adicionalmente, as aplicações da Grendene são quase diárias e passíveis de resgate a qualquer momento. Dessa forma, a empresa não depende de empréstimos de terceiros para fazer seus investimentos crescerem.

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