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A INTRODUÇÃO À METODOLOGIA CIENTÍFICA

Por:   •  9/5/2015  •  Relatório de pesquisa  •  3.082 Palavras (13 Páginas)  •  203 Visualizações

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        INTRODUÇÃO À METODOLOGIA CIENTÍFICA

Yago Euzébio Bueno de Paiva Junho

Desde que o Homem apareceu na Terra luta para satisfazer duas necessidades básicas: sobrevivência e reprodução. Todas as conquistas e descobertas humanas atendem a essas exigências existenciais. Entretanto, para que pudesse satisfazer essas necessidades, o Homem precisou se relacionar com alguma coisa para construir seu caminhar no Planeta. Essa coisa chama-se natureza. O relacionamento fundamental do Homem é com o seu meio natural. Aprendemos a comer, observando o que os bichos comiam. Tornamos capazes de lutar pela sobrevivência analisando as estratégias de ataques dos animais. E; ainda, foi os nossos professores quadrúpedes nos ensinaram como abrigarmos das interpéries naturais.

Todavia não basta aprender, é preciso criar mecanismos de retenção e divulgação desse aprendizado. Para que esse conhecimento não fosse perdido pelas gerações futuras foi desenvolvida a maior invenção do Homo Sapiens de todos os tempos – a linguagem. Assim, tem início o processo de produção cultural. Cultura é a maneira como o Homem se relaciona com a natureza para satisfazer suas duas necessidades básicas. Em razão desse fato decorre a diversidade cultural entre os povos, pois os Homens não habitam os mesmos meios naturais. Natureza distinta requer formas diversificadas de extração do sustento e reprodução. Naturalmente distintos ambientes possibilitam diferentes maneiras de nomear os objetos com os quais entramos em contato. Isso explica a multiplicidade das línguas faladas no mundo. Com isso os Homens vão construindo maneiras de agir, sentir e pensar que vão, através da linguagem, sendo difundidas.

A linguagem é o veículo do pensamento. Só temos a capacidade de pensar porque externalizamos esse pensamento de alguma forma. Primeiro foi por meio de desenho, depois sinais e; por fim, palavras. Quando pronunciamos alguma palavra, não é apenas um conjunto de sons que saem de nossa boca, mas sim conceitos. Conceituar os elementos do mundo de certa forma é controlá-los. Por exemplo: quando se fala cadeira imediatamente está implícita as características desse objeto e sua utilidade. Outro exemplo: quando Pedro Álvares Cabral aportou em Porto Seguro, alguns de seus marujos levaram índios até a embarcação, assim que esses índios viram as galinhas que estavam no convés pularam no mar com medo do animal. Por que tiveram essa reação? Porque não sabiam o que eram e não tinham nenhum termo para nomear o estranho bicho.

        Segundo o filósofo norte-americano John Dewey, pensar é transformar aquilo que é desconhecido e que não controlamos em algo conhecido e controlável. Então, pensar é agir. Pensar é resolver problemas. Não existe pensamento dissociado da ação. Por conseguinte, só podemos transformar a natureza à nossa volta porque agimos sobre ela. Para agir precisamos pensar. Para pensar precisamos nomear as coisas. Daí a importância para a humanidade da ciência que nada mais é do que uma linguagem que traduz os dados da natureza ao Homem. O avanço científico é o acúmulo de vocabulário para explicar os fenômenos que acorrem no mundo.

        Pensar é o nosso caminho ao conhecimento. Mas para quê precisamos do conhecimento? Todo mundo já passou pela experiência de estar à noite em casa e de repente acabar a luz. É angustiante a sensação de caminharmos pela casa, a procura de velas; por exemplo, sem enxergarmos por onde estamos indo. Sentimos insegurança e medo. O conhecimento serve justamente para isso – iluminar nosso entendimento do mundo. Pense que você está em um meio ambiente onde não conhece nada. Não sabe para o que servem as coisas. Não faz a menor idéia do que serve ou não para comer.

        Existem quatro tipos de conhecimento. O primeiro deles foi o pensamento mítico. Mito é a explicação mágica para a origem das coisas. Imaginem os primeiros homens a pisar no solo terrestre olhando para o céu. Durante um tempo, viam o dia claro com uma enorme bola amarela e quente. Depois o mundo ficava escuro com uma bola menor branca e um monte de pontos também brancos. Não tinham o conhecimento para entender que se trata do sol, da lua e das estrelas. Acharam que eram Deuses. Isso dá racionalidade à existência. Mesmo de maneira rudimentar torna o mundo inteligível. E mais, faz do conhecimento algo funcional. Se a colheita não era boa, algum deus poderia estar descontente com a comunidade e resolveu castigá-los. Então, fazia-se mister aplacar a ira divina com sacrifícios. E assim para todos os aspectos da vida.

        A segunda maneira de tornar a vida inteligível veio com o pensamento religioso. A religião é um desenvolvimento do mito. Ancorado na fé (que é crença em algo que não se pode ver), traça um roteiro de ações e pensamentos que possibilitam ao Homem transitar pelo mundo terreno e, principalmente, pelo mundo do além. Quem segue alguma religião – independentemente de qual denominação – tem um conjunto de regras (dogmas) a serem respeitadas. Isso dá ao indivíduo uma visão de mundo, um norte, uma direção segura para viver.

        O terceiro tipo de conhecimento é o filosófico. É a tentativa de explicação racional do mundo, através de especulações teóricas. Busca a compreensão da essência das coisas. Quer chegar à verdade última das coisas. Pretende desenvolver técnicas de bem viver e se relacionar com os outros. Atingiu o ponto máximo com os Gregos. Os maiores expoentes do pensamento filosófico foram: Sócrates, Platão e Aristóteles.

        Por fim, o último tipo de conhecimento é o conhecimento científico. É o foco do curso de Metodologia da Pesquisa Científica. Esse conhecimento busca a explicação racional do mundo, tal qual a filosofia, entretanto com o amparo da experimentação, do teste. A ciência busca reproduzir os fenômenos naturais em laboratório para extrair relações de causa e efeito. Quer descobrir as leis de funcionamento dos fenômenos para classificar o mundo. Aquilo que não pode ser provado por testes e verificações, não pode ser considerado existente. Daí a incompatibilidade entre alguns princípios científicos e religiosos.

        O que tem que ficar claro é que não existe um tipo de conhecimento melhor ou pior que o outro. Nós os utilizamos nas mais diversas situações do cotidiano. Quem nunca bateu três vezes na madeira para espantar azar. Ou não usa um cordão, corrente ou fita para dar sorte. O que explica o fato de que o primeiro Homem a pisar na lua estar  com um pé de coelho no bolso. Quem não tem receio de olho gordo? Aliás, como pode o olho ser gordo? Esses são exemplos de utilização que fazemos do pensamento mítico que pode ser identificado com o nosso folclore.

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