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A SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO ENFERMAGEM

Por:   •  10/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  9.304 Palavras (38 Páginas)  •  473 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

O cuidado com a saúde e a segurança no trabalho, pode ser identificada desde épocas antigas, onde o homem procurava protecção contra os animais ferozes e contra os fenómenos atmosféricos, abrigando-se nas cavernas. Ele usava o fogo e armas (flechas) para se proteger, mas aumentaram os riscos. Para chegar às suas cavernas, situadas nas encostas das colinas, usavam uma escada tosca (malfeita) e perigosa, lascas de madeira amarradas em troncos de árvores. Hoje, parece insegura, mas, para a época representava um novo progresso científico.

Para os nossos dias, segundo Chiavenato (1989), por causa das novas descobertas tecnológicas, das crescentes inovações e exigências dos sectores de trabalho, tornou-se imprescindível a valorização da qualidade de vida, da saúde e do conforto do trabalhador no seu ambiente de trabalho, contribuindo deste modo para um melhor desempenho, não só do trabalhador como indivíduo, mas das organizações como um todo.

O presente estudo visa tratar sobre as condições de trabalho e os riscos ocupacionais vivenciados pelos funcionários da área de enfermagem em um contexto de trabalho precário no sector público de saúde.

Delimitação do Tema.

Muito se fala sobre os riscos ocupacionais, quer na vida dos trabalhadores, quer na vida das organizações.

É importante realçar que os riscos ocupacionais são os determinantes dos problemas de saúde dos trabalhadores de enfermagem hospitalar e da consequente perda de qualidade dos cuidados por eles executados aos pacientes. A pesquisa será realizada no Centro de Saúde 7 de Abril, na Cidade de Chimoio, no período de Junho a Dezembro de 2016 e será direccionada aos trabalhadores de enfermagem geral e enquadra-se na área de Higiene e Segurança no Trabalho, sobre factores de risco na área de enfermagem.

Problematização do tema.

Carrasco (1989) define risco ocupacional como a probabilidade de acontecer alguma alteração à saúde física e mental do trabalhador, em função de sua exposição aos factores de riscos no seu processo de trabalho. Esses riscos podem provocar doenças ocupacionais, incapacidades ou acidentes, com importantes consequências sociais e económicas para o profissional, as organizações e a sociedade. O pessoal de saúde, constitui um grupo de risco, dadas as condições de trabalho a que são expostos, que são as longas horas de trabalho, a carga do trabalho em si, perca de sono entre outras situações que, segundo MARZIALE (1999), são capazes de prejudicar a produtividade, a qualidade da assistência prestada aos pacientes e a saúde dos trabalhadores. Este autor aponta que estes factores são oriundos dos agentes: físicos, químicos, biológicos, ergonómicos, psicossociais e de acidentes.

O pessoal de saúde integra a equipa médica que é o principal responsável por prestar assistência aos doentes, observando o seu estado geral, e sempre atentos à higiene e ao bem-estar do paciente, mas a vida pessoal não tem sido fácil, até porque têm de sobreviver a tudo: baixo salário, sucessivas e infundadas reclamações dos utentes e o custo de vida.

O dia mal que começou, tem de aturar tudo, lutar pelo transporte de modo a chegar a tempo e horas ao seu local de trabalho, pelo que tem de acordar muito cedo para se preparar.

Só o trajecto ao local de trabalho já é um perigo, nos dias de hoje há muitos relatos de acidentes de viação. Os transportadores semi-colectivos de passageiros não se preocupam com a segurança dos seus passageiros.

Após a chegada ao serviço, o enfermeiro deve atender uma enorme fila de gente de vários tipos de atitudes, o que pode provocar o stress por parte do trabalhador e debilitação dos serviços prestados aos utentes.

O rácio enfermeiro/paciente em Moçambique é de 4,6 para dez mil habitantes, abaixo da média recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que estabelece uma proporção de 10 para cada dez mil habitantes.

Mais ainda e para o mais específico, o número de utentes para cada enfermeiro é de 100 pacientes, um facto que afecta negativamente o trabalho. Aliás, atender 100 pacientes por dia não é fácil, uma vez que o enfermeiro que está a atender já está cansado e não tem paciência para ouvir o doente. Todos os aspectos mencionados acima afectam com a situação física e psicológica do trabalhador.

Entretanto, face às situações apresentadas acima, levanta-se o seguinte problema:

  • Até que ponto os factores de riscos ocupacionais afectam à saúde dos colaboradores de saúde e no desempenho daquela Unidade Sanitária?

JUSTIFICATIVA.

O pessoal da saúde trabalha num ambiente, que nem sempre oferece condições favoráveis à sua saúde, o que torna o trabalho precário, pelo excesso de trabalho físico e mental, pela acumulação de horas trabalhadas ou pelas condições de remuneração, pela pelo quantitativo de pacientes atendidos;

O meu interesse em abordar este tema "Condições de trabalho, factores de riscos ocupacionais para os trabalhadores de enfermagem" surge em função de ter observado as condições de trabalho dos trabalhadores de enfermagem e a necessidade de chamar atenção aos profissionais sobre os riscos aos quais se expõe e que podem causar danos à própria saúde do Trabalhador.

Este estudo é importante para o Hospital em análise, uma vez que as condições de trabalho, quando não forem satisfatórias, podem afectar não só à saúde do funcionário de enfermagem como indivíduo, como também ao desempenho da instituição como um todo, uma vez que pode levar ao adoecimento do trabalhador e, consequentemente, ao absenteísmo. Pode trazer prejuízos para a operacionalidade e qualidade do cuidado a ser prestado aos utentes, bem como, aumento da carga de trabalho dos demais elementos da equipa de enfermagem quando não é possível uma substituição efectiva.

Podemos tomar ainda em conta que as longas jornadas de trabalho podem levar a uma sobrecarga física e mental, comprometendo o sono ou ainda o repouso, o que vem a repercutir na vulnerabilidade do trabalhador aos acidentes e/ou doenças ocupacionais.

A necessidade de aprofundar os meus estudos na matéria de saúde e segurança no trabalho, permitiu-me pensar em estudar o tema. Um outro aspecto a tomar em consideração é a consciencialização tanto à equipa de enfermagem quanto aos dirigentes das Unidades de Saúde sobre a necessidade de tomarem a peito a questão de saúde e segurança no trabalho durante a afectação do pessoal nas US.

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