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ASSÉDIO MORAL CAUDADO ÀS MULHERES EM EMPRESAS DE MÉDIO E GRANDE PORTE

Por:   •  1/4/2015  •  Artigo  •  2.868 Palavras (12 Páginas)  •  307 Visualizações

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A trajetória das mulheres no mercado de trabalho brasileiro – uma breve revisão bibliográfica

Gisele Santos André

Discente do curso de graduação em Administração da Faculdade do Interior Paulista - FAIP

Talita Prado Barbosa Roim

Docente do curso de Administração da Faculdade do Interior Paulista - FAIP

Resumo: Desde o começo dos séculos as mulheres eram consideradas inferiores em relação aos seus maridos, enquanto eles trabalhavam, elas ficavam em casa realizando os mais variados trabalhos domésticos. Foi a partir do século XIII, na Europa, que elas começaram a mostrar suas habilidades na produção de seda, veludos, etc. No entanto, continuaram pouco valorizadas, e no século XVIII, com o desenvolvimento dos sistemas econômicos, novas fábricas de tecidos foram criadas, e com isso, ocasionaram a inserção das mulheres e as crianças no mundo do trabalho, sendo, por sua vez, uma mão de obra explorada, com baixos salários e nenhuma ou quase nenhuma condição de trabalho. Foi durante as 1º e 2º Guerras Mundiais que elas tiveram que assumir os papéis dos homens em cuidar dos negócios da família e tomar decisões, uma vez que seus maridos haviam ido para a guerra. Com o passar dos anos, as mulheres do mundo vêm ganhando seu espaço na sociedade, mas ainda com dificuldades e discriminações, pois além de seus salários serem menores, elas constantemente convivem com assédio moral e sexual por parte de seus superiores e colegas de trabalho. Dessa maneira, temos por objetivo nesse artigo levantar material bibliográfico com base teórica para compreender de que maneira as mulheres tomaram uma posição e passaram a fazer parte da vida pública na sociedade moderna. Especificamente, trataremos de dados bibliográficos sobre o desenvolvimento das mulheres no Brasil.

Palavras-Chave: Brasil. Mulheres.  Mundo do Trabalho.

A história das mulheres no mercado de trabalho

              Desde os primórdios da civilização, quando o homem começou trabalhar, as mulheres tinham que ficar em casa para cuidar dos afazeres e dos filhos. Elas tinham que ser belas, se assim não fossem, eram desprezadas e mal compreendidas, sendo consideradas meras escravas dos maridos (Rochadel, 2007).

             Na Palestina, as meninas de até 13 anos eram vendidas pelos pais, para se casarem. Muitas das mulheres viviam enclausuradas, e as que arriscavam sair para trabalhar no comércio, eram desprezadas. E no século XIII, durante o Renascimento Cultural e Comercial na Europa, que suas habilidades manuais começaram ganhar destaque em algumas atividades, como na produção de seda, veludos, etc. (SALATINI, 2002)

       No Brasil, ainda predominava a escravatura, e foi após a abolição, em 1813, que as camponesas e ex-escravas encontraram um novo modo de sobreviver, vendendo doces e quitutes nas ruas.

        Segundo Rochadel (2007), na Idade Média, elas começaram a exercer algumas atividades, antes exercidas pelos homens, mas ainda assim, eram discriminadas.

        Foi então, na Idade Moderna, que as mulheres assumiram novas ocupações nas fábricas de tecidos que foram surgindo. E com a Revolução Industrial Inglesa, a partir do século XVIII, que elas começaram disputar emprego com os homens, pois elas trabalhavam mais por menos, e segundo Sidney Webb (1973), o que elas produziam tinha menor valor. E não só as mulheres trabalhavam nessas fábricas, mas as crianças também, e em condições sub-humanas, chegando a ganhar apenas um terço do salário masculino. Nessa época, não existia nenhuma lei que as protegiam, nem quando estavam grávidas, e o salário delas era pago conforme a vontade do patrão, ou seja, era bem mais vantajoso contratá-las.

         No dia 8 de março de 1857, as operárias de uma fábrica em Nova York, resolveram fazer greve, a fim de conseguir redução na carga horária e condições mais humanas de trabalho. Sofrendo represálias, foram trancadas na fábrica que foi incendiada, e morreram 130 tecelãs.

        Foi a partir de 1919 que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) começou a criar convenções para regulamentar o trabalho da mulher.

       Com as duas Grandes Guerras, elas tiveram que ocupar o lugar dos homens nas indústrias. E no Brasil, foi a partir do governo de Getúlio Vargas, que começou a era dos direitos trabalhistas, como por exemplo, o decreto nº 21.417-A, de 1932, que foi a primeira norma que tratou dos direitos da mulher, proibindo o trabalho noturno das 22 às 5 horas, e proibindo a remoção de pesos. Mas foi em 1944, depois que surgiu a CLT, foi admitido o trabalho noturno para elas. E com o tempo veio surgindo mais leis defendendo os direitos das mulheres.

Surge a necessidade de uma política protecionista em relação à mulher, porém, a limitação da jornada de trabalho da mulher e a proibição do trabalho noturno resultaram em um barateamento ainda maior do trabalho da mulher. (ROCHADEL, 2007, p.2)

        E em 1966, o pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais determinou a igualdade de direitos entre homens e mulheres.

A inserção das mulheres no mercado de trabalho não foi uma tarefa fácil, e durante a história da humanidade, elas vêm acumulando inúmeros papéis sociais. Essa luta está longe de terminar, mas vários direitos já foram conquistados e o reconhecimento do trabalho da mulher no competitivo mercado atual cresce a cada dia. (SALATINI, 2002 p. 1)

        Até o ano de 1985, mulheres de 18% das famílias brasileiras que viviam em extrema pobreza, trabalhavam, não porque queriam ser independentes, mas porque se assim não fizessem, não sobreviviam. Mulheres essas que tinham que colocar comida dentro de casa, devido ao estado de invalidez total ou parcial de seus maridos, que haviam sobrevivido da guerra.

    No final, do século XIX, foi observado que havia forte concentração da participação feminina no trabalho agrícola, atividades nas pequenas empresas manufatureiras e comerciais e na escravidão. (ZYSBERTAYN, 1985)

    Segundo uma pesquisa feita pelo IBGE, entre os anos de 1872 e 1950, houve um declínio da participação das mulheres nessas atividades, só então a partir de 1960 até 1980 que a participação delas no PEA (População Economicamente Ativa) aumentou como mostra tabela abaixo:

                            Evolução da Participação Feminina na PEA

                                                     1872 – 1980

                                                         Brasil

Anos

                                                     % de mulheres na PEA

1872

45,5

1900

45,3

1920

15,3

1940

15,9

1950

14,7

1960

17,9

1970

21,0

1980

28,0

Fonte: Censos Demográficos- IBGE (ZILBERSTAYN, 1985. P. 18).

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