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Por:   •  1/3/2016  •  Seminário  •  1.662 Palavras (7 Páginas)  •  199 Visualizações

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Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 1 - Jan/Jun 2008 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CONSTRUÇÃO DA SUSTENTABILIDADE Pequenas escolas na construção da eco-responsabilidade local ENVIROMENT EDUCATION AND SUSTAINABILITY CONSTRUCTION Small schools in the construction of the local echo responsability Margarete da Silva Ramos Mestranda em Engenharia Ambiental pelo CEFET CAMPOS Graduada em Sistemas de Informação- FSMA / Licenciada em matemática -UFF e-mail:mramos_2006@yahoo.com.br Ronaldo da Silva Ramos Professor e Diretor da Rede Municipal de Educação em SFI Graduando em Sistemas de Informação e-amil:ronaldosr1000@yahoo.com.br Resumo: Os desafios da sociedade contemporânea são complexos e exigem ações coletivas que possam redefinir nossas relações produtivas, cultural e social oportunizando uma vivência mais sustentável. Este presente artigo analisa um projeto de educação ambiental com pesquisa participativa no ambiente escolar realizado numa escola pública em São Francisco de Itabapoana - RJ. Esse trabalho mostra os desafios da comunidade educativa em transformar sua própria realidade, dirigente e docentes de superarem sua inércia no processo educativo e estudantes se apropriarem de conhecimentos que podem mudar sua relação com o ambiente tornando-o sustentável. A metodologia aplicada foi pesquisa participativa. Palavras-chave:educação, sustentabilidade, meio ambiente; Abstract: challenges of contemporary society are complex and require collective actions that can redefine our relations productives, cultural and social given oportunities to an existence more sustainable. The present paper analyzes a project of environmental education in the school environment to be realized in a school in São Francisco of Itabapoana – RJ. This paper by the challenge of the educational community to turn its own reality, leader overcome their inertia and teachers in the educational process and students of own knowledge that can change its relationship with the environment making it sustainable. The methodology developed of interviews and questionnaires. Key-words: education, sustainability, environment. Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 1 - Jan/Jun 2008 1. INTRODUÇÃO Quando a tônica é desenvolvimento a sociedade atual tende a pensar num padrão de consumo e numa realidade que em sua concepção não traduz condições de promover a sustentabilidade dos sistemas, sejam eles locais ou o global. Estudos e análises recentes apontam para caminhos contrários para se ter o desenvolvimento que seja menos excludente e desigual, como economia popular, ações coletivas locais, economia solidária ( LEROY At Al, 2003). Os espaços de interações sociais são propícios ao engajamento e a concepção de ações coletivas. Neste sentido, o ambiente escolar se revela como um centro de atividades e relações que devem ser estimuladas para ações emancipatórias das amarras do capitalismo e do consumo. Para um desenvolvimento includente o homem precisa, no entanto, da garantia de seu sustento que se traduz pelo trabalho e pelos direitos humanos básicos tais como saúde, educação, moradia. A fragilidade do ambiente rural destituído desses direitos tem definido um panorama de desolação ambiental e humana caracterizando uma relação predatória dos recursos e por vezes uma acomodação frente a políticas assistencialistas A restrição de informação e conhecimento acadêmico no contexto rural também contribui para a inércia diante de mudanças sociais, pois a escola também se constitui um meio empobrecido de cultura. Segundo Sachs, A educação é essencial para o desenvolvimento, pelo seu valor intrínseco, na medida em que contribui para o despertar cultural, a conscientização, a compreensão dos direitos humanos aumentando a adaptabilidade e o sentido de autonomia, bem como a auto confiança e a auto estima (SACHS, 2004. p. 39). Portanto, seguramente ações desencadeadas no espaço escolar devem ser estimuladoras de sustentabilidade local e regional, quando interferem diretamente nos aspectos sociais e culturais. Ainda sobre a educação para a busca da sustentabilidade, no documento do MMA intitulado “A carta da Terra”, no capítulo IV Democracia, não violência e paz; Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 1 - Jan/Jun 2008 Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável. a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável. b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade. c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais. d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável. Longe de ser um discurso ideológico, a educação deve cumprir o papel de mediadora no processo de construção da cidadania responsável, na consciência coletiva da finitude dos recursos e na urgência de se conhecer os potenciais naturais de cada comunidade. Neste artigo é feita uma análise de um projeto de educação ambiental no ambiente escolar realizado numa escola Pública na localidade de Valão Seco, em São Francisco de Itabapoana - RJ, a visão dos efeitos que esse projeto determina sobre os atores participantes e suas relações, com o objetivo de mostrar a força de ações em pequenas comunidades escolares. O trabalho se divide em três partes. A primeira apresenta uma discussão sobre o termo desenvolvimento sustentável. Na segunda é feita a apresentação do projeto e do contexto por onde se analisa o desafio da comunidade educativa em transformar sua própria realidade, dirigente e docentes em superar sua inércia no processo educativo e estudantes em se apropriarem de conhecimentos que podem mudar sua relação com o ambiente tornando-o sustentável. E na terceira parte considera-se a complexidade do ambiente educacional pelas suas implicações sociais e humanas articulado com a pesquisa participativa que torna possível a transformação de um ambiente e sustenta o argumento de que a participação coletiva em sistemas locais pode tornar projetos como esse uma iniciativa real para ações sustentáveis. 2. SUSTENTABILIDADE O tema sustentabilidade tem sido exaustivamente utilizado como adjetivo para o Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 1 - Jan/Jun 2008 desenvolvimento e este sempre surge como sinônimo de crescimento econômico, o aumento de consumo e aumento de produção. Neste contexto o conceito de desenvolvimento se traduz como um grave equívoco se a ele estiverem associados os processos e arranjos capitalistas que determinam a realidade mundial deste início de século. Sobre esta questão Leroy et al, no livro “Tudo ao mesmo tempo agora” reflete sobre as duas idéias que levam ao erro conceitual de um desenvolvimento que nunca poderá ser sustentável. A primeira de que os países de Terceiro mundo devem atingir o ideal que os ditos desenvolvidos seguindo um mesmo plano de desenvolvimento. E o segundo e bem mais critico é que essa idéia leva ao precedente de que há condições planetárias suficientes para que todos atinjam esse desenvolvimento esperado (Leroy et al, 2002). Na noção de sustentabilidade os recursos naturais e o meio ambiente seriam usados sem esgotar os primeiros e sem tornar o segundo inviável para a vida humana. A lógica do desenvolvimento globalizado, portanto, se baseia na inesgotabilidade dos recursos que não pode ser sustentável. O conceito de desenvolvimento sustentável foi proposto, em 1987, pela Comissão Mundial do Desenvolvimento e Meio Ambiente, que foi formada em 1984 pela Organização das Nações Unidas. Essa comissão estudou durante três anos os conflitos entre os crescentes problemas ambientais e as necessidades das nações em desenvolvimento. No relatório final intitulado “Nosso Futuro Comum” a comissão definiu como desenvolvimento sustentável: “atender às necessidades da geração presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades” (BRAGA, 2000). Este conceito carrega bastante subjetividade, segundo Braga, na definição do que sejam necessidades futuras e, sobre a questão do grau de desenvolvimento de um país ou região, o que é diferente para cada local, mas no entanto, se processa em termos ambientais como uma responsabilidade global, sem ao qual ninguém pode negar, por exemplo, que aquilo que se produz de poluição em nível local poderá afetar muitos outros ambientes. Este conceito foi refinado até a Cúpula sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joanesburgo, em 2002, levando a avanços epistemológicos como a Revista Visões 4ª Edição, Nº4, Volume 1 - Jan/Jun 2008 inclusão da sustentabilidade social como um componente essencial. Pelos critérios de sustentabilidade social o crescimento econômico não traz desenvolvimento senão contribuir para a redução da pobreza e das desigualdades (SACHS, 2004 p.36) A partir da Conferência da Rio 92, a Agenda 21, um dos principais documentos resultantes dos trabalhos da conferência, evidencia a responsabilidade dos países desenvolvidos na crise ambiental mundial, ao mesmo tempo convida a todos a participarem de forma igualitária de um mutirão comum co-responsabilizando a todos em esfera política e social, mesmo que não seja por ações erradas do passado, mas por aquelas que se vai fazer hoje e no futuro. No entanto essa ”igualdade” de responsabilidade é equivocada, pois mesmo que países pobres e suas populações excluídas façam mal uso de seus recursos, sabemos que maior é a responsabilidade daqueles, que além de deter o poder econômico e a cultura por seu nível de desenvolvimento, teriam muito mais poder de escolher as ações corretas para o bem estar global. Não obstante esse fato, ainda assim, todos os povos da terra devem se sentir responsáveis pelo futuro do planeta como forma de não apenas haver sensibilização, mas a interiorização que suscita a ação e que desencadeia um planeta sustentável e democrático. Se em esfera global a discussão é ainda bastante difícil, os diálogos locais e as ações coletivas têm sedo referenciadas como fortes aliadas para uma proposta sustentável de desenvolvimento. Buscar a sustentabilidade em espaços rurais, por exemplo, deve incluir a inclusão de trabalhadores rurais em projetos de eco culturas, de utilização sustentáveis da biodiversidade, de manejo ordenado do solo e de propiciar a garantia das necessidades básicas à populações rurais que já nem se sentem mais inseridas em seus próprios espaços invadidos e ocupados com monoculturas ditas essenciais para o desenvolvimento. Este desenvolvimento ainda não pôde ser sustentável para essas populações. Os caminhos para a superação de pressões capitalistas e globalizantes em ambientes rurais e interiores do Brasil ainda é muito mais difícil de serem estabelecidos, visto que somente nos últimos anos as Universidades têm se mostrado interessadas em abrir novas frentes de trabalho no interior. Muitas ações realizadas nas comunidades

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