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Ansiedade Como Entender

Por:   •  28/11/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.357 Palavras (6 Páginas)  •  100 Visualizações

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2. AUTOR E OBRA

Margaret Eleanor Atwood, nasceu em 18 de novembro de 1939 em Ontário, Canadá, e é considerada uma das escritoras mais inovadoras do século XX. Famosa por seus romances, contos e poemas, a autora é conhecida pela grande habilidade que tem de conectar seus personagens fictícios com a realidade, fazendo com que o leitor reflita sobre a sociedade em que vive. Isso acontece principalmente pelo fato de suas obras se basearem muitas vezes em acontecimentos históricos, o que gera no leitor, o tempo inteiro uma sensação de familiaridade com os eventos narrados.

Atwood começou a escrever quando tinha apenas 5 anos de idade, decidindo levar o trabalho a sério e se tornar uma escritora uma década mais tarde. Em 1957 ela começou a estudar na Universidade de Toronto e teve a oportunidade de publicar seus primeiros poemas e artigos. Seus poemas eram geralmente inspirados por mitos e contos de fadas, temas com os quais Atwood cresceu. Logo após sua formatura, Atwood concluiu mestrado em Literatura Inglesa pela Universidade de Radcliffe, Cambridge, Massachusetts, em 1962, o que lhe deu a oportunidade de além de escrever, ministrar Literatura Inglesa em várias universidades americanas e canadenses no decorrer de sua carreira.

Embora Atwood tenha escrito, durante sua vida, sobre uma grande variedade de temas, a escritora é mais conhecida pelas suas histórias com perspectiva feminista. Seus trabalhos mais famosos geralmente focam em personagens femininas fortes e independentes, em sua busca por identidade em sociedades predominantemente patriarcais. Nessas narrativas, Atwood faz com que o leitor reflita sobre o papel da mulher na sociedade e como a mesma é geralmente subjugada e vista como inferior ao homem, o que faz com o que o leitor entre em contato com questões muitas vezes pouco faladas no nosso dia a dia.

The Handmaid’s Tale, obra publicada em 1985, se enquadra bem nessa temática. A obra é considerada um clássico contemporâneo e já vem sendo estudada em universidades ao redor do mundo há um bom tempo. A obra já foi adaptada para filme, ópera, peça de teatro, e mais recentemente para série de tv, pelo serviço de streaming americano Hulu, ganhando vários prêmios e fazendo com que essa história ganhasse muita atenção da mídia mais de 20 anos após sua publicação.

A trama do livro se passa em um futuro próximo, mais ou menos sete anos no futuro, e nos conta sobre como os Estados Unidos da América sofrem um golpe de um grupo de fanáticos religiosos de extrema direita autointitulados “Filhos de Jacó”. Desse momento em diante, a constituição é suspendida, e é estabelecida em seu lugar um regime totalitário teocrático, estabelecendo a República de Gillead. Esse grupo usa como pretexto, a necessidade de restaurar os valores cristãos e os bons costumes, tendo como base uma interpretação extrema do Antigo Testamento da Bíblia.

No centro dessa revolução, descrita pela autora, há uma alta taxa de infertilidade. Isso é causado pelo grande número de desastres naturais e epidemias gravíssimas, o que dizimou grande parte da sociedade e fez  com que a maior parte dos que sobraram se tornassem inférteis, com uma grande presença de abortos e deformidades em bebês recém-nascidos, o que faz com que  mulheres férteis se torne uma raridade naquela sociedade.

Logo após a revolução há uma reestruturação organizacional da sociedade. As mulheres – as maiores vítimas nesse contexto político – são rapidamente divididas em castas, de acordo com a forma que podem vir a ser úteis para os homens. Mulheres férteis em relacionamentos vistos como não legítimos, segundo as interpretações extremas da Bíblia – sendo elas mães solteiras, mulheres divorciadas, ou casadas com homens divorciados e homossexuais –  eram enviadas às casas de políticos importantes denominados comandantes, e transformadas em aias, ou seja, sua obrigação constava agora em gerar filhos para as famílias ricas.

Para isso era realizado todo mês, em seu período fértil, uma espécie de ritual chamado “A Cerimônia”, onde a aia era estuprada pelo seu comandante na presença de sua esposa. Na narrativa, esse ritual é descrito como uma prática religiosa, sendo usado inclusive trechos da Bíblia como justificativa para tal ato. No momento que aia gerava a criança para a família ela era encaminhada para uma nova casa, onde teria que realizar seus deveres mais uma vez. Esse era sua única função naquela sociedade.

Algumas das mulheres que não eram férteis, porém, da mesma forma, não estavam em um relacionamento reconhecido por essa nova dinâmica política, eram enviadas às casas dos comandantes para executarem serviços domésticos. Elas eram chamadas de Marthas, enquanto que outras, geralmente mais velhas, chamadas de “tias”, tinham o dever de aplicar uma lavagem cerebral nas aias, fazendo com que as mesmas aceitassem seus novos deveres, as punindo física e mentalmente. As mulheres dos comandantes, por outro lado tinham o dever de ficar na casa, e observar tanto as aias como as Marthas.

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