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Análise Ambiente Externo Mercado Cosméticos

Por:   •  24/10/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.974 Palavras (8 Páginas)  •  440 Visualizações

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  1. MERCADO

2.1. Antecedentes Históricos da Atividade

A palavra cosmético deriva da palavra grega kosmetikós, que significa “hábil em adornar”. Existem evidências arqueológicas do uso de cosméticos para embelezamento e higiene pessoal desde 4000 anos antes de Cristo. Na antiguidade as matérias primas para os cosméticos provinham da natureza. Terra vermelha, hena, açafrão, Kohl (carvão), índigo, fuligem, frutas silvestres vermelhas e roxas eram utilizados na antiguidade como maquiagem. Para escurecer e sombrear os olhos e pálpebras já existia o tóxico sulfito de antimônio (VITA, 2008).

Os primeiros registros tratam dos egípcios, que pintavam os olhos com sais de antimônio para evitar a contemplação direta do deus Ra, representado pelo sol. Para proteger sua pele das altas temperaturas e secura do clima desértico da região, os egípcios recorriam à gordura animal e vegetal, cera de abelhas, mel e leite no preparo de cremes para a pele. Existem registros de historiadores romanos relatando que a rainha Cleópatra frequentemente se banhava com leite para manter pele e cabelos hidratados.

Para os egípcios, a pintura do rosto tinha um sentido mágico, religioso e ritualístico. A maquiagem começava passando uma base branca que continha cerusita (carbonato de chumbo, muito prejudicial à saúde), ou utilizavam giz e óleo de oliva que dava um tom alvo à pele, além de estenderem os olhos e definirem as sobrancelhas com cor preta do Kohl, as egípcias realçavam as pálpebras com um pó verde (a base de malaquita), nos lábios passavam o carmim que era um pigmento extraído de um inseto (FERRAZ, YABRUDE, 2013). Valorizavam os olhos acima de tudo, pois diziam que os olhos são a janela da alma. O olho do deus Hórus maquiado era considerado um amuleto sagrado e favorecia a fecundidade e protegia a saúde, era um escudo contra as energias maléficas (VITA, 2008).

No velho testamento encontram-se indícios que os judeus usavam maquiagem, possivelmente influenciados pelos egípcios (RIOS, 2010). É possível encontrar na Bíblia muitos relatos do uso de cosméticos pelos israelitas e por outros povos do antigo Oriente Médio, dentre eles: a pintura dos cílios (de Jezebel) com um produto à base de carvão e os tratamentos de beleza e banhos com bálsamos que Ester tomava para amaciar sua pele.  

Segundo PANDOLFO, 2010, os Romanos, em meados do século I a.C., usavam cosméticos e o pumice (rocha porosa, proveniente de erupções vulcânicas) para limpar os dentes, sendo atualmente utilizado em cosméticos como esfoliante. Os Romanos gostavam de aparentar que tinham o rosto bem claro, assim, eles utilizavam pó de arroz e trigo, sobre uma cobertura de azeite de oliva ou gordura animal (FERRAZ, YABRUDE, 2013).  Atores do teatro romano eram grandes usuários de maquiagem para poderem incorporar diferentes personagens ao seu repertório pastas eram produzidas misturando óleos com pigmentos naturais extraídos de vegetais (açafrão ou a mostarda) ou de rochas. Mortes por intoxicação eram comuns entre os atores, pois muitos dos pigmentos minerais da época continham chumbo ou mercúrio em sua composição.

De acordo com LEONARDI,2005, com a decadência do Império Romano veio a Idade Média, um período em que o rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e a exaltação da beleza. Os hábitos de higiene foram abandonados porque o cristianismo ensinava que os males do corpo só poderiam ser curados com a intervenção divina. Os cabelos eram lavados não com água, mas com misturas de ervas e argilas, que limpavam, matavam piolhos e combatiam outras infestações do couro cabeludo.  Durante os 400 anos seguintes, os europeus evitaram os banhos e a água era somente usada para matar a sede. Lavar o corpo por completo era considerado um sacrilégio e o banho era associado a práticas lascivas. Na Europa os cosméticos desapareceram, essa foi conhecida como a “Idade das Trevas”.

O reconhecimento do benefício da higiene pessoal cresceu ao longo do século XIX. Donas de casa dessa época fabricavam cosméticos em suas próprias residências utilizando limonadas, leite, água de rosas, creme de pepino etc. A influência do Romantismo e o contato dos europeus com os povos indígenas da América, cuja cultura estava profundamente associada ao banho e à higiene, voltaram a glorificar a natureza do banho como um ato saudável. Em 1878, foi lançado o primeiro sabonete, pela empresa Procter & Gamble.

Segundo informações contidas no site do Conselho Regional de Quimica – IV Região (2014), com a transferência da família real para o Brasil, a elegância, as modas e os costumes franceses passaram a ser copiados principalmente para disfarçar odores.

No século 20, a indústria de cosméticos cresceu muito. Em 1910, Helena Rubinstein abriu em Londres o primeiro salão de beleza do mundo. Em 1921, pela primeira vez o batom é embalado em um tubo e vendido em cartucho para as consumidoras. Nos anos 50, políticas de incentivo trouxeram para o Brasil empresas multinacionais gigantescas, como a americana Avon e a francesa L’Oréal. Essas empresas lançaram novidades como a venda direta e produtos para o público masculino. A maquiagem básica, que se compunha de pó-de-arroz e batom, foi se diversificando e se sofisticando.

Desde então o mercado de cosméticos tem crescido de forma representativa na economia mundial, porém novas formas de consumo são questionadas e repensada.  Com o desenvolvimento social e a globalização, houve o surgimento de novos movimentos e grupos de consumidores, pelo aperfeiçoamento de seus pensamentos e a aproximação com a ciência. De acordo com Bauman (1998), uma característica dos tempos modernos é o questionamento da ordem tradicional, herdada e recebida assim como a procura de um estilo de vida novo e melhor. Um exemplo disto é a filosofia vegana, que coloca em pauta a exploração animal que o ser humano causa para benefício próprio.

O veganismo pode ser entendido como um estilo de vida ético no qual se exclui todo e qualquer produto que em sua concepção utilizou de alguma fonte animal, bem como a utilização destes em experimentos científicos e como forma de entretenimento (BURGIERMAN e NUNES, 2002). Abonizio (2013) defende que “a proposta vegana é baseada no sentimento ético e contrária ao especismo, entendido como a discriminação de outras espécies baseada na presunção da supremacia humana;” (ABONIZIO, 2013, p.193). Portanto, não é tolerado praticar com outros animais o que se recusaria a praticar com humanos.

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