Aps projeto de pesquisa

Cultura Nacional

As culturas nacionais afetam de diversas maneiras o modo com as organizações são estruturadas.

Portanto, os decisores organizacionais e as pessoas que lidam com culturas diferentes definem seus ambientes em termos de sua cultura nacional.

O uso da organização multinacional permite um exame dos efeitos do país-hóspede. O interesse em diferenças culturais nacionais e em seus impactos sobre as organizações tem aumentado consideravelmente em anos recentes.

De que modo a cultura nacional se relaciona com a cultura organizacional interna? Uma resposta é fornecida por Geert Hofstede (1993), importante estudioso de organizações multinacionais. Ele encara a cultura como uma "programação mental ou software" e acredita que as culturas nacional e organizacional se sobrepõem. Para alguns temas, como relacionar-se com a autoridade, a cultura nacional é de grande importancia. Para outros, como lidar com inivações, as culturas organizacionais são importantes.

Talvez a maneira mais fácil para enquadrar o tema da cultura nacional seja examinar dois argumentos opostos: " Independência da cultura" e "determinação pela cultura". A visão "independente da cultura" prega que as características organizacionais se baseiam em fatores distintos das culturas nacionais. Esses outros fatores poderiam ser o tamanho, a tecnologia, a cultura interna ou outros ainda não considerados. O argumento de "determinação pela cultura" defende que as culturas nacionais constituem a força dominante em operação.

As organizações são afetadas pela cultura e pelo ambiente no qual se localizam, assim como pelo tamanho e pela tecnologia. Esses fatores interagem entre si, sem a proeminência de nenhum fator específico. Lincoln, Hanada e McBride (1986) sugerem que os efeitos da cultura nacional se agregam no sentido de que são acrescentados ás variações de estrutura introduzidas pela tecnologia de operações, pelo tamanho e limitações de mercado.

Projeto Organizacional

A natureza complexa do projeto organizacional é bem explicada por Starbuck e Nystrom (1981):

"Evidentemente, as pessoas e as organizações resolvem os problemas por processos que operam bem distintamente dos processos pelos quais elas caracterizam e percebem os problemas [...] Essa distinção é, provavelmente, benéfica, porque as pessoas e as organizações percebem erroneamente os problemas e os caracterizam de um modo que distorce grosseiramente aquilo que percebem. Quando as pessoas e as organizações geram soluções, a solução produtiva tenta combinar ataques múltiplos e simultâneos aos componentes dos problemas. Tentativas de solução produzem efeitos previstos e não previstos, bons e maus. Consequentemente, as tentativas de solução se tornam componentes dos problemas que tentam resolver. Os problemas iniciais, caso sejam resolvidos, são efetivamente resolvidos por meio de sequências iterativas de tentativas de solução, e essas sequências têm sucesso porque as pessoas e as organizações observaram os efeitos intermediários e reagiram a eles. Usualmente, é claro, as mudanças ambientais tornam obsoletos os problemas iniciais e a primeira solução por que eles são, na realidade, resolvidos”.

Os comentários de Starbuck e Nystrom sugerem que o projeto organizacional é problemático e incerto. O best-seller permanente de Peters e Waterman (1982), In search of excellence, contém indicações típicas da visão de que as organizações podem ser o objeto de projeto organizacional racional. Eles sugerem o seguinte:

1. Uma tendência para a ação – faça-o, experimente-o, não analise o problema exaustivamente.
2. Permaneça próximo ao cliente e compreenda as necessidades de produtos ou serviços.
3. Adote o empreendedorismo e promova a autonomia no interior da organização.
4. A produtividade ocorre por meio das pessoas, e não da tecnologia.
5. Possua valores elevados e exija excelência.
6. Tenha flexibilidade e rigidez simultâneas – faça aquilo para o qual você se encontra mais preparado.
7. Mantenha reduzido o número de empregados.
8. Pratique liberalidade e controle – permita que as pessoas ajam de modo autônomo, porém com disciplina ao mesmo tempo.

Escolha Estratégica

As escolhas estratégicas são feitas na base da “racionalidade limitada” (Simon,1957). A ideia de racionalidade limitada significa que as escolhas estratégicas não constituem necessariamente as escolhas ótimas.Preferentemente, elas parecem ser ótimas como consequências de decisões tornadas por meio do processo político no interior das organizações. O conceito de “finalidade igual” é útil neste ponto. Finalidade igual refere-se á presença de diversos meios – estruturas – disponíveis para alcançar um determinado fim – uma meta ( Katz e Kahn, 1966). As organizações se defrontam com a finalidade idêntica dos meios para obter os resultados e com a presença de múltiplas metas. É por esse motivo que a noção de escolha é importante. Uma organização defronta-se com diversas pressões ambientais e precisa escolher uma trajetória entre diversos opções, para optar por um dos objetivos.

...