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EPA - Teoria da Administração Cientifica

Por:   •  23/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.257 Palavras (10 Páginas)  •  143 Visualizações

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2.1 Teoria da administração cientifica

Theodore Roosevelt governou EUA entre 1901 e 1909. O seu governo caracterizou-se pelo fortalecimento da indústria e do comércio visando tornar o país mais forte e soberano no momento que despontava como potência mundial na disputa com a Inglaterra.

A sua política externa estava voltada para a melhoria da competitividade das empresas americanas, enfatizando a questão do desperdício no trabalho e a necessidade de uma melhor organização para administrá-lo. Além disso, um novo padrão de acumulação capitalista era imposto, no plano internacional, sustentado no industrialismo e na atuação monopolista dos capitais.

Com essa ideologia divulgada na sociedade, um jovem mecânico e posteriormente engenheiro, Frederick Winslow Taylor, irá se empenhar em resolver e identificar as causas do desperdício na indústria e de descobrir um “método científico” de administração das fábricas. Seu objetivo é o aumento da produtividade do trabalho, evitando qualquer perda de tempo no processo.

Partindo das suas práticas de trabalho e na observação e estudos dos tempos e movimentos realizados em cada operação, propôs em 1911, através do seu livro “Princípios da Administração Científica”, atitudes e princípios visando à solução desses problemas.

“Vemos e sentimos o desperdício das coisas materiais; entretanto, as ações desastradas, ineficientes e mal orientadas dos homens não deixam indícios visíveis e palpáveis; a apreciação delas exige esforço de memória e imaginação. E por isso, ainda que o prejuízo diário, daí resultante, seja maior que o decorrente do desgaste das coisas materiais, este último nos abala profundamente, enquanto aquele apenas levemente nos impressiona. (TAYLOR, 1995:22).”

No início do século XX, a classe empresarial americana foi contagiada pelas ideias de Taylor, sendo as palavras eficácia, organização e padronização as mais frequentadas no meio empresarial. A ideologia da produtividade se apossava progressivamente dos industriais, que viam na reestruturação das relações de trabalho uma maneira de conter o avanço da resistência dos trabalhadores e elevar a produtividade.

Nesse período, o conhecimento científico se torna cada vez mais decisivo para desenvolver as diversas áreas da produção industrial, pois os homens que vivem do trabalho, precisam ser transformados “cientificamente”, a fim de que possam cumprir um papel chave na base técnica e mecânica da produção industrial (DRUCK, 1999: 41).

Desse modo, a ciência passa a ter um papel essencial ao processo de produção como comenta Weil (1996):

“No começo, a ciência era apenas o estudo das leis da natureza. Depois, interveio na produção com a invenção e o aperfeiçoamento das máquinas e com as descobertas de processos que permitiam utilizar as forças da natureza. Finalmente, no nosso tempo, em fins do século passado, pensou-se em aplicar a ciência não apenas na utilização das forças da natureza, mas no emprego da força humana no trabalho” (WEIL, 1996: 135).

Dessa forma, os princípios de Taylor se respaldavam, à época, no discurso da cientificidade e da racionalidade, como fortes argumentos, para a aceitação e aplicação das suas idéias. A boa vontade de seus superiores para que desenvolvesse pesquisas nesse sentido, se justificava também pelo fato de que o capitalista deve sempre empreender todos os meios para aumentar a produção da força de trabalho que comprou.

Esses princípios vão então revolucionar profundamente as relações entre o capital e o trabalho e se propagarão, na sua essência, até os dias de hoje, com o nome consagrado de Taylorismo.

“Os Princípios da Administração Científica, de F. W. Taylor um influente tratado que descrevia como a produtividade do trabalho podia ser radicalmente aumentada através da decomposição de cada processo de trabalho em movimentos componentes e da organização de tarefas de trabalho fragmentadas segundo padrões rigorosos de tempo e estudo do movimento. separação entre gerência, concepção, controle e execução (e tudo o que isso significava em termos de relações sociais hierárquicas e,de desabilitação dentro do processo de trabalho) também já estava bem avançada em muitas indústrias (HARVEY, 2002: 121).”

Os princípios de Taylor são hoje difundidos, como parte da disciplina Teoria Geral da Administração, com uma abordagem restrita com o foco na observação das operações do trabalho, análise dos tempos e movimentos dos operários.

Para elaborar sua tese de administração científica, Taylor (1995) tenta demonstrar que o seu método tem inúmeras vantagens em relação ao que vinha sendo praticado, o “Sistema de Iniciativa e Incentivo”. Neste sistema, a iniciativa do trabalhador, essencial para a produtividade, só ocorre através de estímulos especiais aos empregadores (TAYLOR, 1995: 40).

Embora Taylor compreendesse a dificuldade da implantação de suas ideias, o sistema de iniciativa e incentivo vigente tinha uma adesão por parte da direção das empresas quase que universal. Afirmava, entretanto, que uma das principais vantagens da “Administração Científica” é que ela permitia captar a iniciativa, o esforço, a boa vontade e o engenho do empregado.

“Sob o sistema antigo de administração, o bom êxito depende quase inteiramente de obter a iniciativa do operário e raramente esta iniciativa é alcançada. Na administração científica, a iniciativa do trabalhador é obtida com absoluta uniformidade e em grau muito maior do que é possível sob o antigo sistema; e em acréscimo a esta vantagem referente ao homem, os gerentes assumem novos encargos e responsabilidades, jamais imaginados no passado (TAYLOR, 1995:40).”

Além disso, a direção das empresas deveria assumir novas responsabilidades, apresentadas em quatro princípios, para “aliviar” o peso das responsabilidades de planejamento do operário (TAYLOR, 1995: 40).

Para Braverman (1987:99) toda a gerência científica se baseia no aspecto de que o controle do trabalho possa ocorrer no controle das decisões que são tomadas no curso do trabalho.

Assim,

“Para mudar essa situação, o controle sobre o processo de trabalho deve passar à mãos da gerência, não apenas num sentido formal, mas pelo controle e fixação de cada fase do processo, inclusive seu modo de execução” (BRAVERMAN ,1987: 94).

Para Taylor, é necessária uma nova filosofia, princípios gerais e elementares que se traduzem em uma nova ciência. Para isso, um novo padrão de gestão e organização do trabalho é necessário, com novos encargos e responsabilidades para os gerentes.

É importante ressaltar que as propostas de Taylor estavam voltadas para os métodos e organização do trabalho, e não para o desenvolvimento da tecnologia, no qual seu papel foi desprezível (BRAVERMAN, 1987: 82).


2.1.1 Fundamentos da Teoria

De acordo com Chiavenato (2011) a preocupação de racionalizar as tarefas do trabalho, acabou dando origem a quatro teorias básicas, segundo Taylor, a saber:

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