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Evolução da participação da mulher no mercado de trabalho até a Diretoria de Grandes Empresas

Por:   •  28/9/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.367 Palavras (6 Páginas)  •  142 Visualizações

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Evolução da participação da mulher no mercado de trabalho até a Diretoria de Grandes Empresas

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As transformações dos diversos eventos da sociedade desde o começo da segunda metade do século XIX, trouxeram mudanças na divisão sexual do trabalho, o que leva a concluir que o avanço do capitalismo desestabilizou o espaço antes reservados aos homens e o lugar das mulheres na sociedade e no mercado. A ascensão das mulheres no mercado de trabalho foi fruto de uma necessidade premente de um mundo em colapso, e essa situação solidificou um dos maiores movimentos conhecidos atualmente: o feminismo.

A luta do direito pelo voto foi o marco inicial na primeira onda do feminismo no Brasil. Bertha Lutz, foi uma das fundadoras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, também liderou a sufragetes (primeiras ativistas do feminismo no século XIX) brasileiras. Em 1927, a líder do movimento fez uma campanha pública pelo voto, que tinha como intenção requerer a aprovação do Projeto de Lei que dava direito de voto às mulheres. No entanto, esse direito só fora conquistado em 1932, o que reflete diretamente no atraso  da evolução profissional das mulheres no Brasil. Fato esse que pode ser evidenciado pelo levantamento feito pela Forbes, em que somente 10% dos cargos em corretoras, bancos e cooperativas  de crédito são ocupados por mulheres. E quando se trata de cargos de liderança, essa ocupação feminina é ainda mais estrangulada, sendo somente 2%.

Atualmente estamos em um cenário de mudança com o aumento da presença feminina em diversos âmbitos da sociedade, mas o caminho para a equidade ainda é muito longo. Assim como outros, o mercado financeiro não é visto como lugar para mulheres, mesmo sendo elas as melhores gestoras de recursos. Uma pesquisa realizada pela Warwick Business School com 2800 investidores, indicou que as mulheres têm desempenho superior, tanto em ganhos quanto em aplicações. Em 2019 uma pesquisa realizada na Bolsa de Valores de São Paulo identificou que 340 mil mulheres investem em ações, isso representa 22,7% do total dos investidores.

No tocante a participação das mulheres em conselhos de administração no Brasil, segundo levantamento, apenas dez executivas ocupam cargos importantes na área de governança corporativa nas empresas; a falta de diversidade é o maior desafio nos conselhos de administração das maiores empresas do Brasil, para superar essas barreiras o Instituto de Governança Corporativa (IBGC) desenvolveu um programa de monitoria para conselheiras, segundo Heloisa Bedicks superintendente do IBGC o programa consiste em colocar as  participantes denominadas “mentoradas” em contato com mentores, conselheiros e conselheiras com expertise na atuação em Conselhos de Administração, desde 2016 já passaram pelo programa 41 mentoradas e 32 mentores. “Esse é um trabalho importante para visualizarmos o acesso da mulher nos conselhos” observa Heloísa que em geral possui como perfil executivas experientes em atuação no mercado que pretendem a médio e longo prazo se tornarem conselheiras; herdeiras que se interessam em atuar não só em seus próprios negócios e CFO’s que tem por objetivo melhor interagirem com o Conselho de Administração das empresas em que trabalham.

Em quase todos os países as mulheres ainda são minoria, porém políticas voltadas a promoção da diversidade nas empresas vem conquistando bons resultados, nos Estados Unidos onde cerca de 30% das 500 maiores empresas contavam com participação feminina nos conselhos em 2019, pela primeira vez, todas as 500 maiores empresas com capital aberto na Bolsa de Valores de Nova York passaram a ter pelo menos uma mulher no conselho. Destaque a seguir para cinco mulheres que conseguiram romper a barreira de gênero e ocupam cadeiras no conselho de Administração:

  • Ana Karina Dias, presidente do Conselho de Administração do Banco BMG, ela é consultora da Mckinsey;
  • Betânia Tanure, especialista em comportamento organizacional do país e uma das pioneiras na participação feminina em conselhos de administração no Brasil e conselheira da Medial Saúde;
  • Deborah Vieitas, presidente da Amcham e conselheira do banco Santander;
  • Andrea Clemente é vice-presidente de recursos humanos para a América Latina da Whirlpool (fabricante Brastemp e Consul) e conselheira da empresa;
  • Flavia Buarque de Almeida, sócia da Península Participações, conselheira da Ultrapar e Carrefour, e na França ocupa um assento no conselho da empresa de bens de consumo BRF.

Mas por que aumentar o número de mulheres nos conselhos administrativos?

Empresas com presença feminina no alto escalão apresentam maiores níveis de Governança Corporativa e de responsabilidade social e ambiental e essa conexão é maior se a proporção for acima de 30% do quadro.

Essas companhias apresentam desempenho melhor em métricas como controles internos, redução de riscos de fraude e engajamento dos stakeholders. Elas também transformam, de forma geral, ambientes de trabalho mais positivos e a reputação da marca mais forte que reflete nos números financeiros e investidores.

No Brasil as empresas investem menos em igualdade de gênero que a média global.

As mulheres no Brasil ocupam hoje 34% dos cargos de liderança sênior nas empresas, de acordo com a pesquisa mais recente do International Business Report da Grant Thornton, realizada com 4.812 empresas, em 32 países. O estudo aponta que o Brasil ocupa a 8° colocação no ranking dos 32 países, que é liderado pela Filipinas (43%), seguido da África do Sul (40%), Polônia (38%) e México (37%).

Mesmo acima média global, que é 29% dos cargos de liderança sênior sendo ocupados por mulheres, o Brasil saltou 9% em 2020 em relação a 2019, quando tinha apenas 25% dos cargos sendo ocupados por mulheres.

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