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Monografia administração

Por:   •  29/4/2016  •  Monografia  •  10.260 Palavras (42 Páginas)  •  175 Visualizações

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INTRODUÇÃO

        Um dos aspectos mais importantes na vida do jovem, a escola enfrenta o desafio de reconhecer o adolescente como alguém que desempenha vários papéis na sociedade. Mas até que ponto o rapaz e a garota se sentem verdadeiramente reconhecidos em suas múltiplas identidades? Será que o ambiente escolar permite que o jovem se expresse não apenas como aluno? Os educadores estão preparados para ver no estudante também o trabalhador, o pai ou a mãe, o filho ou o músico? Tais questões trazem à baila a discussão da função da escola na construção da(s) identidade(s) da juventude.

        Desde o seu primeiro dia na sala de aula, a criança recebe indicações sobre o seu papel naquele espaço. Começa aí o desenvolvimento de uma de suas identidades - a de aluno. Em um processo gradual, ela descobre regras, papéis, deveres e direitos.  Na adolescência, quando as possibilidades do "eu" se multiplicam rapidamente, ganha ainda mais peso o questionamento da instituição escola, da figura do professor, da "importância" de se aprender e da "utilidade" do que se aprende. O comportamento do jovem, nesse caso, enfrenta resistências de muitos professores. Manifesta-se uma espécie de sacralização da escola. O educador tende a repetir chavões como: "O jovem não entende a importância do colégio" ou "A imaturidade leva o aluno não perceber que fazemos o melhor para ele". A escola - ou o professor - sabe sempre o que é melhor para o aluno.

        Porém muitos educadores já perceberam a importância de a escola ser também mais um espaço para expressão das múltiplas identidades dos jovens. Dessa forma, o aluno tem a oportunidade de desenvolver e aprimorar algumas habilidades valorizadas fora do ambiente escolar e que facilitam o aprendizado. O próprio aspecto contestador da adolescência pode - e deve - ser utilizado pelo educador, por exemplo, no sentido de estimular o exercício da cidadania ou de demonstrar a importância do respeito à diversidade de opiniões.        

        Ao entender que a educação é um processo de construção coletiva, contínua e permanente de formação do indivíduo, que se dá na relação entre os indivíduos e entre estes e a natureza, a escola é, portanto, o local privilegiado dessa formação, porque trabalha com o conhecimento, com valores, atitudes e a formação de hábitos. Assim, é importante que a escola seja um espaço onde se formam as crianças e os jovens para serem construtores ativos da sociedade na qual vivem e exercem sua cidadania.

        A temática do presente trabalho está voltada para a escola, como espaço sociocultural que busca unificar e delimitar a ação dos seus sujeitos – adolescentes. Sinteticamente a temática circula entre os termos escola-adolescente-sociedade. Diante da mesma elabora-se a seguinte situação problema: a escola está preparada, pode ser considerada ou tem noção da sua importância enquanto ferramenta mediadora da relação entre o adolescente e a sociedade?

        A justificativa do mesmo está em analisar a escola como espaço sociocultural significa compreendê-la na ótica da cultura, sob um olhar mais denso, que leva em conta a dimensão do dinamismo, do fazer-se cotidiano, levado a efeito por homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, negros e brancos, adultos e adolescentes, enfim, alunos e professores, seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos, presentes na história, atores na história. Falar da escola como espaço sociocultural implica, assim, resgatar o papel dos sujeitos na trama social que a constitui, enquanto instituição.

        A escola, como espaço sociocultural, é entendida, portanto, como um espaço social próprio, ordenado em dupla dimensão. Institucionalmente, por um conjunto de normas e regras, que buscam unificar e delimitar a ação dos seus sujeitos. Cotidianamente, por uma complexa trama de relações sociais entre os sujeitos envolvidos, que incluem alianças, conflitos, imposição de normas e estratégias individuais ou coletivas, de transgressão e de acordos. Um processo de apropriação constante dos espaços, das normas, das práticas e. dos saberes que dão forma à vida escolar. Fruto da ação recíproca entre o sujeito e a instituição, esse processo, como tal, é heterogêneo. Nessa perspectiva, a realidade escolar aparece mediada, no cotidiano, pela apropriação, elaboração, reelaboração ou repulsa expressas pelos sujeitos sociais.

        Desta forma, o processo educativo escolar recoloca a cada instante a reprodução do velho e a possibilidade da construção do novo, e nenhum dos lados pode antecipar uma vitória completa e definitiva. Esta abordagem permite ampliar a análise educacional, à medida que busca apreender os processos reais, cotidianos, que ocorrem no interior da escola, ao mesmo tempo em que resgata o papel ativo dos sujeitos, na vida social e escolar.

        O objetivo geral deste se faz em reconhecer o real papel da escola como ferramenta mediadora da relação entre a sociedade e o adolescente. Os objetivos específicos são: (1) verificar o conhecimento que a escola tem do seu real papel na sociedade atual; (2) identificar a consciência que a escola possui sobre a necessidade de seu trabalho responsável mediante ao Ensino Médio, em especial ao adolescente; (3) identificar os processos utilizados pela escola na participação e na integração do adolescente na sociedade; (4) caracterizar a escola enquanto espaço para aprimoramento de habilidades e trocas de experiências; (5) verificar se a escola está preparada para ser considerada ferramenta mediadora na relação entre a sociedade e o adolescente.

        Os pressupostos inicialmente desenvolvidos para o mesmo são: (1) acredita-se que a escola tenha conhecimento sobre o seu real papel na sociedade atual; (2) acredita-se que a escola tenha consciência sobre a responsabilidade de seu trabalho como adolescente; (3) acredita-se que a escola adote metodologias que permitem a participação e a integração do adolescente na sociedade; (4) acredita-se que a escola seja um espaço oportunista do aprimoramento de habilidades e trocas de experiências; (5) acredita-se que a escola esteja preparada para ser considerada ferramenta mediadora na relação entre a sociedade e o adolescente.

CAPÍTULO I – A CONJUNTURA

Jovem demais para ser considerado adulto, mas acima da idade para receber o tratamento dispensado às crianças. Preso entre duas fases da vida, o adolescente busca referências de comportamento, padrões estéticos e valores (OUTEIRAL, 2003, p.04).

        O processo de construção da identidade do jovem traz em si contradições inerentes aos momentos de transformação. Ao mesmo tempo em que se cobra dele atitudes de maturidade, exige-se a aceitação da tutela dos mais experientes - os adultos.

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