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O MERCADO DE TV POR ASSINATURA NO BRASIL: crise e reestruturação diante da convergência tecnológica

Por:   •  21/5/2015  •  Abstract  •  908 Palavras (4 Páginas)  •  286 Visualizações

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O MERCADO DE TV POR ASSINATURA NO BRASIL: crise e reestruturação diante da convergência tecnológica

Uma década depois de sua implantação no Brasil, o setor passa por um processo de reestruturação diante da crise financeira acumulada pelas principais empresas nos últimos anos. A crise reflete a frustração de grande parte das expectativas do mercado, que vem oscilando entre a retração e estagnação da base de assinantes e a incapacidade de as empresas nacionais arcarem, concomitantemente, com o pagamento da dívida acumulada e com os investimentos que a realidade tecnológica, exige. Referendo-se especificamente ao processo de integração à convergência tecnológica, que vem exigindo o reposicionamento das empresas com vistas à exploração dos novos serviços num cenário de alta competitividade, esfacelamento das fronteiras produtivas e indefinições no plano regulatório.

A TV por assinatura possui uma série de características que a define como um produto intrínseco à globalização, pois é resultante da evolução dos principais traços que definem o novo paradigma tecnológico e econômico. Isso pode ser percebido se analisarmos seu surgimento e seu desenvolvimento nos últimos 30 anos.

O serviço de TV por assinatura é fruto do grande salto tecnológico produzido a partir da década de 1970. Apareceu e ganhou fôlego com o desenvolvimento de tecnologias como a microeletrônica e as telecomunicações, o que demonstra sua ligação direta com o surgimento do paradigma informacional. Além disso, o mercado de TV por assinatura é formado por empresas-rede vinculadas ou associadas nos diferentes níveis de produção e distribuição na esfera global. Representa uma forma de consumo típica dos tempos atuais, segmentada e direcionada para os nichos, e, no aspecto regulatório, beneficiou-se de ambientes que possibilitaram sua penetração por todos os continentes.

Até a década de 1970 as empresas prestadoras de TV a cabo limitava-se a distribuir a mesma programação transmitida gratuitamente por broadcast. Só em 1971 as empresas Teleprompter e Manhattan Cable iniciaram em Nova York a transmissão de programação que adicionava ao conteúdo do broadcast um conjunto de serviços gerados pelos operadores.

Essa mesma década presenciou um fato que marcaria definitivamente a história da TV por assinatura. Em 1975 a Home Box Office – HBO37 tornou disponível seu sinal via satélite para as operadoras de TV a cabo nos Estados Unidos.

O uso das transmissões via satélite permitiu a distribuição de programação a distância para operadoras em diferentes cidades. Por sua vez, as operadoras puderam retransmitir, simultaneamente, via cabo, essa programação para seus assinantes.

O serviço de TV por assinatura surgiu no Brasil, tardiamente, na década de 1990, sob forte influência do processo de desenvolvimento da televisão aberta e das telecomunicações durante o período da ditadura militar.

Esse período, que teve início no final dos anos 60 e se alastrou durante as duas décadas seguintes, foi marcado pelo desenvolvimento de uma infra-estrutura de telecomunicações com o objetivo de interligar o Brasil, possibilitado pela emergência de tecnologias como os satélites e as redes físicas de transmissão.

Mais de uma década depois da implantação da TV por assinatura no Brasil, seu modelo demonstra sinais de esgotamento. As dificuldades financeiras levaram os grupos a buscar novas estratégias, e o mercado por meio da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura – ABTA iniciou um processo de reformulação visando à superação da crise econômica que perpassa todo o setor e à construção de um modelo capaz de enfrentar os desafios e as disputas dentro do cenário de convergência tecnológica.

Depois de sucessivas crises econômicas internacionais no final da década de 1990, com repercussão direta em nossa economia – as crises asiáticas, em 1997, e russas, em 1998, o setor de comunicação, que investiu pesadamente na construção de infra-estrutura para a implantação da TV por assinatura, entra num processo de desaceleração, agravado pela desvalorização da moeda brasileira em 1999. Com a maior parte da dívida e dos contratos de programação negociada com base no dólar, as empresas começam a sentir o peso da desvalorização cambial.

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