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O Sucesso No Mercado Da Cerveja No Brasil

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Por:   •  16/4/2013  •  1.168 Palavras (5 Páginas)  •  721 Visualizações

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O sucesso do mercado da cerveja no Brasil e os prejuízos do Sistema de Saúde (público e privado)

A primeira década do século XXI termina registrando o enorme sucesso comercial do ramo da indústria das cervejas no Brasil, apesar da crise econômica mundial (talvez, um pouco por esta influenciada). “Nunca neste país se vendeu (e se bebeu, naturalmente) tanta cerveja como agora”. Pode-se estimar que a produção de cerveja no Brasil dobrou nos últimos dez anos, acompanhando a curva de crescimento do consumo da década anterior que já mostrava um crescimento ano a ano. Segundo noticiários recentes publicados no O Globo e na Revista Investmais, a holandesa Heineken acabou de comprar a Femsa (Kaiser, Bavária e Sol), por US$ 7,3 bilhões (7% do mercado nacional). No Brasil a empresa AmBev é líder do mercado com 70,0% dos negócios das cervejas e assim como na Argentina (70%), sendo que no Uruguai, na Bolívia e no Paraguai, segundo estas notícias, responde por 90% (!). As concorrentes Nova Schin e a Itaipava (11,6%, 9,6%, respectivamente), somadas a outras marcas menores, completam o “saudável” mercado brasileiro das cervejas. As outras bebidas alcoólicas têm, também, importante participação, mas não tanto como a cerveja uma vez que o vinho e a cachaça têm limitações contra a livre e maciça propaganda (Lei nº 9.294, de 1996). E mais ainda, o que nos preocupa, com relação à área da Saúde Pública, é o enorme interesse de outras grandes empresas de cerveja do mundo virem para o Brasil de olho neste “saudável” mercado com ampla e irrestrita liberdade de propaganda estimulando o consumo sustentado. O nosso consumo per capta já é significativo: em torno de 60 lts/pessoa/ano, sendo que em grandes cidades como o Rio e São Paulo, por exemplo, passa de 100 lts per capta. Estamos chegando mais perto dos países com grande nível de consumo como EUA, Alemanha e República Checa (158 lts/pessoa/ano).

A partir de 1996, com a promulgação da Lei 9.294 / 1996, a maciça propaganda das cervejas, então excluídas do controle da publicidade de bebidas alcoólicas (o vinho e a cachaça ficaram sob controle) e de cigarros, as cervejarias aumentaram em mais de 100% a sua produção em nosso país. Deste modo, o Brasil passou a ser o 3º maior produtor mundial de cerveja (10,8 lts/ano), depois da China (em 1º com 35 lts/ano) e dos EUA (em 2º com 23,8 lts/ano). Para 2010, a expectativa da indústria é passar dos 12 bilhões de lts/ano, aumento de 10% na produção (e consumo), graças ao excelente marketing e ao fato de ser 2010 o ano da Copa do Mundo na África do Sul, que tem, inclusive o patrocínio desta indústria. Ao contrário do que se deveria considerar nesta Lei, a cerveja é bebida alcoólica como o vinho, a cachaça, o uísque, a vodka, etc. e possui a mesma quantidade de álcool por dose padrão (uma lata ou uma tulipa de 300 ml), tendo 5% de teor alcoólico, contém 15 ml de álcool puro como uma taça de vinho (150 ml) ou uma dose de cachaça ou uísque (40 ml) que têm igualmente cerca 15 ou 16 ml de álcool puro na sua composição. Portanto, como se vê, cerveja não é bebida (alcoólica) fraca!

Não se trata aqui de demonizar o álcool, ou a cerveja em particular, mas de fazer algo parecido com a campanha de prevenção dos problemas do cigarro. Fortes campanhas de informação e de conscientização das conseqüências sobre a saúde e sobre a segurança relacionadas com o uso e/ou abuso de bebidas alcoólicas, incluindo a mais consumida que é a cerveja, deveriam ser implementadas pelo governo e outras instituições da Sociedade Civil organizada. No entanto, o que todos nós estamos fazendo? Assistindo, quase impotentes, às perdas e os danos relacionados ao uso, abuso e dependência das bebidas alcoólicas. Preocupados mais em cuidar das conseqüências (mortos e feridos dos acidentes diários de trânsito, no trabalho ou em casa, das centenas de milhares de doentes, dos dependentes e de seus familiares, do precoce alcoolismo dos jovens, etc.) do que em enfrentar o problema de forma global e sistêmica, precisamos melhorar nossas estratégias de políticas públicas. Existem muitas dificuldades a serem enfrentadas, desde o forte lobby da indústria à cultura do beber associada a festas, beleza, sensualidade, bem-estar, sucesso

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