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O Mundo Do Trabalho: Da Pré-História À Primeira Revolução Industrial

Por:   •  24/8/2023  •  Artigo  •  3.960 Palavras (16 Páginas)  •  48 Visualizações

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O mundo do trabalho: da pré-história à primeira revolução industrial

O trabalho sempre fez parte da vida humana. Na pré-história, quando os seres humanos começaram a usar ferramentas feitas de ossos, pedras e marfim, eles as usavam para caçar, fazer suas roupas e cozinhar alimentos para sobreviver. Com o tempo, eles desenvolveram a agricultura, que foi uma forma de trabalho primitiva e permitiu que se estabelecessem em um lugar.

Mesmo na era primitiva, o homem estava construindo o mundo ao seu redor, criando objetos, formas de agir e costumes. A diferença entre os seres humanos e os animais é que os animais agem por instinto, enquanto os seres humanos trabalham com intenção e propósito, organizando racionalmente suas atividades.

O trabalho é uma atividade humana que requer esforço físico e mental. Filosoficamente, é visto como uma atividade consciente e voluntária do ser humano, que exige esforço. Do ponto de vista econômico, o trabalho é toda a energia humana empregada para produzir algo. No aspecto jurídico, é considerado uma prestação de serviço realizada por uma pessoa em favor de outra.

Na Idade Antiga, o trabalho tinha principalmente uma natureza escravagista. Em civilizações como o Egito, a Grécia e Roma, os prisioneiros de guerra eram escravizados e forçados a trabalhar sem remuneração, sem liberdade.

Na Idade Média, com o surgimento do feudalismo na Europa Ocidental, predominava a servidão. A sociedade era dividida em três grupos sociais: clero, nobreza e camponeses. Os donos de terras, chamados de senhores feudais, faziam parte da nobreza, enquanto os camponeses eram seus servos e trabalhavam compulsoriamente nas terras dos senhores em troca de abrigo e sustento.

Tanto nas sociedades antigas escravagistas quanto na aristocracia feudal da Idade Média, o ócio (tempo livre) era considerado um símbolo de status para as classes nobres, enquanto o trabalho era visto como desonroso e destinado aos escravos e servos.

A origem da palavra "trabalho" está relacionada ao instrumento de tortura romano chamado "tripalium", que consistia em três paus e era usado para punir escravos e prisioneiros. Além disso, na tradição religiosa, o trabalho foi visto como um castigo após a expulsão de Adão do paraíso.

Esses são alguns aspectos históricos de como o trabalho foi evoluindo ao longo do tempo, desde a pré-história até a Idade Média.

Com o movimento Renascentista no século XVI, que valorizou a racionalidade, a ciência e a natureza, a Idade Moderna teve início e a sociedade medieval entrou em declínio. Foi nesse período que ocorreu a transição do feudalismo para o capitalismo, e o ser humano passou a ser o centro da criação, resultando em uma diminuição do misticismo e do dogmatismo religioso.

A concepção do trabalho passou por uma importante mudança nesse contexto. Deixou de ser visto como um castigo divino e passou a ser valorizado como uma virtude, sendo considerado uma fonte de dignidade humana. O trabalho passou a ser exaltado como meio necessário para a realização pessoal, a acumulação de bens e a melhoria da qualidade de vida, tanto individualmente quanto em colaboração com a comunidade.

Nesse período de reavaliação do trabalho, houve uma reformulação do conceito de ócio. Antes considerado uma virtude, o ócio passou a ser mal visto, visto como um vício e motivo de vergonha, a menos que fosse um período de descanso após o trabalho. Por outro lado, o trabalho passou a ser sinônimo de esforço digno e necessário para o desenvolvimento pessoal, a obtenção de bens e a melhoria da qualidade de vida, não apenas para o progresso individual, mas também para o progresso coletivo em colaboração com a sociedade.

Esse cenário de exaltação do trabalho, aliado à transição da produção artesanal para a produção em massa com o uso de máquinas e do vapor, deu origem à ascensão do capitalismo e à Primeira Revolução Industrial. Essa revolução, que começou na Inglaterra entre 1760 e 1860, foi considerada um dos momentos mais importantes da história humana, pois mudou a forma como as mercadorias eram produzidas, com o domínio humano sobre novas formas de energia aplicadas à produção. Isso levou a uma nova organização da força de trabalho e da relação entre capital e trabalho, além de um progresso tecnológico crescente e um aumento inicial no padrão econômico de vida das pessoas comuns.

Segunda revolução industrial

Posteriormente, a Primeira Revolução Industrial evoluiu para a Segunda Revolução Industrial, que ocorreu entre 1860 e 1945. Nesse período, o uso do petróleo e a invenção da eletricidade impulsionaram ainda mais o desenvolvimento industrial e tecnológico.

Foi nesse contexto que, em 1914, surgiu o fordismo, baseado no taylorismo. Henry Ford, empresário americano, criou um sistema de produção para sua indústria automobilística. O fordismo era caracterizado pela produção em massa, com o mínimo de tempo e custo, visando estimular a formação de uma sociedade de consumo em massa e aumentar os lucros empresariais. Uma das inovações de Ford foi a esteira de produção, que permitia que os produtos se movessem pela fábrica, permitindo que os trabalhadores executem suas tarefas sem precisar se deslocar, aumentando a eficiência do processo.

Ford também reduziu a jornada de trabalho para oito horas diárias e aumentou os salários dos trabalhadores, compartilhando parte do tempo e da economia de custos obtidos com a eficiência do método de produção. Ele percebeu que a produtividade em massa só seria lucrativa se houvesse consumidores com renda suficiente para comprar. Portanto, Ford via seus trabalhadores como potenciais consumidores e entendia que não fazia sentido pagar salários baixos. Essa estratégia buscava aumentar o lucro.

Outra característica do fordismo era a produção em grande quantidade em menos tempo. Ford defendia a ideia de que não era necessário diversificar os produtos, pois isso demandaria mais tempo e recursos, aumentando o custo final do produto e reduzindo o lucro. Ele ficou famoso pela frase: "O cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto".

Como podemos ver, o fordismo pode ser considerado uma evolução do taylorismo, com ideias próprias e inovadoras, mas sem abandonar completamente os princípios do taylorismo.

Infelizmente, embora tenha sido cogitado que o desenvolvimento industrial traria mais tempo livre para as classes sociais, isso se mostrou um equívoco. Infelizmente, as outras empresas apenas copiaram as partes lucrativas do método fordista, sem repassar aos trabalhadores as vantagens compensatórias que o fordismo previa, como redução da jornada de trabalho combinada com aumento de salários.

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