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O Poder nas Organizações Burocráticas

Por:   •  3/9/2017  •  Trabalho acadêmico  •  939 Palavras (4 Páginas)  •  171 Visualizações

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Disciplina: Teorias Organizacionais II – ADM 01115

Aluno: Bruna Severo Romero da Rosa

O Poder nas Organizações Burocráticas

O processo histórico de “evolução” (assim denominado por diversos autores) da humanidade, resultou na sociedade capitalista atual, que apresenta como supremacia a racionalização (conceito largamente apresentado por Weber: racionalidade instrumental-legal). Analisando-se, por exemplo, o exercício da profissão de administração faz-se uma relação (praticamente de forma automática) com as organizações burocráticas. A superioridade técnica alcançada pela burocracia, torna difícil, inclusive, o exercício de imaginação de algum outro modelo que seria capaz de atender a demanda do mundo contemporâneo. É, entretanto, importante destacar que a burocracia traz consigo também outras características, como: poder, controle e alienação (MOTTA, F.C.P., 1981).

Como base desta interpretação, será abordada brevemente a administração e o comportamento dos funcionários do Banco Bradesco S/A (dada a complexidade desta organização, serão abordadas, sucintamente, as observações analisadas desde cargos exercido pelos recém admitidos – na base da hierarquia - até os Gerentes Regionais – topo da hierarquia local), na cidade de Porto Alegre, entre os anos de 2007 e 2013. Foi escolhida esta instituição pelo fato ser possível observar-se de forma, relativamente, clara uma organização de administração burocrática, na qual os poderes, legítimo e ilegítimo (HARDY, C. e CLEGG S.R., 1999, 264), mostram-se presentes.

Com uma hierarquia bastante rígida e verticalizada, o uso do poder “legítimo” (e consequentemente do controle) se apresentava desde os fatos mais simples até os mais complexos. Todas as manhãs, por exemplo, ao chegarem no local de trabalho, os funcionários já eram controlados através do “ponto eletrônico” e posterior (mais breve possível) login no sistema. Logo depois, os gerentes (cargos mais estratégicos) eram convocados para uma reunião denominada “comitê”. Nesta reunião o Gerente Geral expunha as metas que deveriam ser perseguidas naquele dia de trabalho (reproduzindo uma orientação recebida naquela mesma manhã de seu superior, o Gerente Regional), além de tratar os demais assuntos relevantes. Frases motivacionais do tipo “somos um time” eram comumente utilizadas; não raro, vinham acompanhadas de outras como “se você não está satisfeito, é uma pena, pois sabemos que lá fora tem uma multidão que daria tudo para estar aqui no seu lugar”. Encerrado o comitê, cada gerente deveria orientar sua equipe sobre os pontos mais importante tratados na reunião, focando principalmente em: qual era o objetivo do dia (muitas vezes reproduzindo as mesmas frases, já citadas, que lhes haviam sido ditas há poucos minutos). A cobrança de metas, exercida verticalmente de forma bastante dura, atingia todos os funcionários.

É interessante observar que a inculcação da cultura organizacional faz com que a mesma pessoa, simultaneamente, assuma posição de dirigido e dirigente (sendo cobrado pelas demanda e cobrando seus subordinados da mesma forma), conforme diagrama abaixo:

[pic 1]

O nível de estresse e pressão era observado em praticamente todos os cargos dentro da hierarquia, em diferentes níceis. Podia-se observar, por exemplo, que o número de afastados por depressão, LER, e demais doenças, era bastante significativo. Por exemplo, em 2012 na agência Porto Alegre Centro, de 36 funcionários, 08 encontravam-se afastados por motivo de doença; este fato acabava agravando o estresse dos trabalhadores ativos, pois os funcionários afastados não eram “substituídos”, suas responsabilidades precisavam ser redistribuídas entre os que permaneciam trabalhando. Apesar disso, a maioria dos funcionários realizavam suas atividades com afinco, a fim de receberem promoções na carreira e reconhecimento, “modo burocrático de pensar leva o homem ao vazio e à luta por pequenas posições na hierarquia social de prestígio e consumo” (PRESTES MOTTA,1981, p. 13).

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