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Os Povos Provenientes do semiárido Brasileiro

Por:   •  19/6/2018  •  Monografia  •  1.987 Palavras (8 Páginas)  •  92 Visualizações

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  1. Introdução

Os povos provenientes do semiárido Brasileiro, sofrem com a escassez de água, desta forma, precisam de modos de abastecimento para o consumo, para agricultura, e piscicultura, dentre outras atividades.

A política mais utilizada pelo governo do nordeste é a acumulação de água através de açude, que se dão de duas formas: grandes reservatórios em bacias hidrográficas de maior porte e pequenos/médios reservatórios, os chamados barreiros. (Cirilo, Abreu, Costa, Goldemberg, & Costa, 2003)

A partir disso, fica a pergunta, será que realmente os açudes são a melhor  forma de armazenamento para a captação e distribuição de água nessas áreas?

O objetivo do atual trabalho, é verificar qual o melhor método para ter uma capacidade de armazenamento, com qualidade da água disponibilizada e a sua destinação para o atendimento de uma comunidade de 400 famílias, residentes na zona rural e distantes 26 km de um manancial superficial, levando em consideração que o índice médio de precipitação dessa bacia é de 266 mm/a.a.

Para tanto, serão analisados cinco tipos de acumulação/distribuição de água: cacimbas, açudes, barragens subterrâneas, sistemas de adutoras de água e dessalinização de água.

  1. Referencial teórico

Para verificar a qualidade das águas, pode-se aferir a quantidade de sólidos totais dissolvidos na água e segundo a Portaria no 1.469, da FUNASA, classifica-se a água como (Costa & Cirilo, 2010):

- Água doce – de 0 a 500 mg/l;

- Água salobra – de 500 a 1.500 mg/l; e

- Água salgada – Acima de 1.500 mg/l.

        No tocante a quantidade de água utilizada por pessoa, cada família utiliza, em média, 2.500 litros/dia. (Revista da siemens , 98)

        Para determinar qual o melhor método de armazenamento/distribuição de água, precisa-se entender um pouco mais sobre cacimbas, açudes, barragens subterrâneas, adutoras de águas e dessalinização.

  1. Cacimbas

Poços tipo cacimba ou escavados tem grandes diâmetros, geralmente com mais de 1 metro, revestidos por tijolos ou tubos de concreto, muitas vezes fechados. Costumam ser construídos buscando a obtenção de água do aquífero livre. Normalmente esse é um tipo de poço raso, com profundidade média de 5 metros. O mesmo se encontra em desuso. Quando construído fica conforme figura1 (Reginato, Brancher, Schafer, & Lanzer, 2008).

[pic 1]

Figura 1 - Poço tipo cacimba

Cita-se como sendo vantagens das cacimbas para os povos do semiárido brasileiro, que são fontes seguras de água, fácil construção, com a escolha correta do local pode resistir às maiores estiagens, baixo custo e praticamente não tem evaporação. (Schistek)

Todavia, como desvantagens, o leito dos rios fica longe das casas das pessoas, com perigo de contaminação por animais que defecam em bebedouros próximos, e, ainda, caso tenham dessalinizadores acima do rio as águas ficam salobras (inviabilizando o seu uso). (Schistek)

  1. Açude

Açudes vem sendo amplamente utilizados como política de reservar água em regiões semiáridas do nordeste brasileiro. Açudes pequenos normalmente são construções em pedra ou madeira com o objetivo de represar água nos mananciais e rios, conforme figura 2. De acordo com o Dicionário online da língua portuguesa, açude tem como sinônimo represa ou barragem.

[pic 2]

Figura 2 - Açude Archives

Resumindo, açudes são represamentos de águas ao ar livre, onde se tem uma ou mais entradas de água e sua saída é controlada artificialmente.

Tal prática tem como principais desvantagens a inundação de áreas com perda da fauna e da flora local, alta evaporação, em pequenos reservatórios uma maior salinização e uma maior variação do PH da água durante o ano. (Brito, Silva, Cavalcante, Anjos, & Rego, 1999) (Cirilo, Abreu, Costa, Goldemberg, & Costa, 2003) (França, et al., 2003).

Já as vantagens estão ligadas ao abastecimento das comunidades próximas, a produção de energia elétrica, com aumento dos empregos locais, se for o caso.

Com uma maior salinização das águas e uma variação grande do PH ao longo do ano, a qualidade das águas dos açudes pequenos pode ser vista como duvidosa. Outra dificuldade desse tipo de reservatório de água é que ela fica nos rios e mananciais, dificultando o abastecimento e distribuição às comunidades mais afastadas.

  1. Barragens subterrâneas

Barragens subterrâneas são obras simples e de baixo custo, conhecidas há mais de 50 anos. Exemplos de usos na literatura, mostram regiões agrícolas da Calábria e da Sicília, além do Império Romano, na Sardenha e civilizações antigas no Norte Africano. (Cirilo, Abreu, Costa, Goldemberg, & Costa, 2003).

Podem ser definidas como sendo o embarreiramento do fluxo subterrâneo de um aquífero preexistente ou criado a partir da construção de uma estrutura impermeável, conforme figuras 3 e 4 (Brito, Silva, Cavalcante, Anjos, & Rego, 1999).

[pic 3][pic 4]

Figura 3 Alvenaria de barragens subterrâneas     Figura 4  Lonas plasticas de barragens subterrâneas

Outra forma de definir, pode ser descrito como sendo a parede que começa da parte impermeável ou rocha até acima do aluvião, para que na época das chuvas, formem um pequeno lago a montante, conforme figura 5 (Brito, Silva, Cavalcante, Anjos, & Rego, 1999).

[pic 5]

Figura 5 Diferentes tipos de Barragens subterrâneas

Para o atual estudo, usou-se o segundo conceito. Tal conceito tem como base a ideia de que pare o fluxo do aquífero, para que, quando da estiagem, possa retirar água a montante. (Cirilo, Abreu, Costa, Goldemberg, & Costa, 2003)

Esse método de reserva de água tem sido pouco utilizado no Brasil, mas a Universidade Federal de Pernambuco e associações filantrópicas construíram 500 (quinhentas) barragens subterrâneas no semiárido no ano de 1998. (Cirilo, Abreu, Costa, Goldemberg, & Costa, 2003)

Para a construção, primeiramente, deve-se verificar se o local é propicio – largura do depósito aluvial, trechos de estreitamentos, extensão a montante do local a barrar o relevo, bem como a distância para quem vai consumir (Cirilo, Abreu, Costa, Goldemberg, & Costa, 2003).

A escavação da vala é feita transversalmente ao escoamento do rio até encontrar a rocha inalterada, logo após a vala deve ser impermeabilizada com argila compactada ou lona plástica, conforme figura 6. No ponto mais profundo da vala, deve-se construir um poço amazonas; justaposição de anéis semiporosos, pré-fabricados, de cerca de 1 a 2 metros de diâmetro e 0,5m de profundidade até chegar na superfície. Apesar de não ser obrigatório, recomenda-se o embarreiramento na jusante do poço – As chuvas no nordeste costumam ser torrenciais, não dando tempo para infiltração. (Cirilo, Abreu, Costa, Goldemberg, & Costa, 2003)

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