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Revitalização do Rio Sonhém

Por:   •  19/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.012 Palavras (13 Páginas)  •  276 Visualizações

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1 - INTRODUÇÃO

A destruição do meio ambiente tem sido um dos problemas mais graves provocados pelo homem. O desmatamento e a poluição das águas aparecem nesse contexto como um dos fatores mais preocupantes em relação ao desequilíbrio ecológico, provocando principalmente, uma redução brusca da biodiversidade. Atualmente a preocupação mundial com relação à qualidade ambiental tem se mostrado cada vez mais freqüente, considerando que um dos maiores desafios na história da humanidade tem sido tentar dominar o Meio Ambiente, sem se dar conta que este possui as suas regras e limitações.

É com esse objetivo que apresentamos o presente projeto para contribuir na recuperação e preservação da nascente e do leito do Rio do Sonhém, componente da Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu, distante 24 km e a Oeste da cidade de Iraquara, beneficiando os moradores e freqüentadores dos povoados de Sonhém e Água de Rega, pertencentes ao município de Iraquara-Ba, na fronteira com os municípios de Seabra e Souto Soares. Próximos à nascente do rio residem na sua maioria, agricultores familiares, que desenvolvem atividades como cafeicultura, bovinocultura, mandiocultura, dentre outras, (Figura 01 e 02). A nascente do rio fica no Povoado de Sonhém, com altitude estimada em 828 metros, sob as coordenadas geográficas Sul: 12º09’33,6” e Oeste: 41º47’16,3”, a cerca de 2,5km do Povoado de Água de Rega e 24,0km da Sede, pela estrada Sonhém/Água de Rega/Iraquara. O Povoado de Sonhém tem uma população estimada em 250 habitantes, enquanto que Água de Rega, cerca de 850 habitantes. As residências dos supracitados povoados são abastecidas com água captada na nascente do rio supramencionado, (Figuras 03 e 04).

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Fotos 01 e 02: Imagens da área de preservação permanente onde foi eliminada a mata ciliar do Rio do Sonhém e implantado uma lavoura de cafeeiro. Iraquara-BA, dezembro de 2010.

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Fotos 03 e 04: Imagens da nascente do rio e do sistema de captação de água que abastece as localidades de Sonhém, Água de Rega e adjacências. Iraquara-BA, dezembro de 2010.

Também, tem como proposta a recuperação e preservação da nascente e da mata ciliar de pelo menos dos primeiros 3,0 km do seu leito, sendo 50,0 m de cada margem, (Figuras 03 e 04), além da conscientização de toda a população em relação à necessidade de recuperação e preservação do corpo hídrico.

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Fotos 05 e 06: Imagem dos primeiros 3 km do leito do Rio Sonhém onde se pretende  recuperar e preservar suas margens. Iraquara-BA, dezembro de 2010.

A proposta inicial de execução do projeto seria de 06 meses, contados a partir do início das atividades de campo, previsto para janeiro de 2011. No entanto, objetiva-se a continuidade da recuperação e preservação do rio, através de projetos posteriores, envolvendo a população das comunidades beneficiadas.

No projeto, pretende-se promover as seguintes atividades: plantio de mudas de espécies nativas (ingazeira, cedro, mulungu, juazeiro, jatobá e aroeira), (Figuras 05 e 06); limpeza e desassoreamento da nascente e do leito do rio nos trechos mais críticos, (Figura 07); colocação de placas de sinalização/advertência para preservação do rio e das matas ciliares, (Figura 08) e conscientização dos moradores e freqüentadores do rio em relação à necessidade de preservação e recuperação da nascente e das matas ciliares do mesmo.

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Fotos 05 e 06: Imagens de espécies nativas já existentes na região. Iraquara-BA, dezembro de 2010.

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Fotos 07 e 08: Imagens do lixo jogado nas margens do Rio do Sonhém e da única placa de aviso. Iraquara-BA, dezembro 2010.

                   Sendo assim, espera-se com a realização do projeto promover a preservação da nascente do rio, da sua mata ciliar e a recuperação dos trechos que apresentam algum grau de degradação, nos primeiros 3,0 km do seu leito.

2 – JUSTIFICATIVA

A nascente e a mata ciliar do Rio do Sonhém vêm, nos últimos anos, sofrendo um processo acelerado de degradação ambiental, que pode culminar na sua “morte”, em poucos anos. Dos principais problemas observados, tem-se: a eliminação da vegetação ciliar; o cultivo de pequenas lavouras e pastagens próximas ao rio, sem a adoção de práticas conservacionistas do solo; o assoreamento da nascente e do leito do rio; a lavagem de roupas na nascente; a deposição de lixos em alguns pontos nas margens; a construção de edificações nas margens, dentro da área de preservação permanente (APP); e a deposição de excrementos humanos (fezes e urinas) próximo à nascente e em alguns pontos do leito do rio.

A execução do presente projeto, em tempo hábil, se faz necessária e urgente, para que se possam preservar as matas ciliares, recuperar os trechos degradados e manter a sustentabilidade dessa importante fonte natural de água. Alguns moradores da região vêm tentando colaborar com a recuperação e preservação das matas ciliares do rio, através de ações como: plantio de espécies nativas e isolamento de algumas áreas com cercas. No entanto, os resultados dessas medidas não tem provocado a preservação integral da nascente e do leito do rio.

O Rio do Sonhém é um dos mais importantes do município de Iraquara. É ele quem fornece água potável ao consumo doméstico para a população dos povoados de Sonhém e Água de Rega. Algumas atividades agropecuárias, como a criação de bovinos e o plantio de cafeeiro e outras lavouras às margens do rio tem provocado, em muitos casos, a eliminação da mata ciliar no seu leito, seja por falta de conhecimento dos agricultores, seja por falta de fiscalização ambiental mais assídua in loco.

Como Iraquara é um município de destaque regional, tanto nas atividades agropecuárias quanto no turismo e ecoturismo, o Rio do Sonhém tem um excelente potencial para fazer parte do roteiro de turístico. A exploração racional do rio poderá trazer muitos benefícios socioeconômicos e ambientais para os povoados de Sonhém e Água de Rega.

3 – HIPÓTESE

A partir das evidências, e de outras tantas observadas no local e registradas através de imagens fotográficas, acredita-se que a ação do homem, tanto nas atividades agropecuárias quanto no turismo e ecoturismo, vêm fazendo com que o Rio do Sonhém ao longo dos anos, vem perdendo seu potencial, já podendo observar a diminuição da vazão da nascente do rio, prejudicando o abastecimento de água potável dos moradores dos povoados de  Sonhém e  Água de Rega.

4 – OBJETIVOS

4.1 – Objetivo Geral

                O objetivo geral deste projeto é promover a recuperação da nascente e da mata ciliar do Rio do Sonhém, através de ações que venham a conscientizar toda a população da região, em relação à necessidade de recuperação e preservação do corpo hídrico.

4.2 – Objetivos Específicos

                Afim de executar o objetivo maior proposto aqui, este projeto será subdividido em alguns objetivos específicos, que seguem abaixo:

  • Recompor a vegetação ciliar da nascente e do leito do Rio do Sonhém

  • Promover a limpeza e o desassoreamento da nascente e do leito do rio nas adjacências;
  • Implantar placas de sinalização/advertência da área de preservação permanente do rio;
  • Conscientizar os moradores e freqüentadores do rio em relação à necessidade de preservação a recuperação da nascente e das matas ciliares do mesmo;
  • Proibir a deposição de excrementos no leito e nas margens do rio.

5 – METODOLOGIA

                A presente proposta de recuperação de mata ciliar será implantada na nascente e nos primeiros 3,0 Km do leito do Rio do Sonhém, localizado nas fronteiras entre os municípios de Iraquara, Souto Soares e Seabra. A nascente do rio fica no povoado de Sonhém, com altitude estimada em 828 metros, sob as coordenadas geográficas Sul: 12º 09’ 33,6”, e Oeste: 41º 47’ 16,3”, a cerca de 2,5 Km do Povoado de Água de Rega e 24,0 Km da sede, pela estrada Sonhém/Água de Rega/Iraquara.

                A equipe técnica multidisciplinador do projeto será composta por: 01 agrônomo, 01 técnico em agropecuária, 01 tecnólogo em turismo e 01 tecnólogo em administração, todos fornecidos pela prefeitura. A região dispõe de mão-de-obra apta à realização dos trabalhos do projeto.

                As atividades a serem desenvolvidas no projeto serão feitas sinalizações da mata ciliar e da nascente do rio com placas de identificação e advertência; recomposição da vegetação da mata ciliar no leito do Rio do Sonhém, através da produção e plantio de 1.500 mudas de espécies vegetais nativas, sendo 500 mudas de ingazeira, 300 de aroeira, 300 de cedro, 200 de jatobá, 100 de mulungu e 100 de juazeiro. As mudas serão produzidas na própria comunidade, utilizando-se da mão-de-obra local; limpeza e desassoreamento da nascente e dos primeiros 3,0 Km dos trechos mais críticos do leito do rio, utilizando-se mão-de-obra braçal. Na limpeza, deverão ser retirados do leito e das margens do rio lixo e outros contaminantes. No desassoreamento, serão retirados do leito do rio terras e areias nos pontos mais críticos.

Todas as operações serão acompanhadas e coordenadas pela equipe técnica de campo, que também fará a avaliação. Caso seja necessário, com o apoio da prefeitura poderá contratar os serviços de consultores especializados para dar algum suporte técnico ao projeto.

6 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA METODOLOGICA

        Considerando que um dos maiores desafios na história da humanidade tem sido tentar dominar o Meio Ambiente, sem se dar conta que este possui as suas regras e limitações. A maioria das pessoas não percebe ou não entende que a natureza deve ser respeitada e compreendida em seu conjunto. Se assim fosse, poderiam ser tomados cuidados para não danificá-la, em benefício da própria sobrevivência da nossa civilização e das gerações futuras.

        Seguindo este raciocínio, Sevegnani (2000) define as funções da mata ciliar como “(...) filtrar impurezas, promover o estabelecimento e a alimentação dos animais aquáticos e terrestres, evitar a eutrofização da água e fixar as partículas do solo, protegendo-o do impacto direto das gotas de chuva que provocam erosão, e contribuir também para a estabilidade térmica dos pequenos cursos d’água.”

        Rodrigues (2001) ainda aponta a recuperação das áreas degradadas como sendo “uma conseqüência do uso incorreto da paisagem e fundamentalmente dos solos por todo o país, sendo apenas uma tentativa limitada de remediar um dano que na maioria das vezes poderia ter sido evitado.”

        Segundo Drew (2002), nos últimos vinte anos, a perda da vegetação nativa para implementação de lavouras e de pastagens, além da destruição do habitat, acelerou os processos erosivos nas margens e o conseqüente assoreamento dos rios, o qual tem intensificado uma série de prejuízos a fauna, flora e a economia.

        Conforme Martins, Sebastião (2004), a recuperação de áreas degradadas torna-se, cada vez uma necessidade maior do ser humano, frente ao ritmo crescente da degradação ambiental que se impõe aos diversos, ecossistemas. Recuperar áreas antropicamente alteradas, na busca de se amenizar os efeitos negativos da degradação na qualidade de vida da população, torna-se necessária para que em um futuro próximo tenhamos vida nas várias faixas da biodiversidade.

        De acordo com Martins (2005), as matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio ecológico, oferecendo proteção para as águas e o solo, reduzindo o assoreamento de rios, lagos e represas, bem como, impedindo o aporte de poluentes para o meio aquático.

        Segundo Oliveira (1996) a conscientização sobre a necessidade de conservação e defesa do meio ambiente para presentes e futuras gerações é incontestável; O conhecimento da lei para entendimento dos deveres e prerrogativa dos cidadãos é imprescindível; A importância de se começar a educação ambiental na infância é inquestionável; Fazer com que as crianças entendam as leis ambientais, para contribuir com a preservação e defesa do meio ambiente como cidadãos responsáveis; Conseguir, de forma criativa, mudar o comportamento de um maior número possível de estudantes e torná-los agentes de defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado e saudável.

        Para Reigota (1998), a participação do cidadão na elaboração de alternativas ambientalistas, tanto na micropolitica (escola) das ações cotidianas, como na macropolitica (Planeta) da nova (dês) ordem mundial, exige dele a prática e o aprendizado do diálogo entre gerações, cultura e hábitos diferentes. No que se refere ao diálogo entre as gerações é preciso que a comunidade se una para o bem e salvação do planeta, pois até 2015, não teremos água potável para beber.

        Crespo (1999), diz que a ameaça do colapso ambiental acabou gerando consciência nova, que está trazendo de volta a forma sistêmica de pensamento e avaliações globais sobre o modo de produção convocando os especialistas e administradores à nova razão de desenvolvimento com sustentabilidade. A água como indicador positivo de saúde e cidadania, não mais pode ser vista como mero recurso hídrico, seus aspectos físicos e químicos, mas como ambiente eixo metodológico e de marcadora de território para o planejamento de monitoramento de biodiversidade e qualidade de vida, pois aproximadamente 70% das doenças que atingem a humanidade, esta ligada a este recurso natural.

        Segundo Durigan & Nogueira (1990), muito se tem discutido sobre a necessidade de recomposição das matas ciliares que outrora protegiam as margens dos corpos d’água, evitando o assoreamento, regularizando a vazão dos rios e fornecendo abrigo e alimentação para a fauna.

        De acordo com Lobato (2003), “o trabalho de recuperação de áreas degradadas é urgente. Nesse sentido, todo esforço e estudo são importantes, pois estará se preservando e protegendo, acima de tudo, a qualidade de vida.”

        Já Bren (1993), as matas ciliares também podem representar valores do interesse de diferentes setores de uso da terra que são bastante conflitantes: para o pecuarista, representam obstáculo ao livre acesso do gado à água; para a produção florestal, representam lugares onde crescem árvores de alto valor comercial; para o poder público proporcionam uma das alternativas para o traçado de estradas; e para o abastecimento de água ou para a geração de energia, representam excelentes locais de armazenamento de água visando garantia de suprimento contínuo.

        Ainda conforme Redeford e Fonseca (1986), a mata ciliar é de extrema importância em termos ecológicos, pois são essenciais para a manutenção da qualidade da água dos rios e da ictiofauna, servindo de refúgio, água e alimento para mamíferos em certas regiões.

        Este paradigma de gestão das águas urbanas remonta a um “momento” da evolução do sistema de gestão das águas no Brasil, particularmente caracterizado pela adoção de medidas corretivas/paliativas que só fizeram realçar a rarefação em quantidade e qualidade dos recursos hídricos. Tal modelo é baseado na estratégia de aumento contínuo da oferta de água, que necessariamente levou à exploração irracional dos estoques hídricos e à degradação dos ambientes aquáticos (Magalhães Júnior, 2007).

7 – CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Este cronograma foi elaborado com a subdivisão de cada mês em quinzenas. Além disso, esta pesquisa será realizada em no máximo seis meses.

ATIVIDADES

MESES / QUINZENAS

JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

Mobilização da comunidade para realização dos trabalhos.

X

X

Trabalhos de limpeza e desassoreamento da nascente e do leito do Rio do Sonhém.

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X

X

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Sinalização da nascente e do rio com placas de advertência.

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X

X

Produção de mudas de espécies nativas para recomposição da mata ciliar.

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X

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X

Plantio de mudas de espécies nativas para recuperação da mata ciliar e tratos culturais das mesmas

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X

Avaliação dos trabalhos

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