Sete Diferenças Entre a Cultura Empresarial Japonesa e Latino-Americana

Resumo

O objetivo deste trabalho é apresentar as diferenças culturais existentes entre o Japão e a América Latina, enfocando a relação humana em função cultura. Primeiramente verificando as diferenças de estilos gerenciais no processo administrativo, planejamento e controle. Em seguida, baseando-se no pressuposto de que o Japão é um país mais desenvolvido do que qualquer outro da América Latina, descrever as vantagens executivas japonesas. Seguidamente, descrevendo as oportunidades e fragilidades das áreas funcionais no caso da Omo Lavanderia Compartilhada que serão comparadas com as boas práticas nas empresas japonesas e latino-americanas. Concluindo, com a descrição das melhores práticas para promover a integração e sinergia entre os colaboradores de diferentes culturas e nacionalidades.

Caracterização de estilos de liderança latino-americanos e japonês

Cultura organizacional é a natureza de uma empresa, isto significa que é o conjunto de hábitos e valores que todos compartilham dentro de corporação, fazendo com que os colaboradores fiquem em sintonia entre si e engajados com a organização, tendo como base o comportamento da gestão/liderança. É essa cultura que determina o perfil de quem será contratado e quem serão mantidos para ficar e fazer parte do time, ou não. Apresentar uma cultura consolidada se torna essencial para as organizações, a maneira com a qual ela se é comunica e se apresenta diariamente aos colaboradores isso faz a diferença. Divulgar frequentemente os valores, é uma das práticas essencial para que os colaboradores se identifiquem e compartilhem a cultura da empresa. Quando a cultura é forte, a empresa adquire uma série de vantagens competitivas, partindo de posturas e valores enraizados em cada componente de suas equipes.

Tais concepções são diferentes em países, locais e regiões, fazendo com que a liderança sofra atribuições diferentes, e o que determinará se sua gestão será eficiente serão as práticas de liderança alinhadas com a cultura da organização.

O modelo de desenvolvimento japonês tem enfoque relacionados às ferramentas de qualidade gerenciais, o qual trabalha com a gestão da qualidade total, com círculos da qualidade, com sistema produtivo enxuto guiado pelo just-in-time e operacionalizado através do kanban. O just-in-time que significa “momento certo”, é um sistema com objetivo de produzir a quantidade exata de um produto, de acordo com a demanda, de forma rápida e sem a necessidade da formação de estoques, fazendo com que o produto chegue a seu destino no tempo certo. O kanban é um sistema de controle e gestão do fluxo de produção em empresas e projetos que usa de cartões coloridos (post-its) e também recebe o nome de gestão visual, em razão do uso de cores como sinalizadores. Os murais são divididos da seguinte forma: to do (o que deve ser feito); doing (tarefas em execução) e done (tarefas concluídas). Todas as atividades em desenvolvimento são anexadas em cada uma dessas seções, que contam com uma descrição resumida da tarefa a ser executada, o horário de início e limite e o colaborador responsável.

Essas ferramentas vão ao encontro do pensamento de desperdício zero, do início ao fim do processo produtivo, coisa que demorou décadas para que outras culturas, incluindo, os latino-americanos e norte-americanos, que demoraram para conceber o sucesso na implementação desse modelo sustentável de produção. O "enfoque da teoria das decisões" e planejamento direcionado ao longo-prazo com "enfoque matemático" e "enfoque sistemático" é uma característica da filosofia oriental. Esse pensamento mais de longo-prazo, com foco na criação de valor sustentável, justamente por haver uma sólida identidade cultural arraigada por valores essenciais (patriotismo, ética, autodesenvolvimento, autorresponsabilidade, sustentabilidade, cultura de paz e consenso, senso de coletividade, senso de comunidade, respeito, progresso, inovação, etc) que se alinham às normas e aos atos em coletivo.

Na cultura latino-americana é demasiada diversificada, com aspectos de personalidade e de "visão de mundo" diversos, onde os valores materiais e os valores sociais podem diferir de uma para outra pessoa, devido a grande importância para a competitividade, para as conquistas individuais. Sobre o planejamento o pensamento é mais de curto e médio-prazos, com enfoque "na reengenharia de processos" em busca de resultados à qualquer custo, muitas vezes, é colocado ao descaso, se considerarmos que boa parte dessa sociedade não tem o hábito de pensar no longo-prazo, uma vez que a "orientação exclusiva ao lucro" coloca em xeque qualquer tentativa de garantir