TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Tcc adminis

Por:   •  26/7/2015  •  Monografia  •  2.806 Palavras (12 Páginas)  •  482 Visualizações

Página 1 de 12

Eu sou uma longa história...

Por trás dos olhos das pessoas sérias...

De vez em quando eu acordo daquele jeito. Abro os olhos e fico olhando para o teto, o ventilador girando, tentando manter seu trabalho de refrescar os dias cada vez mais quentes. Os minutos parecem parar diante de meus olhos fixos e imóveis. Quase não pisco. É como se eu entrasse numa espécie de transe reflexiva. Isso sempre aconteceu comigo, desde criança. Tenho uma lembrança de quando eu ficava olhando através das janelas do carro e ali me perdia, enquanto admirava as paisagens, em pensamentos tão profundos que muitas vezes não ouvia e nem percebia que me chamavam fazia tempo. Depois que cresci, continuei a me deixar envolver pelos meus dilúvios imaginários, vidas paralelas ou apenas reflexões, tentando criar coragem para levantar e enfrentar mais um dia. Sobre vida paralela, conto em outro capítulo, pode deixar.

Enfrentar um dia inteiro e todas as coisas que podem acontecer, durante a árdua jornada que preciso trilhar até poder estar novamente nesse estado letárgico em cima da cama. Levantar significa mostrar-se com disposição para aquilo o que vier. E nem sempre o que vem são coisas boas. Costumo dizer que sou para-raios de gente perturbada. Deve haver alguma explicação, talvez não científica, mas quem sabe religiosa ou coisas do tipo, para pessoas como eu, que vivem atraindo seres desprovidos de luz.

A vida é dura para todo mundo. Alguns é que conseguem encará-la com mais naturalidade ou até facilidade, quando dispõem de meios e recursos que favoreçam a luta. Para outros, no entanto, viver pode ser uma tarefa complicada, cheia de desafios e desassossegos, desamores e desilusões. Eu me encaixo nesse último caso. – Prazer, sou uma preterida.

Sim, sou aquela pessoa de conceitos próprios sobre a vida, que não segue o fluxo daquilo o que a convenção social julga ser o normal e aceitável, seja por opção ou por falta de oportunidades, sendo, por esta razão, desprezada, omitida, esquecida, excluída. Este livro é para você, que fez uma opção de vida diferente e hoje sofre com os pré conceitos de uma sociedade que se diz mente aberta, mas ainda está enraizada em costumes do passado. É um livro que escrevi, já calejada dos tropeços que levei nessa tal coisa chamada relacionamento humano.  

Convido você leitor(a), tão preterido(a) quanto eu, a dividir um pouco de nossas mazelas, numa tentativa de nos agruparmos. Estamos por aí, pelo mundo, distribuindo cumprimentos, abraços, apertos de mão e sorrisos, sendo bem educados, quando na verdade nosso interior está habitado por Gremlins que gritam terrivelmente. Estamos por aí, fazendo a terrível social, sendo partes de um todo que acreditamos piamente não pertencer. Somos por fora a bela viola e por dentro, o pão bolorento, como já dizia o velho ditado.

E você, caro leitor(a), que chegou a este livro apenas por curiosidade, mas que se considera uma pessoa feliz demais e que brinda a vida, entenda-o mesmo assim. Quem sabe pode ser você o(a) algoz na vida de tanta gente de olhos sérios e sorriso contido. Quem sabe...

Cap 1. Status: #fiqueipratitia         
Não é pecado ser solteiro

Atualmente tenho trinta anos, a idade do divisor de águas, na minha concepção. Digo isso porque na casa dos vinte e poucos anos você ainda é considerado jovem para algumas coisas, como casar e ter filhos, embora os que casam e fabricam bebês nessa fase sejam considerados, também, absolutamente normais. Quando a mulher casa depois dos trinta, gera um alívio entre os familiares, algo como um pensamento generalizado do tipo: “graças a Deus ela se arranjou”.

Se arranjou, como assim?

Acontece que quando a mulher chega aos trinta anos sem a perspectiva de um casamento, pois não tem nenhum partido à vista, ou, quando essa mesma mulher abre o jogo e diz clara e francamente que casamento nunca esteve em seus planos, o mundo desaba. Uma enxurrada de opiniões alheias se intromete com toda a facilidade do mundo em sua vida, tentando lhe convencer de que você não pode estar totalmente sã.

Mulher solteirona é a coisa mais triste do mundo! Deve ser muita infelicidade! – diz um.        
Mulher mais velha que fica solteira é mal amada e mal humorada! – diz outro.
Mulher solteirona deve ter algum problema. Não conseguiu fisgar um homem... – comenta mais um.        
Deve ser lésbica! – finaliza outro.

Quer dizer então que casamento ou “ajuntamento” entre duas pessoas é sinônimo de felicidade? Quem foi que convencionou que mulher feliz é só aquela que casa ou aquela que tem um companheiro?

Como eu ia dizendo lá no início, tenho trinta anos, não sou casada e não tenho namorado. E sim, por opção. Não sou homossexual ou assexuada. Simplesmente não namoro porque não encontrei o cara. Aquele cara, sabe? Porque os homens que eu vejo por aí ou, aqueles que já demonstraram interesse por mim, sinceramente... eu não sairia nem mesmo para uma simples ficada.

Não tenho aquela pueril ilusão do príncipe encantado montado no cavalo branco. Falando de tempos modernos, nem que fosse dirigindo “O” carro branco. Os homens estão mais para sapos e eu não sou Maria Gasolina. Prefiro trabalhar e pagar meu próprio carro. Se eu amassar, arranhar, o problema é meu, não vai ter sapo coachando em meus ouvidos. E casar com um sapo só para usar uma aliança no dedo como forma de dizer para todo mundo que sim, sou comprometida, consegui agarrar um macho, não faz meu tipo.

Mas é claro que na teoria é tudo muito bonito. Na prática, além dos maldosos comentários acima, as solteironas assumidas sofrem em qualquer convívio que não seja entre outras solteiras. Por exemplo: quando sou chamada para alguma confraternização, seja de trabalho, faculdade, as meninas costumam estar acompanhadas de seus partidos, chegam sempre de mãos dadas, sentam juntos e ali permanecem cada um com seu cada um e, quando a solteira não contra alguém na mesma situação para se enturmar, fica ali, sozinha, excluída do contexto social e até mesmo das conversas sobre vida conjugal que naturalmente acabam surgindo. É possível notar até mesmo uma agulha de ironia no falar das pessoas que se dirigem à você e uma ponta de piedade, como se fosse muito triste estar ali, sem ninguém.

Realmente, ali, naquele ínfimo momento, você pode até se sentir um pouco triste por estar sem alguém. Mas basta sair daquele contexto e ter a  vida livre, sem ninguém para controlá-la, a tristeza se esvai rapidinho. Já os demais não, saem dali e sabe-se lá como que realmente vivem na vida marital.

Durante alguns anos da minha vida vivi fases que achava muito importante estar acompanhada. Mas nunca corri atrás de homem desesperadamente. Beijei muito, mas tive pouquíssimos relacionamentos. Nenhum deles considerei como sério, de fato. Tive três paixões arrebatadoras, mas apenas uma foi parcialmente correspondida. Por que parcialmente? O cara era casado.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (17.1 Kb)   pdf (106.5 Kb)   docx (17.8 Kb)  
Continuar por mais 11 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com