Trabalho de MKT

A DIMENSÃO MÍTICA DA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE MARKETING: 90% DE INSPIRAÇÃO E 10% DE TRANSPIRAÇÃO

Introdução: Neste artigo, procura-se contribuir para a análise dos principais requisitos que devem ser levados em consideração na formação do profissional de marketing. O texto mostra que os profissionais da área de marketing se mostram avessos em relação às discussões teóricas trazidas para o contexto acadêmico, assim é comum verificar o interesse dos estudantes de marketing em assuntos ligados exclusivamente ao que acontece no mercado, dando menos importância aos assuntos teóricos e conceituais da disciplina. O nosso artigo questiona, até que ponto o estereótipo de um profissional prático, que toma decisões a todo o momento, extraindo da realidade vivenciada as melhores fórmulas, pode acabar paralisando o processo de desenvolvimento crítico e profissional, relegando o profissional de marketing a uma atuação substancialmente tecnicista. Para isso temos que entender as perspectivas filosóficas do marketing.

Perspectivas filosóficas do marketing: As duas principais correntes filosóficas do marketing, de acordo com Peter e Olson (1983) e Sheth, Gardner e Garrett (1998), são a positivista/empiricista e a relativista/construcionista. O positivismo concentra suas atividades na analise de resultados aplicados na pratica, já o relativismo dá ênfase no conhecimento teórico, verificando sua aplicabilidade na pratica. O positivismo adota métodos de pesquisa quantitativos em detrimento dos métodos de pesquisa qualitativos. Para o autor Hunt, uma analise isolada dos métodos quantitativos e qualitativos está relacionado a uma má-interpretação defendida pelas correntes filosóficas em marketing. Segundo Hunt não há uma contradição entre a corrente positivista e a adoção de métodos qualitativos, desde que estes sejam aplicados no contexto de descoberta e organização de sua teoria. Os métodos quantitativos por sua vez pertencem ao contexto da justificação, tendo como função conferir maior credibilidade às teorias, permitindo a confiabilidade em relação à realidade analisada. O que impera nas correntes filosóficas não é a defesa de uma única verdade, mas sim o questionamento sobre a forma adequada de construção do conhecimento.

Marketing como ciência ou arte?: Muitas pessoas ainda relacionam marketing com propaganda, e a arte de criar campanhas publicitárias para divulgar um produto ou serviço, mas o marketing é mais do que isso, marketing é uma área de conhecimento, assim o marketing tenta a legitimação como ciência, a legitimação de uma área de conhecimento como ciência é importante, pois a ciência qualifica suas pesquisas e teorias como válidas e idôneas. O marketing busca desde 1940 o status cientifico independente da evolução da administração. Desde então diversos acadêmicos tem argumentado sobre a consideração do marketing como ciência, Hunt explica que para alguns autores o marketing não é considerado ciência, pois o marketing está vinculado às dimensões lucrativas, micro (aplicada a atividades de marketing em unidades individuais: empresa, consumidores e domicilio) e normativa (buscando-se prescrever o que as organizações ou indivíduos deveriam fazer ou que tipos de sistema de marketing a sociedade deveria ter). O autor combate tal opinião, pois para ele o marketing está vinculado a uma atuação macro (referente a um alto nível de agregação, tanto em relação a sistemas agregados quanto a grupos de consumidores, bem como ao impacto de tais sistemas na sociedade). Esse conflito faz com que o marketing não desenvolva uma teoria geral.

Construção de teorias gerais do marketing: Apesar do desenvolvimento teórico do marketing, presente em inúmeros artigos, livros e periódicos especializados na área, o marketing ainda não recebeu um tratamento com relação à unificação de seu corpo teórico tornando o marketing uma ciência difusa e fragmentada, dificultando a formação de seus profissionais. Muitos autores tentam construir uma teoria geral, as principais tentativas foram feitas por Bartels e El-Ansary. O autor Hunt criticou os modelos teóricos de Bartels e El-Ansary pela fragilidade e argumentação cientifica, e propôs a elaboração de um conjunto fundamental de explanada de marketing composto por quatro áreas: (1) o comportamento do consumidor em relação às trocas de consumo; (2) o comportamento do vendedor em relação às trocas de consumo; (3) os modelos institucionais direcionados para compra e facilitação da troca; (4) as consequências sociais das atividades entre empresa e consumidor. Apesar de não se ter uma teoria central desenvolvida, o marketing tem escolas de pensamento.

Escolas de pensamento em marketing: Os autores Sheth, Gardner e Garret avaliaram o processo evolutivo do marketing e dividiram em quinze escolas de pensamento caracterizadas por duas dimensões básicas: a visão econômica ou não econômica do marketing nas empresas e o seu grau de interação com o mercado. São essas escolas: escola commodity, escola funcional, escola institucional, escola regional, escola funcionalista, escola administrativa, escola do comportamento do consumidor, escola dinâmica organizacional, escola macro marketing, escola sistêmica, escola de trocas sociais, escola ativista, marketing de relacionamento, cybermarketing, marketing experimental. Por meio das escolas é possível ver o processo de amadurecimento do marketing, mas do que o marketing realmente trata?

Objetivo do marketing: do que ele realmente trata?: O objetivo do marketing tem sido alvo de discussões por meio de vários estudos, questionaram sobre a definição de seu papel como filosofia de negócios, englobando um cenário mais amplo, ou somente como função gerencial direcionada a pratica empresarial com uma perspectiva mais limitada. Uma das principais referencia quanto ao estabelecimento do objetivo básico

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