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Ética nas organizações

Por:   •  7/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.060 Palavras (9 Páginas)  •  362 Visualizações

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ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES

 Laura Nasch (1993, p. 6) define como “o estudo da forma pela qual normas morais pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos de uma empresa comercial” Com isso, o que a autora afirma é que a ética nas organizações não se caracteriza como valores abstratos nem alheios aos que vigoram na sociedade; ao contrário, as pessoas que as constituem, sendo sujeitos históricos e sociais, levam para elas as mesmas crenças e princípios que aprenderam enquanto membros da sociedade.

 Do mesmo modo, ela pode ser representada pela metáfora da morada, do abrigo protetor que se acha relacionada ao conceito de ética geral. Assim como esta, a ética nas organizações significa forma de ser e modo de agir, não de maneira mecânica, mas como fruto de reflexão em consonância com a cultura e a filosofia da organização Leisinger e Shmitt (2000, p. 22) confirmam esse entendimento: “a ética empresarial reflete sobre normas e valores efetivamente dominantes em uma empresa, interroga-se pelos fatores qualitativos que fazem com que determinado agir seja um bom agir”.

 Conclui-se que ela visa tornar inteligível a moral vigente nas empresas, através de estudos que contemplem também as questões de tempo e o espaço, pois, assim como vimos com a ética geral, os valores organizacionais mudam com as mudanças histórico-sociais e as relações humanas seguem a mesma tendência.

 Normalmente, o mundo de uma organização é permeado por conflitos, por choques entre interesses individuais e, muitas vezes, entre esses e os da própria instituição, de modo que a ética servirá para regular essas relações, colocando limites e parâmetros a serem seguidos. Essas orientações também são responsáveis pela garantia da integridade dos indivíduos que vivem o dia-a-dia da empresa e sua saúde física e mental. Possibilitam que eles tenham alegria com o que fazem, fortaleçam o compromisso com a organização, renovem e coloquem em prática o poder criativo e produtivo que possuam, a solidariedade, o estímulo, enfim, as condições necessárias à manutenção da organização.

 De certo, tais critérios, que são explicitados pela pessoa do dirigente, do dono ou da sua liderança, além de refletir os valores dessas pessoas e da cultura, seguem as leis estabelecidas pela organização, definindo as decisões a serem tomadas e a maneira como as relações interpessoais devem se dar, assim como espaço atribuído ao indivíduo.

 Também, assim como ocorre com a ética geral, os valores que regulam as relações e os comportamentos dentro de uma empresa são históricos, alteram-se com as mudanças histórico-sociais. Só para exemplificar, podemos relembrar que nos Estados Unidos, nos anos 50, as preocupações éticas no campo dos negócios centravam-se na questão da desumanização do trabalhador; nos anos 60, a tônica recaiu sobre o complexo industrial militar e a preservação do meio ambiente; nos anos 70 e 80, dentre as preocupações, decorrentes de condições concretas, havia o interesse em desenvolver a consciência crítica das pessoas contra as propagandas enganosas veiculadas nos meios de comunicação de massa ou em rótulos e embalagens de produtos.

 Hoje, coloca-se em foco, outra vez, a questão da ganância e da desonestidade corporificada por situações como o tráfico de informações ligadas, por exemplo, a bolsa de valores ou a bancos. Também se presenciam os conflitos de interesses, através dos litígios que têm levado muitas empresas consideradas sólidas à derrocada.

 Por isso, a ética começa a ser apresentada como a questão número um para muitas empresas de porte e outras menores que se preocupam com sua estabilidade e crescimento. Entretanto, estudos demonstram que o empresariado, em sua grande maioria, não possui alta formação ética e que sua preocupação com a questão decorre do medo quanto aos prejuízos que as empresas e suas próprias carreiras possam ter em decorrência de atitudes antiéticas.

 O fato é que, mesmo havendo crescimento do número de empresas que demonstram interesse pela ética, há forte tensão entre a busca do lucro e a possibilidade de agir com ética. Também persistem alguns impasses como, por exemplo, a resistência das pessoas em admitirem que estão tendo atitudes antiéticas na vida em geral e, por extensão, no mundo do trabalho, preferindo culpabilizar a empresa e os outros pelas consequências de seus atos.

 A ética nos ajuda a entender que um bom profissional não é aquele que age como uma máquina, cumprindo ordens inconscientemente e deixando de impor limites entre os mundos profissional e pessoal. É verdade que esses limites são tênues e uma esfera invade a outra, todavia há uma diferença entre deixar-se invadir conscientemente por uma grande identificação e prazer naquilo que faz ou em situações emergenciais e passageiras, e não ter noção de uma coisa e de outra.

 A cultura do “levar vantagem” vem fazendo com que a desonestidade e a exploração prevaleçam, e, do mesmo modo que as pessoas sejam coniventes com condições de trabalhos aviltantes e, até mesmo, que colocam em perigo a vida do empregado. Também, estimulam as empresas a negligenciarem na qualidade do serviço prestado ou do produto colocado no mercado, porque não têm tempo a perder em pesquisas ou não aceitam investir mais recursos em ações capazes de superar esses problemas, uma vez que isso é visto como forma de diminuição da margem de lucro.

 Entretanto, pesquisas comprovam o que já era indicado pelos antigos filósofos: que o comportamento ético ainda é o melhor caminho; que a integridade é uma fonte de sucesso para as organizações, que ganharão a confiança dos clientes, o comprometimento dos funcionários e a autonomia de seus líderes. Diferente das situações em que a ética é negligenciada, em que passa a vigorar a desconfiança entre as empresas, a falta de lealdade dos empregados e o uso da tecnologia a serviços da fraude, entre outros, que colocam em jogo o destino da organização, motivam o desmoronamento de muitas e ameaçam outras tantas.

 Sem dúvida, a ética é direito e vontade de justiça, porém também é arte que deve ser aprendida dia após dia. Investimento que vale a pena, pois ela é um grande patrimônio para os indivíduos e o maior para a vida de uma empresa.

RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES

 Os primeiros estudos sobre o assunto no país afirmavam que o termo era “controvertido e de difícil precisão” (Duarte et al., 1986). Segundo os autores, havia quem o entendesse como obrigação legal, comportamento ético, ou filantropia e caridade.

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