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A Arquitetura Sustentável

Por:   •  26/1/2020  •  Ensaio  •  1.794 Palavras (8 Páginas)  •  244 Visualizações

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Uma das indústrias que apresenta maior consumo de energia e água do planeta é a da construção. Só nos Estados Unidos, as edificações são responsáveis por 48% do consumo total de energia e 73,1% do consumo de eletricidade, 30% das emissões de GEE e 30% das matérias-primas. Em nosso país não é muito diferente, poderíamos construir uma obra apenas com o desperdício gerado a partir de três outras. Esta situação, por sua fez faz com que tenhamos um grande passivo ambiental, oriundo da geração de Resíduos da Construção Civil (RCCs) (MEDEIROS, 2012).

A atuação do arquiteto é de suma importância que na elaboração do projeto arquitetônico, transmitindo aos demais profissionais a responsabilidade da execução dos projetos complementares. O planejamento neste contexto é essencial para que as decisões sejam tomadas de forma correta, alcançando os ideais arquitetônicos do projeto. O arquiteto necessita de o conhecimento básico referente ao desempenho energético de edificações, para que possa torná-lo sustentável (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).

É evidente a importância do desenvolvimento sustentável no momento atual, visto que há mundialmente um movimento em volta do tema. Sendo que as inúmeras iniciativas promovidas por empresas, entidades empresariais, instituições de ensino, governos, ONGs e órgãos ligados à ONU comprovam isso. É válido relatar que há a criação de uma norma de responsabilidade social desenvolvida pela International Organization for Standardization (ISO) atualmente a mais importante instituição de normalização (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009).

A ISO foi fundada no ano de 1946 com uma confederação de organismos de normalização internacional. É uma entidade não governamental, que não possui vínculo forma com empresas e governos. Sediada na Genebra, Suíça, a ISO reúne uma média de 157 países desenvolvidos e em desenvolvimento, de todas as regiões do mundo. Sua relevância dá-se devido a elaboração de normas que facilitam o comércio, as boas práticas de gestão e inovações tecnológicas, incluindo ainda a sustentabilidade (COSTA, 2011).

A aderência das práticas de sustentabilidade e sua concretização requer um trabalho coletivo, devendo estar inclusos nesse processo todos os agentes tais como: governos, consumidores, investidores e associações, estimulando dessa forma o envolvimento do setor da construção. A criação de políticas públicas, de planos diretores e códigos de obras que buscam adoção das práticas sustentáveis agem como incentivadores à medida que cedem em caráter mandatório a essas ações (BARROS; BASTOS, 2015).

De acordo o documento “Ações e Políticas: Avaliação global das conexões entre urbanização, biodiversidade e serviços ecossistêmicos”, desenvolvido pela Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, destaca-se que no atual contexto os benefícios da biodiversidade urbana afetam diretamente a saúde. Pois as cidades com maior número de árvores apresentam redução de doenças respiratórias em crianças. Nesse contexto, a elaboração de política pública com o objetivo de incorpore os ideais de sustentabilidade e ecologia nas construções acarretará em modificações desde as questões alimentares e de saúde e, consequentemente, melhor qualidade de vida (PANORAMA DA BIODIVERSIDADE NAS CIDADES, 2012).

Conforme Gonçalves e Duarte (2007, p. 52):

É sabido que o tema sustentabilidade, pensado na sua totalidade, abrange aspectos socioeconômicos e ambientais, lançando desafios à pesquisa, à prática e ao ensino. A primeira definição de desenvolvimento sustentável foi cunhada pelo Brundtland Report em 1987, afirmando que desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras.

Os empreendimentos que causam menor impacto ambiental são aqueles de menor custo, como a orientação da construção e o reaproveitamento daquilo que é sobrado, sendo que a utilização das tecnologias de alto consumo enérgico e com teor poluente e dos apetrechos devem ser limitados e não ser a base das práticas. As práticas de desenvolvimento sustentável devem ser planejadas para toda a existência da edificação, visando a logística da água, da energia, dos matérias e recursos, na correlação com o espaço e na comodidade interna (BARROS; BASTOS, 2015).

O ideal de sustentabilidade pode ser sustentado de diversas formas em um projeto arquitetônico residencial, a exemplo do clima que pode ser melhor aproveitado em suas condições naturais, de acordo com o paisagismo que é ferramenta essencial para a adequação da construção do clima. O calor solar no inverno pode ser proveniente também desse planejamento, os dispositivos de sombreamento devem ser alocados de forma que a radiação solar não seja penetrante (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).

A energia que a edificação consumirá tem se tornado forte determinante na decisão dos sistemas de controle ambiental utilizados. A análise do consumo de energia de uma edificação é tão importante para o processo de projeto quanto das outras ferramentas utilizadas comumente pelos projetistas. Cabe ao arquiteto coordenar a interlocução dos vários profissionais com o objetivo de melhor a eficácia energética de sua concepção arquitetônica [...] (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014, p. 48).

Conforme Lamberts (2010) ao que tange ao desempenho término de edificações a NBR 15220-3 (ABNT, 2005) apresenta o Zoneamento Bioclimático Brasileiro e as Diretrizes Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse Social. Com base nesta classificação o Brasil encontra-se dividido em oito zonas, de acordo com as condições climáticas que se assemelham. Havendo, portanto, especificações para cada zona bioclimática e a avaliação é prescritiva, que é feita de acordo com a verificação do atendimento de cada parâmetro identificado pela norma:

• tamanho das aberturas para ventilação (expressas como percentual de área de piso);

• proteção das aberturas;

• vedações externas, parede externa e cobertura, informando o tipo de vedação (leve ou pesada,

• refletora ou isolada);

• estratégias de condicionamento térmico passivo (ABNT, 2005 apud LAMBERTS, 2010, p.21).

A própria confecção dos bens de consumo tão requeridos nos dias atuais, como casas de praia, automóveis, eletrônicos etc., demandam um fluxo constante de materiais: recursos naturais são extraídos, transportados, processados, utilizados ou consumidos e descartados.

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