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A Lógica dos Projetos - Lionel March

Por:   •  3/12/2015  •  Artigo  •  2.897 Palavras (12 Páginas)  •  180 Visualizações

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A LÓGICA DOS PROJETOS

LIONEL MARCH

ATOMISMO E FALIABILISMO

Revisando alguns dos trabalhos do Alexandre, chama atenção para os dois aspectos fundamentasi da sua visão. O primeiro é seu conceito de uma linguagem, no sentido de Wittgenstein, de projeto. O segundo é uma atitute em relação ao método científico, que vem de Popper. Agora em cada uma das suas áreas, tanto Wittgenstein e Popper são grandes filósofos. As dificuldades de combinar suas duas teorias como fundações para a teoria do projeto será aparente da forte oposição de Popper em relação a Wittgeinstein. O critério de verificabilidade do Circulo de Viena é oposto pelo critério de fasificabilidade de Popper de sistemas científicos empíricos. Wittgeinstein coloca sua fé no criador de um universo de proposições atomicamente irredutíveis que são verdadeiras e que são os blocos construtores de todas as possíveis estruturas verdadeiras. A verdade de qualquer estrutura vem da verdade de seus átomos. A relação em que as proposiçãos tem uma em relação a outra é interna. Não há necessidade de determinar esta relações entre eles. A sua existência é um resultado imediato das proposiçãos. Nos parece que é precisamente esta atitude que Alexander adota como a base da teoria do projeto. O problema critico é correlacionar este modelo determinado logicamente com a realidade  de assumirmos que “as coisas são relacionadas umas com as outras da mesma maneira que os elementos deste modelo”. Esta é a missão das ciências empíricas e este é o problema de que Popper fala. A doutrina do faliabilismo que ele propõe, e que Alexandre adota para testar suas hipóteses, é um resultado do reconhecimento de Popper da demarcação entre a logica e a matemática em uma mão e as ciências empíricas na outra. Popper chama a atenção par “a invasão da metafisica no reino cientifico” causada pelo desejo dos positivistas para admitir, como cientifico ou legitimo, apenas aquelas afirmações que podem ser reduzidas a afirmações elementares (ou ‘atomicas’)  de experiência – para ‘julgamento e percepção’, ou ‘proposiçãos atomicas’, ou ‘sentenças-protocolo’, ou o que mais vier. É claro que o critério utilizado de demarcação é idêntico com a exigência da lógica de indução.  E é exatamente sobre o problema da indução que esta tentativa de solucionar o problema da demarcação fica triste; positivistas, na sua ansiedade de aniquilar a metafisica, aniquilam a ciência natural junto com ela. Porque leis cientificas, também, não podem ser reduzidas a afirmações elementares de experiência.

A filosofia de Kaerl Popper tem influenciado a teoria do projeto arquitetônico moderno. No principal, sua influencia tem sido danosa, mas isto é tanto o resultado de mal entendimentos quanto das deficiências de Popper. Do mesmo jeito que Popper desenha uma distinção entre a ciência logica e empírica, também deve haver uma distinção entre estas e o projeto. Basear a teoria do projeto em paradigmas inapropriados de logica e ciência é cometer um erro muito grande. Logica tem interesse nas formas abstratas. A ciência investiga formas existentes. O projeto cria formas novas. Uma hipótese cientifica não é a mesma coisa que uma hipótese de projeto. Uma proposição logica não deve ser confundida com uma proposta de projeto. Tem havido muita confusão sobre estes assuntos, dai as ilusões sobre hipóteses de projeto que podem ser testadas cientificamente e propostas sem valor. Parcialmente, isto é devido a visão restritiva de Popper das formas logicas, hipóteses cientificas e teoria da probabilidade. A teoria de Popper é diretamente contrária a qualquer tentativa de trabalhar com as idéias da lógica indutiva.

‘De acordo com a visão de Poper, as hipóteses tipicamente cientificas são afirmações universais, ou seja, na forma “Todos os Y’s são Z” e portanto invalidadas por um caso que seja contrário. É esta característica da fasificabilidade que faz delas científicas, e não qualquer suporte indutivo ou qualquer grau de probabilidade calculado de alguma evidencia.’ E finalmente Popper rejeita, juntamente com linhas parecidas,  qualquer teoria subjetiva de probabilidade em que nossas ‘crenças racionais’ não são ‘guiadas por uma afirmação frequencista objetiva’. Isto então é a informação sobre a qual nossas crenças ‘dependem’. Ainda assim em projeto, o modo chefe de raciocínio é indutivo em sua maior parte, isto é, sintético ao invés de ser analítico: uma boa hipótese de projeto é escolhida na expectativa de que ela irá ser bem sucedida, não falhar: e já que muitas projetos são únicos, a teoria da probabilidade, para ser de qualquer valia, não pode ser delimitada por uma interpretação frequentista  de probabilidade ‘a longo prazo’, mas deve adotar a interpretação subjetivista relativo a ‘graus de crença’. Portanto em projeto, em oposição a descoberta cientifica como Popper teria, o critério Popperiano deve permanecer em suas cabeças para sustentar uma aproximação que seja racional.

A LOGICA DO PROJETO

Aqui será útil nos virarmos para algumas investigações logicas pelo filosofo americano Peirce para distinguir a natureza do raciocínio indutivo e sua relação com outros modos de raciocínios plausíveis. No geral, Peirce afirma> ‘Deixe qualquer ser humano ter informação suficiente e exercer pensamento suficiente sobre qualquer questão, e o resultado será o mesmo que qualquer outra mente irá ter sob circunstancias suficientemente favoraveis’.

Peirce usa o silogismo Aristoteliano

X é y, y é z, portanto x é z

Para tipificar raciocínio dedutivo ou analítico, ou seja, a aplicação de uma regra geral (y é z) para um caso particular (x é y) para dar um resultado logicamente determinado (x é z). Mas, diz Peirce, ‘o raciocínio indutivo ou sintético, sendo algo mais que uma mera aplicação de uma regra geral par um caso particular, nunca pode ser reduzido a esta forma’.

Tendo sugerido que o silogismo é isomórfico para o axioma da transitividade de uma ordenação parcial,

X menor ou igual a Y   E   Y menor ou igual a Z   PORTANTO      →  X é menor ou igual a Z

Peirce ainda vai além para desenvolver dois modos de raciocínio permutando as 3 afirmações (Fig. 1). Os dois novos modos não são determinados logicamente. Ambos são sintéticos, envolvendo passos da imaginação no sentido do raciocínio especulativo de Whitehead. A indução espelha a busca do pensador por uma lei que para levar em conta as regularidades entre os fenômenos e criar novos hábitos de pensamento. Inducao é a inferência da rega a partir de um caso e dos resutados. Abdução, ou o que chamaremos mais tarde de raciocínio produtivo, o terceiro modo de Peirce, reflete a presunçãodo pesquisador de que um certo fenômeno pode existir para contabilizar suas observações dado que uma teoria particular seja verdadeira: a abdução é a inferência de um caso a partir de uma regra e um resultado.

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