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A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, E AS CONCEPÇÕES ARQUITETÔNICAS E URBANÍSTICAS NO SEC. XIX.

Por:   •  8/9/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  6.355 Palavras (26 Páginas)  •  176 Visualizações

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A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, E AS CONCEPÇÕES ARQUITETÔNICAS E URBANÍSTICAS NO SEC. XIX.

  1. INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial em suas ambas fases é considerada até hoje um dos maiores marcos na história da humanidade e foi responsável por impor as novas dinâmicas sociais entre os séculos de XVIII e XIX. Novas relações de trabalho, surgimento e consolidação do capitalismo, máquinas de vapor, eletricidade, novos materiais construtivos, industrialização das cidades, expansão do imperialismo, êxodo rural e recentes descobertas nas ciências, medicina, transporte e comunicações, mudanças intensas que não ditam apenas novas narrativas para o comércio e trabalho, como também o modo de se relacionar como sociedade, expectativa de vida e habitação.

        O desenvolvimento das edificações e popularização de materiais mais salubres do que madeira e palha é relacionado com o aumento populacional e expectativa de vida, essas moradias possibilitam um estilo de vida mais higiênico que outrora, combinado ao avanço da medicina resulta no aumento exponencial da população, na maioria das vezes sem associação de políticas administrativas para gerenciar as cidades e periferias emergentes desse processo.

        Portanto, seria desconexo abordar arquitetura e urbanismo pós Idade Moderna sem considerar o impacto que as Revoluções Industriais exerceram sobre eles. Ferro gusa, o vidro e posteriormente concreto armado são apenas alguns dos novos materiais agregados aos processos construtivos, assim como aprimoramento dos anteriores, possibilitando as primeiras grandes pontes ou novos estilos ornamentados como o Art Nouveau. De modo que a Revolução Industrial presenteia máquinas, materiais, técnicas que tornam viabilizam o surgimento de novas arquiteturas e obras de infraestrutura, ao passo que também cria problemas de urbanização, marginalidade, saneamento e segurança pública.

 

  1. CONTEXTO HISTÓRICO

2.1. PIONEIRISMO INGLÊS

A revolução gloriosa ocorrida entre 1688 e 1689 foi um evento político que teve como resultado a transformação do sistema de governo inglês para uma monarquia parlamentar constitucional, ou seja, o poder sofreu uma descentralização do poder real uma vez que os parlamentares eram em sua maioria burgueses que defendiam a maior independência econômica em prol de seus negócios através de medidas mais liberais. O Ato de Navegação foi uma lei criada no século XVII, com o objetivo de enfraquecer a concorrência e garantir controle inglês sobre as rotas comerciais marítimas do mundo. A lei decretava à Inglaterra e suas colônias que todas as mercadorias de importação e exportação deveriam ser transportadas em navios ingleses aproveitando a posição geográfica estratégica e a existência de rios navegáveis em um período onde o transporte por terra era dispendioso. Logo a Inglaterra acumulou capital devido a essas medidas e a burguesia enriqueceu, propiciando investimento em pesquisas para desenvolvimento de maquinário o que aperfeiçoaria o processo de produção e financiaria a construção das indústrias têxtis.  Outra lei importante nesse processo foi a lei do cercamento, ela resultou na transformação de terras comuns em propriedades que serviram para o pastoreio de ovelhas (essenciais na produção de lã) e implantação de técnicas modernas de agricultura. A produção e população sofreram aumento devido a essas melhorias, porém a relação de trabalho existente ainda tinha base feudal, portanto os camponeses que ocupavam essas propriedades foram expulsos e tiveram que migrar para as cidades em busca de trabalho. Esse êxodo rural fez com que houvesse mão de obra abundante e barata para as indústrias, o que permitiu a submissão dos trabalhadores a péssimas condições e jornadas demasiadamente longas além de exploração de mão de obra feminina e infantil. Essa situação fez com que os trabalhadores se voltassem contra seus patrões organizando-se em sindicatos. A enorme quantidade de reservas de carvão e ferro na Inglaterra serviram de base para a indústria do período e, mesmo posteriormente, foram usados nas locomotivas. A Inglaterra foi o berço da Revolução Industrial que se expandiu posteriormente para os países da Europa ocidental e para os estados unidos.

2.2. SISTEMAS DE PRODUÇÃO

No século XIV o comercio mundial era marcado por produção artesanal e familiar, onde o indivíduo cuidava de todo o processo de produção. A partir da idade moderna essa produção, antes fragmentada, iniciou seu processo de concentração nas manufaturas, ou seja, ofícios comandados por burgueses que financiavam salários aos artesãos pela elaboração de produtos através da matéria prima fornecida por eles. Com a criação da máquina a vapor todo esse processo sofreu alteração, originando a maquinofatura, portanto, marcando o início da revolução industrial. A partir dessa mudança de produção, vários trabalhadores especializados se tornaram inúteis uma vez que uma pessoa sem a mesma instrução era capaz de produzir em série e em menor intervalo de tempo, além de aumentar o lucro burguês e diminuir o salário operário.

2.3. ASPECTOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A Revolução Industrial é marcada por dois períodos segundo historiadores: o primeiro em meados de 1760 (segunda metade do século XVIII), e o segundo, aproximadamente 100 anos depois, na segunda metade de 1800. O primeiro foi marcado pelas fiações e tecelagens de algodão, primeiras fábricas a empregar técnicas verdadeiramente inovadoras na produção de tecidos, novas tecnologias tais como a máquina a vapor, o processo Cort, a fiadeira, e a substituição das ferramentas manuais pelas máquinas.

Notou-se um ritmo de crescimento numérico das unidades fabris, das técnicas de trabalho e produção e de invenções jamais verificado antes na história humana. Foram criadas engenhosas máquinas de cardar, fiar e tecer com graus de automação cada vez maiores, utilizando não apenas a energia muscular humana, mas empregando o vapor d'água, produzido principalmente com o uso do carvão mineral. Na construção dessas máquinas, cada vez mais utilizadas, era empregado ferro fundido. Para produzi-las de forma cada vez mais aperfeiçoada foram desenvolvidas novas fórmulas e processos para purificar e fundir o minério de ferro. Outras invenções, como a máquina perfuradora, a prensa hidráulica, o martelo a vapor e a régua de calcular, transformavam continuamente muitas das técnicas de engenharia industrial.

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