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A República

Por:   •  10/8/2018  •  Seminário  •  1.688 Palavras (7 Páginas)  •  189 Visualizações

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Trabalho II: questões sobre livros VI e IX de A República.

  1. Qual o significado da doutrina platônica das ideias (essência/forma) nos planos dos valores e da natureza?

Há, de modo geral, três ordens de valores. A filosofia cuida do conhecimento por si mesma, a verdade como um valor. Os outros valores são: o bem, ou a justiça, e o Belo. Valores: O Bem, o Belo e o Verdadeiro.

Até hoje não existe outra maneira de ter acesso a esses valores, que não seja a reflexão. A natureza (física, biológica, geológica, química), por exemplo, saiu da esfera filosófica e foi para a científica. Para os antigos, a phísis era uma questão da filosofia. A ideia de cadeira era uma cadeira tal havia na natureza. A natureza e seu conhecimento, tinha para eles uma ideia diferente. O Bem, o belo e o verdadeiro não saíram da esfera da percepção, da filosofia.

A doutrina das ideias tem como máxima, a ideia do bem, seguida pelas ideias do belo e do verdadeiro. E depois as ideias que são derivação do bem, como o útil (aquilo que serve a um bom propósito) e o vantajoso (o que produz algum bem). O verdadeiro e o belo também têm suas particularidades. Temos dois planos: dos valores e da natureza (tudo aquilo que encontramos no mundo sensível).

As ideias/formas são eternas (ou imutáveis), no entanto, o mundo sensível surge numa espécie de encruzilhada entre o eterno (que são as ideias) e o tempo, essa encruzilhada é chamada de devir. É o nome da geração da corrupção permanente (geração e morte). Vir a ser e vir a não ser. As ideias são os modelos dos quais os seres sensíveis da natureza são cópias. Se os modelos são eternos e imutáveis, as espécies são também imutáveis (papagaio será sempre papagaio). Isso só é compreensível na antiguidade.

Essa é a implicação das ideias no plano dos valores e da natureza.

  1. O que significa dizer que a dialética platônica é um diálogo da alma consigo mesma? Mostre quais são as faculdades cognitivas da alma e as formas do saber correspondentes.

As faculdades cognitivas da alma: percepção (ou sensibilidade): ouço um ruído e formulo uma opinião. A forma de conhecimento que corresponde a faculdade sensível: percepções sensíveis. Se afastando do sensível, surge uma faculdade cuja forma de conhecimento são as opiniões: faculdade das realidades singulares. Passa da percepção de um ruído para a identificação de uma realidade singular. Singular porque não digo “é um animal ou um vegetal”, digo “é gato na lata de lixo ou rato no armário, um dos dois”. Eu passo de uma percepção, uma sensação para uma realidade singular. A alma foi dividida em dois segmentos iguais. Indo pra parte do segmento que é racional: nesta parte terei o conhecimento discursivo, que tem como formas de conhecimento: axiomas e hipóteses. Subindo mais, vou para a segunda parte do segmento racional, que é o conhecimento das ideias, é a parte racional por excelência, onde tenho conhecimento dos universais e eternos, que são as ideias, então de “gato e rato”, passo para a hipótese do que seja um animal, conhecimentos certos sobre a vida e chega na ideia de vida animal.

A dialética platônica é um diálogo da alma consigo mesma, porque a alma se faz outro de si mesma. A alma tem uma percepção sensível, ela se faz outra em relação a si mesma e interroga sua percepção, daí vem uma opinião, da qual ela se separa e pode tomar vários caminhos discursivos: investigação empírica e investigação teórica, que lhe foi suscitada por um evento bastante ordinário. Ela precisa se separar de um conhecimento que ela já produzir e interrogar este conhecimento para que possa dar um passo acima e seguir adiante. Então é um diálogo porque o diálogo é uma interlocução entre dois. A alma, ao se fazer outro em relação a ela mesma, dialoga consigo. Daí dialética platônica.

A faculdade racional, por excelência, tem como forma de conhecimento as ideias.

“Dá uma lida no texto. Não vai só confiar no Blá Blá Blá do professor, viu?! Professor às vezes dá uma derrapada.”

  1. O que são prazeres puros segundo o livro IX de A República? Mostre como Platão analisa os prazeres e o caráter humano. Em que sentido poderíamos aproximar o Belo, segundo Hípias Maior, e os prazeres puros? 

Platão analisa o prazer associando a cada prazer uma dor. Toda dor é uma necessidade ou uma carência. A carência satisfeita é o chamado estado neutro. O momento de satisfação da carência é o prazer.

Platão faz uma análise das almas dos homens e divide-os em três classes principais: o filósofo, o ambicioso e o interesseiro. E para cada um desses há uma espécie de prazer. Seriam estes o prazer do conhecimento, da ciência; o prazer ligado ao consumo, ganho, acumulação e o prazer da honra, fama, glória.

Tanto os prazeres sensíveis quanto os da glória e da fama são gangorras, ou seja, alternância entre a dor e o prazer. Nessa alternância, o prazer se confunde com a dor, a dor com o estado neutro e o estado neutro com o prazer. Essa gangorra é a indeterminação, ausência de conhecimento claro, ausência de medida.

Platão cria uma régua: um segmento dividido ao meio, onde se encontra o estado neutro. Nas duas extremidades há o prazer, noutra a dor. Essas sensações de prazer, dor e estado neutro são variáveis e a alma está sempre em algum estado possível de ser associado a um ponto deste segmento.

A dor é o contrário do prazer e quando se produzem na alma são uma espécie de movimento, logo, o estado no qual não se sente nem alegria nem tristeza é um repouso, que se situa entre esta duas sensações. Este estado é igualmente afastado desses dois sentimentos, sendo este às vezes prazer, as vezes dor.

Tanto os prazeres sensíveis quanto os da glória e da fama são gangorras, ou seja, alternância entre a dor e o prazer. Essa alternância, na qual o prazer se confunde com a dor e a dor com o estado neutro e o estado neutro se confunde com o prazer.   A percepção humana é tal, segundo Platão, que o homem tem dificuldade de saber exatamente em qual ponto do segmento ele se encontra. Como destaca no trecho:

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