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AUDITÓRIO DO IBIRAPUERA: A PRODUÇÃO ARQUITETÔNICA DE OSCAR NIEMEYER EM SÃO PAULO

Por:   •  22/5/2019  •  Artigo  •  2.268 Palavras (10 Páginas)  •  169 Visualizações

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AUDITÓRIO DO IBIRAPUERA: A PRODUÇÃO ARQUITETÔNICA DE OSCAR NIEMEYER EM SÃO PAULO.

Jean Guilherme Oliveira 1, João Marcos Lourenço Bulzan¹, Renato Couto¹, Fabrícia Borges2

  1. - Discente na Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE, Curso de Arquitetura e Urbanismo, (acrescentar disciplina), Presidente Prudente, SP.
  2. – Arquiteta e Urbanista, Mestre e Docente na Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE, Curso de Arquitetura e Urbanismo, História da Arquitetura Brasileira II, Presidente Prudente, SP.

RESUMO

Frente a contexto moderno que ansiava por uma identidade brasileira, o Movimento Moderno surge por influência da Europa e dissemina o olhar frente a racionalidade na produção brasileira. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo discorrer sobre a atuação de Oscar Niemeyer em São Paulo na década 1950, vislumbrando com mais cautela a obra do Auditório Ibirapuera, tendo em vista a distribuição espacial. Diante do panorama arquitetônico da época em que o Brasil sofria com uma crise de identidade sobre o atual modo de produção, e como Oscar foi se transmutando com o tempo e dispondo um caráter incomparável destacando-se não somente no Brasil, como também ganhando reconhecimento no mundo todo.

Palavras-chave: MOVIMENTO MODERNO; MODERNISMO BRASILEIRO; ARQUITETURA MODERNA.

  1. INTRODUÇÃO

O Modernismo se iniciou na Europa, foi um movimento que envolvia as áreas artísticas e culturais. Os principais ideais modernistas tiveram sua chegada ao Brasil no a partir da primeira de década do século XX, introduzida através de manifestos como a Semana da Arte Moderna realizada em 1922 em São Paulo. Com isso, o arquiteto Lúcio Costa ressalta que o Modernismo brasileiro se justifica como estilo, afirmando a identidade de nossa cultura e representando o “espírito da época”. (REIS FILHO, 1978).

O Modernismo foi o reflexo do entusiasmo cultural da época: durante o período o país passou pela industrialização e por período de grande orgulho excessivo, o que levou a busca pela arte – incluindo aqui a


arquitetura – nacional, sem se prender aos padrões europeus. (REIS FILHO, 1978, p. 63).

Diante disso, os projetos modernistas eram marcados pelo racionalismo e funcionalismo, além de características como formas geométricas definidas, falta de ornamentação sendo a própria obra o ornamento na paisagem. Além disso, a separação entre estrutura e vedação, uso de pilotis a fim de liberar o espaço sob o edifício, panos de vidro contínuos nas fachadas ao invés de janelas tradicionais; integração da arquitetura com o paisagismo, e com as outras artes plásticas através do emprego de painéis de azulejo decorados, murais e esculturas (BRUAND, 1999).

O Brasil recebeu algumas vezes Le Corbusier, algumas para orientar a equipe de arquitetos que em 1936 projetou o edifício da nova sede do Ministério da Educação, no Rio de Janeiro e em outras realizou conferências para difundir seus ideais, e reforçar a influência sobre os jovens arquitetos da época (BRUAND, 1999). Foram destaque no Movimento moderno brasileiro Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Attilio Correa Lima, os irmãos Marcelo, Milton e Maurício Roberto, Paulo Mendes da Rocha e tantos outros profissionais que contribuíram de alguma forma para a fiação da produção arquitetônica racional em território brasileiro.

  1. RESULTADO

Um dos maiores representantes da arquitetura moderna mundial, com mais de 500 obras pelo mundo. Ingressou na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, 1929, onde concluiu arquitetura em 1934. Sua principal característica é o uso do concreto, vidro, curvas e vãos livres, com seu estilo inconfundível. Ao decorrer de sua carreira acumulou diversos prêmios importantes, entre eles o Prêmio Pritzker de Arquitetura 1988 ( VALENCIA, 2018).

O papel de Niemeyer para a arquitetura moderna brasileira, foi fundamental desde o início dadas a qualidade das obras e a projeção nacional e internacional obtida logo de seus primeiros projetos construídos. Segundo Comas (2009) assinala que Niemeyer é o responsável pelo alargamento e pelo enriquecimento “do vocabulário e da sintaxe da arquitetura moderna”, alinhando


seus feitos às realizações corbusianas ao revelar total apreensão de suas aspirações sistêmicas.

A partir da década de 1940 o uso ousado e habilidoso de curvas é uma característica básica da obra de Oscar Niemeyer, contribuindo significativamente para a sua reputação como criador de formas. Niemeyer explora a plasticidade do concreto armado, cujo material apresenta característica estática e rígida. Devido a suas curvas, Oscar foi frequentemente criticado de formalista, no entanto, em sua arquitetura, as curvas têm principalmente uma função espacial que garantem a interação entre espaço interno e externo e revelam, ao mesmo tempo, a ordem do cosmo, da natureza e do corpo humano.

O projeto me interessava vivamente. Era a oportunidade de contestar a monotonia que cercava a arquitetura contemporânea, a onda de um funcionalismo mal compreendido que a castrava, dos dogmas de “forma e função” que surgiam, contrariando a liberdade plástica que o concreto armado permitia (NIEMEYER, 2000, p. 94).

Durante o período de dez anos após Pampulha, de 1943 a 1953, suas obras são marcado por diversas experiências estruturais que se tornaram marcas do arquiteto (SABBAG, 1987). Com isso, Oscar Niemeyer passa a produzir uma arquitetura cuja monumentalidade aparece na simplificação do número de elementos que cumprem de forma racional seu papel funcional, estabelecendo, segundo Müller (2003, p. 29), um “real comprometimento entre forma e estrutura”.

Na continuidade de seu trabalho ao longo dos anos, Niemeyer continua exigindo da técnica e utilizando diretamente as soluções estruturais inovadoras, como em seus projetos realizados no exterior nas décadas de 1960 a 1980, criando estruturas para vencer grandes vãos e formas cada vez mais livres (OHTAKE, 1987). De acordo com Niemeyer (2000), depois de sua saída do pais devido ao regime militar, começou a projeta em vários países inclusive na Argélia onde projetou a Universidade de Constantine, na qual mais uma vez conseguiu mostrar seu domínio arquitetônico para o mundo.

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