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Artigo Publico e privado

Por:   •  24/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.296 Palavras (10 Páginas)  •  336 Visualizações

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O PUBLICO E O PRIVADO

Renato Fernandes Ferreira[1].

Marcelo Finato

Paulo victor

Co-autor: Jhonny Vieira

Resumo

Este artigo visa discutir, de forma introdutória, associação entre o público e o privado, a relevância da discussão é mostrar uma distinção entres essas esferas. Deixando evidente que por muitas vezes o privado aparece como se fosse público e o público, como se fosse privado. Trazendo para este contexto a segregação de ambientes.

Palavras-chaves: Publico, Privado.

INTRODUÇÃO

A questão levantada é como essa segregação ocorre dentro das cidades em espaços públicos e privados. Mesmo que pareça evidente a questão de utilidade econômica do sistema capitalista a qual somos inseridos. Mais a ideia e analisar como isso si dá essa relação entre publico e privados.

         As palavras “público” e “privado” são constantemente usadas com significados diferentes, Repetidas vezes na teoria, esses termos são usados com pouca precaução em relação a sua nitidez sem definição precisa. São usadas para indicar pelo menos duas distinções e cada uma delas, a primeira como “publico” e “privado” como Estado e sociedade, como por exemplo, propriedade publica e privada, em segundo plano se relaciona a vida domestica e a não domestica.  

Sennett retrata que perto do século XVII, o termo “público” tinha significado mais próximo ao que se utiliza atualmente. Que para ele “publico” significa aberto à observação de qualquer individuo, enquanto “privado” tem como significado um ser local protegido da vida, definida pela família e pelos amigos. (SENNETT, Richard. 1994,1996, p.30).

Segundo Arendt, o termo “público” carrega a ideia de tudo que tornasse público, pode ser visto e ouvidos de forma livre por todos, quando uma sensação ou ideologia é exposta. Ou seja, oque antes era restrito, torna-se de acesso público.

Toda vez que falamos de coisas que só podem ser experimentadas na privatividade ou na intimidade, trazemo-las para uma esfera na qual assumirão uma espécie de realidade que, a despeito de sua intensidade, elas jamais poderiam ter tido antes. A presença de outros que veem o que vemos e ouvem o que ouvimos garante-nos a realidade do mundo e de nós mesmos. (ARENDT, 2008, p. 60).

Para Hertzberger o público é um local acessível a todos a qualquer momento e a responsabilidade da sua manutenção é responsabilidade coletiva, e privada corresponde a uma área onde o acesso é delimitado por um determinado grupo ou mesmo por uma pessoa, que por sua fez tem a responsabilidade de mantê-la. (HERTZBERGER 1999, p40.)

Usaremos a definição de publico em relação aos locais urbanos onde todos podem ter acesso, e a definição de privado para ambientes onde se destina a um grupo seleto de indivíduos.

DESENVOLVIMENTO

A inserção de espaços públicos minimiza o impacto do crescimento e a adensamento da cidade, compreendendo que o desenvolvimento urbano no sistema capitalista se fundamenta na desigualdade. O espaço público contem as questões de convívio coletivo, sendo considerado um local democrático. No contexto momentâneo, o capitalismo vem consumindo quase todo o espaço urbano em caráter de utilidade econômica. Nesse contexto, os espaços públicos tradicionais, como praças, ruas e avenidas estão sendo trocados gradativamente, sendo deixados de lado para, substituído por shopping centers, clubes, parques, tornam oque era antes espaços públicos em locais segregados, onde para que possa frequentar, exista a necessidade de qualificar em questão financeira ou cultural.  

Ao pensarmos e na ideia de espaço público, as discussões remetem à história política da Grécia antiga. Em Atenas, local onde a democracia grega nasceu, as principais discussões e decisões políticas ocorriam na Ágora, era a praça principal na constituição da pólis. Era nessa praça que os cidadãos gregos livres se reuniam para debater os assuntos de interesse comum. Desse momento adiante, o espaço público se tornou um objeto de estudo para diversos pensadores de vários setores do conhecimento, político. Vemos que existe uma relação do espaço público na cidade com o próprio meio urbano, sua morfologia e apropriações. Nota-se essa relação existente entre espaço público na cidade com o meio urbano, e sua morfologia e apropriação. Observa-se que as apropriações dos espaços públicos e possibilidades de uso indicadas estão diretamente ligadas as possibilidades e necessidade de adaptação de momentâneas e desejos não satisfeitos quanto à construção do ambiente. Isso não remete necessariamente em mau uso do espaço público ou indício de marginalidade, ao invés disso, aponta a criatividade, capacidade de melhor utilização desses espaços, além disso, fornecer ideias para futuros projetos que atendam as necessidades da população.        Essas apropriações de diferentes formas de uso ao espaço publicam cria um novo conceito, quebrando os antigos modelos inseridos ao contexto urbano. Resultará em um melhor aproveitamento do ambiente pela população.

Damatta (1985) mostra a diferenciação entre público e privado a partir de estudos sobre a casa e a rua, utilizando a espacialidade física e moral. O autor cita a relação dinâmica entre eles. A criação do espaço publica possui uma relação com a intervenção do estado, na sua criação por intermédio da implantação da planta urbana ou no traçado da cidade, da praça e do parque. Muitas vezes envolvendo interesses momentâneos.

Em Paris, como em Salvador, vários grandes parques foram concebidos e implantados a partir do fim dos anos 1980. Esses projetos sugerem uma ligação clara entre “visibilidade” e espaço público. Eles comprovam também o gosto pelo gigantismo e pelo grande espetáculo em matéria de arquitetura e urbanismo (Choay, 1985). De uma forma deliberada, os novos parques públicos se abrem mais para o “mundo urbano exterior” e se inscrevem num contexto geral de “visibilidade completa” e espetacular. Por outro lado, os novos parques são projetados e implantados pelos arquitetos e paisagistas ligados às diferentes instâncias do poder local, que se tornaram verdadeiras “grifes” do mercado imobiliário (SERPA, 2007, p. 43).

Nessa nova realidade tão atual, notamos que as áreas públicas passaram por uma inversão de valores ligada, sobretudo às alterações no modo de vida e na colocação de novas possibilidades no aspecto de sistema de produção. Se atentando, o confrontamento da diminuição do espaço público e do aumento do espaço privado que, no ponto de vista da economia, se tornou espaço de setor comercial.

Segundo Correa (2004) a cidade é um espaço possibilitador de encontros interpessoais, e é o local que acontecem as relações de natureza social, onde o capitalismo é fortemente dividido em áreas residenciais que de forma natural se segregam, mostrando a complexa estrutura social. E ressalta:

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