Bairro de Afogados

O Bairro de Afogados

A origem do nome afogados resulta de vários afogamentos, em alguns casos muitas das vítimas foram à óbito no rio que adentra o bairro. As terras começaram a ser povoadas com a invasão holandesa. Desse modo as primeiras construções foram assentamentos holandeses datados de 1633. As terras onde hoje ficam o bairro de Afogados foram doadas (pelo Donatário Duarte Coelho) a Jerônimo de Albuquerque cujos herdeiros delas foram se desfazendo gradativamente.

Afogados já foi local de algumas batalhas e revoltas que ficaram famosas em Pernambuco. Como o episódio ocorrido em 07/09/1711, quando 400 homens envolvidos na Guerra dos Mascates atacaram um presídio construído ali pelos holandeses e tentaram se apropriar da população.

A igreja nossa senhora da paz, foi uma construção posterior a invasão holandesa, em 1785, que representa um marco histórico da cidade do Recife. Demonstra o fim do domínio holandês, já que os mesmos repudiavam a fé católica e catolicismo era a religião oficial da coroa portuguesa. Com a igreja surgiu o largo da paz, onde se localiza as principais construções do baixo ao longo da história.

Durante a Campanha Constitucionalista de 1821, também ocorreram lutas. Em 1824, mais uma vez Afogados presenciou combates ferozes, quando tropas do Exército Imperial enfrentaram os revoltosos do movimento que ficou conhecido como Confederação do Equador.
Em 1935, durante a chamada Intentona Comunista, novamente o bairro de afogados foi local de lutas.

Foi em 1850 que um caminho estreito, irregular e de difícil acesso, chamado de remédios, foi construído, sendo possível trafegar apenas com a maré baixa. A sua extensão media 2423 metros, ligava afogados e Madalena. Dois lugarejos estavam encravados na povoação dos Afogados. O piranga localiza-se ao passar do pontilhão do caminho central a esquerda da estrada dos remédios. Jiquiá era um agrupamento de residências a oeste dos Afogoados. Esta localidade recebe o nome do riacho da localidade, nomeado pelo nativos sul-americanos, Y-iquiá.

No bairro dos afogados também avia o quilombo do Catucá e de Maluquinos, que servia de refúgio para muitos escravos fugitivos, não há registro da data da sua origem. Os negros que habitavam o lugar recebiam muitas ameaças, principalmente pelo fato já citado, por ambos abrigarem escravos fugitivos. Foi em 1837 que o quilombo foi exterminado em uma luta violenta.

O bairro de Afogados teve a sua era de ouro no início do século XX, uma vez que havia uma grande concentração de fábricas no bairro, o que ajudou no aumento da população e a sua renda per capta a ser altíssima para a época.

Foi nos anos de 1930 que o Recife tornou-se a primeira cidade litorânea sul americana a ter uma torre de comando de dirigível, a torre do zepelim. Entretanto foi em meados de 1970 que se instaurou o declínio do bairro de Afogados, fato que se deriva, principalmente, ao fechamento de várias fabricas que ali eram instaladas.

Hoje Afogados conta com uma área gigantesca de antigos galpões de fabrica abandonados, o que contribui para instalar uma sensação de insegurança e de completo abandono dessas áreas do Recife. Existe em jurisdição um projeto que visa, segundo os seus principais organizadores e beneficiários, propor um novo uso além de um novo uso para essas áreas. O projeto tem levantado muitos conflitos de urbanistas e profissionais da área que em sua grande maioria não concordam com as medidas adotadas do projeto.