EDIFÍCIO TRÊS MARIAS

Área do terreno: 2.580 m²

 

Área construída: 20.785 m²

 

N° de pavimentos: 18

 

Uso: habitacional com comércio no térreo

 

Paisagismo: miranda magnoli e rosa kliass

 

Construção: companhia nacional da indústria da construção (cni)

 

Local: av. paulista (esq. rua haddock lobo) - nº 2239 - jardim paulista - são paulo - sp - brasil

 

Estrutura: concreto

 

Período de construção: 1952 - 1956

 

Estado de conservação: bom

 

Descaracterização: baixa

 

Tombamento: conpresp (2004) - em processo

 

status: construído

 

EDIFICIO TRÊS MARIAS

O Edifício Três Maria, é do Arquiteto e Urbanista, Abelardo de Souza, o projeto foi inaugurado na década de 50 (1952/56). O terreno localizado fica na Av. Paulista na esquina Rua Haddock Lobo, nº 2239 – Jardim Paulista. Na década de 50 a Av. Paulista não era o que ela é hoje, a região foi aberta em dezembro de 1891, a Paulista era completamente diferente – do que é hoje – no início do século 20. Era completamente tomada por casarões e palacetes onde viviam industriais, políticos e alguns cafeicultores paulistas. Esse cenário mais rural e elegante permaneceu, sem muitas alterações, até meados da década de 50 quando começaram a surgir alguns edifícios rasgando o céu da avenida. Um dos primeiros Edifícios a surgir foi o Edifício Sumont-Adams, junto com muitos outros que ainda se encontra na Av. Paulista, como o Edifício Três Marias, Masp etc.

A parir daí foi um “boom” imobiliário na Paulista, que acabou trazendo cada vez mais arranha-céus e levou aos escombros inúmeros casarões e palacetes, em uma época em que tombamento era muito raro. Como foi dito, o Edifício Três Maria, foi o primeiro empreendimento do mercado imobiliário na Avenida Paulista para a classe média alta com seu uso misto (com a proposta inicial do arquiteto).

O nome do edifício, Três Marias, refere-se ao nome dos três blocos que possui: Maria Cristina, Maria Júlia e Maria Regina

Possui 95 apartamentos que variam entre 140 e 270 metros quadrados (Um voltado para a Av. Paulista e dois para a Haddock Lobo)

O Edifício tem um aspecto peculiar é que este se apresenta a ideia de dois blocos sobrepostos, com seus 18 pavimentos, aonde vendo em sua implantação um perímetro em forma de “L”, lembrando que na sua época de construção a legislação não pedia por recuos isso acaba justificando, um pouco, a sua forma, com isso o arquiteto rompe a ideia de estabilidade e continuidade, aonde foi selecionada os dozes primeiros pavimentos aos superiores, por uma faixa continua de madeira. Isto é, os primeiros dozes pavimentos são revestidos por pastilhas cor de rosa com balcões locados na face da Avenida Paulista, porem são interrompidos pelos seus últimos seis pavimentos que acaba sendo revestido por pastilhas da cor azul e os balcões que se encontrava na fachada da Av. Paulista acaba se encontrando para a fachada lateral voltada para à Rua Haddock Lobo.

Com sua relação com a Cidade, a priori, na proposta inicial do arquiteto, foi projetado para ser um térreo de uso misto, já revelando um uso híbrido ao prédio, a onde teve o paisagismo feito, por uma das maiores arquitetas paisagistas do Brasil, Rosa Kilass e Miranda Magnoli, porém com algumas mudanças ao longo do tempo o térreo do Edifício foi fechado para ser mais apartamentos, mas anos mais tarde abriu novamente para o comercio, porém com algumas mudanças que aconteceu – tanto na Av. Paulista como alargamento da calçada – o paisagismo acabou se perdendo e hoje ele não existe mais.

O Primeiro empreendimento do mercado imobiliário na Avenida Paulista para a classe média alta, também conhecido como “Rosa e Azul” o motivo foi o uso de pastilhas dessa cor na composição da fachada

Neste edifício, a incorporadora CNI optou por apartamentos de alto padrão, provavelmente devido à localização em trecho mais nobre da avenida, por isso não há uma ocupação tão ostensiva do terreno quanto no Nações unidas.

 

“A estrutura do edifício Três Marias se fez dentro de um risco bastante simples; o que a enriqueceu foi distribuição dos espaços, (...), aproveitando todas as oportunidades de luz e de ventilação, favorecendo a insolação, protegendo as funções.” -Geraldo Ferraz, Conjunto residencial “Três Marias”, Habitat n° 30, São Paulo, 1956, p.62

Seu Subsolo contem uma garagem para 100 carros com acesso aos blocos pelo elevador de serviço. Uso de laje tipo cogumelo.

Pavimento Térreo, em suas portarias foi usado travertino romano paginado no piso e paredes, e as luminárias para luz fluorescentes de linhas pelo arquiteto criam uma atmosfera “miesiana”. As caixas de elevador em mogno cm parede de fundo em réguas como venezianas também foram especialmente desenhadas pelo escritório do Abelardo.

Observando as perspectivas originais, vê-se que inicialmente no térreo eram previstas lojas dando para rua. No projeto executado, ao invés das lojas foram realizados apartamentos: os da paulista com área ajardinadas muradas e nas unidades da Haddock Lobo com elementos vazados até o chão e jardim “interno”. Como estes apartamentos devassados, os elementos vazados foram posteriormente removidos e substituídos por gradis semelhantes aos utilizados nas portarias.