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EISENMAN – O FIM DO CLÁSSICO: O FIM DO COMEÇO, O FIM DO FIM

Por:   •  3/5/2017  •  Resenha  •  9.312 Palavras (38 Páginas)  •  1.029 Visualizações

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EISENMAN – O FIM DO CLÁSSICO: O FIM DO COMEÇO, O FIM DO FIM

-> Desde o séc. XV até o presente (1984), a arquitetura teve influencia de 3 ficções, que persistiram durante 5 séculos: A representação, a razão e a história.

-> Cada ficção tinha um propósito implícito:

    - Representação: materializar a ideia de significado

    - Razão: codificar a ideia de verdade

    - História: resgatar a ideia de eternidade a partir da ideia de mudança

-> No longo período em que as ficções persistem no tempo, há uma continuidade no pensamento arquitetônico que é uma forma persistente de pensamento tida como O Clássico.

-> O periodo dominado pelo clássico é considerado uma “episteme”: (conceito de Foucault) é um período ininterrupto na historia do conhecimento que inclui o inicio do século XX.

-> A arquitetura moderna, apesar de estilisticamente diferente das anteriores, tem um sistema de relações semelhantes ao clássico.

    - Apesar de a arquitetura Moderna proclamar uma ruptura na ideologia e no estilo, as 3 ficções não foram questionadas e permaneceram intactas.

    - Desde o séc. XV a arquitetura pretendeu ser um modelo do Clássico, que é intemporal, significativo e verdadeiro.

    - Quando a arquitetura tenta recuperar o que é clássico, pode ser chamada de clássica.

1ª FICÇÃO – REPRESENTAÇÃO: SIMULAÇÃO DO SENTIDO

- Representação: Simulação do significado do presente por meio da mensagem do antigo.

-> Arquitetura Renascentista foi a primeira simulação: Antes do Renascimento, o significado e a verdade eram explícitos (ex.: o significado de uma catedral gótica ou românica estava nela mesma); Durante e depois do renascimento os edifícios eram simulacros (representações de representações) das edificações antigas.

    - Usava-se a mensagem do passado para verificar a o significado do presente.

-> A arquitetura Moderna quis corrigir e se libertar da ficção renascentista  de representação, dizendo que a arquitetura não tinha mais a necessidade de representar outra arquitetura, apenas deveria expressar sua própria função (a forma segue a função)

    - Tentou se desprender dos aparatos exteriores do estilo clássico (abstração), exemplo: Um coluna sem base e sem capitel era uma abstração, pois sua redução mostrava mais honestamente na sua forma, a sua função (era apenas um elemento de sustentação).

-> Porém, a tentativa dos modernos de representar o realismo com um objeto funcional e sem ornamentos é uma representação semelhante a representação renascentista de simulação do clássico. 

    - O movimento moderno pode ser considerado uma continuação da arquitetura que a precedeu, falhando na tentativa de concretizar nela mesma um novo valor. Ao tentar reduzir, abstrair, uma forma arquitetônica a sua essência, a uma realidade pura, imaginaram estar transformando a representação referencial em objetividade não referencial (um pilar se refere a coluna com ornamentos, porem com objetivo não-referente). Mas suas formas objetivas não abandonaram a tradição clássica, pois continuavam sendo formas clássicas com um novo objetivo (função, tecnologia).

    - Os pontos de referencia são diferentes, mas as consequências para o objeto são as mesmas.

2º FICÇÃO – RAZÃO: SIMULAÇÃO DA VERDADE (significado)

- Razão: simulação do significado da verdade por meio da mensagem da ciência.

-> Se manifesta com força na arquitetura do século XX assim como nos quatro séculos anteriores, tendo seu apogeu no iluminismo (sec. XVIII).

-> Desejo de um ponto de partida racional para a criação da forma: a manifestação inicial é a busca das origens na arquitetura.

-> Antes do Renascimento, a ideia de origem era auto evidente (seu significado e importância dispensavam explicações). Durante o Renascimento, as origens passaram a ser procuradas em fontes naturais ou divinas, ou em uma geometria cosmológica ou antropomórfica (reprodução da imagem do homem vitruviano é o exemplo mais conhecido disso) – Origem Ideal e fim ideal – Plano universal da natureza e do cosmos em conferir uma harmonia por meio da aplicação de regras clássicas de composição relacionadas com a hierarquia, a ordem e o fechamento. A visão renascentista de harmonia era a fé no divino.

-> Ao contrario do objetivo de composição renascentista (ordem divina), a Arquitetura do Iluminismo quis descobrir um processo racional de concepção da forma que resultasse em um objeto de razão pura e secular. A fé na razão.

-> Com o êxito do racionalismo como método cientifico no sec. XVIII e primórdios do sec. XIX, a arquitetura adotou valores auto evidentes concedidos pelas origens racionais: se uma arquitetura parecia racional (representava a racionalidade), acreditava-se que ela representava a verdade.

-> O Racional tornou-se a base moral e estética da arquitetura moderna. A Representação da arquitetura neste tempo de racionalidade era de representar suas próprias formas cognitivas.

-> Porém na realidade, nada mudou da noção renascentista de origem, apelando a uma ordem divina ou natural (séc. XV) e da noção pós iluminista de forma racional e funções tipológicas, pois no final a ideia era a mesma: o valor da arquitetura tinha origem fora dela. Função e tipo, causas divinas ou naturais, tinham origem nos valores.

-> O fundamento da verdade em qua tanto o renascimento como os modernos haviam confiado dependia em sua essência, da fé. Fé no conhecimento ou no divino.      

    - Uma Arquitetura Clássica: é a arquitetura cujos processos de transformação são estratégias valorativas baseadas em origens auto-evidentes ou relacionado com a doutrina que confere importância aos conhecimentos, conceitos ou pensamentos. Ela será sempre uma arquitetura de reafirmação e não de representação.

3ª FICÇÃO – HISTÓRIA: A SIMULAÇÃO DO INTEMPORAL (não varia em função do tempo; pertencente a todos os tempos; atemporal, imutável)

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