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FICHAMENTO Os Valores dos Monumentos: A importância de de Riegl no Passado e no Presente

Por:   •  18/12/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.858 Palavras (8 Páginas)  •  585 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO

ARQUITETURA E URBANISMO

 

 

 

 

 

 

TEORIA DA ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO VII

 

 

 BÁRBARA BARBOSA DA SILVA

 

RECIFE, 28 de maio de 2017

Nome Autor (a) da Obra

ALICE NOGUEIRA ALVES

Título da Obra

Os Valores dos Monumentos: A importância de de Riegl no Passado e no Presente

Referência bibliográfica completa

ALVES, Alice Nogueira. Os Valores dos Monumentos: a Importância de Riegl no Passado e no Presente. https://www.researchgate.net/publication/283143947_Os_Valores_dos_Monumentos_a_Importancia_de_Riegl_no_Passado_e_no_Presente.

Referências do(a) autor(a)

         Alice Nogueira Alves concluiu o Bacharelato em Conservação e Restauro na Escola Superior de Conservação e Restauro, em 2000, e a Licenciatura, na mesma área, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, em 2002. Desde o início da sua formação, as questões relacionadas com a Teoria do Restauro e o modo como se encara o objeto artístico assumiram uma importância fundamental nos seus interesses académicos, terminando o Doutoramento na área de História da Arte, Património e Teoria do Restauro na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 2009. O seu Pós-doutoramento, ainda em curso, é dedicado à área da História e Teoria da Conservação e Restauro da Pintura em Portugal e está a ser realizado na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. A sua atividade docente teve início em 2010, em instituições de Ensino Superior públicas e privadas, sendo atualmente Professora Auxiliar Convidada na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e regente de duas disciplinas da Escola Superior de Artes Decorativas da Fundação Ricardo do Espírito Santo e Silva. Tem desenvolvido e colaborado em vários projetos e intervenções na área de Conservação e Restauro de património edificado.

Objetivo da obra

O texto tem o intuito de revelar o papel do austríaco Alois Riegl na história da arte ao buscar uma valorização dos períodos artísticos e elaborar conceitos de  valores e significados que estão inseridos nas das questões relativas à tutela e conservação dos monumentos históricos, influenciando, demasiadamente, as discussões patrimoniais das últimas décadas.

Palavras chave

Restauro, Conservação, Valor artístico relativo, património.

Síntese da obra

    A autora introduz o texto descrevendo as participações de Riegl como historiador da arte, cujo fez parte da primeira geração da Escola de Viena, trabalhou no Instituto Austríaco de Pesquisas Históricas, entrou para o Museu de Artes Aplicadas de Viena e passou a ser integrante do corpo docente da Universidade em virtude da sua publicação Problemas de estilos: Fundamentos para uma história da ornamentação,  que ao tratar da genealogia dos estilos de ornamentação constituiu uma importante  contribuição para os principais catálogos com repertórios ornamentais. A sua participação na universidade foi essencial  para a divulgação das suas ideias, posteriormente mencionadas e registradas pelos seus alunos e seguidores.

    O texto traz uma das principais questões para a posição contribuinte  de Riegl que é a sua valorização de períodos artísticos. Para o historiador, a idéia de evolução, surgida na metade do século XIX, confere direito de existência histórica a toda e qualquer corrente artística, inclusive às não-clássicas, rompendo, assim com as concepções dogmáticas que apontavam a sucessão dos estilos artísticos como uma alternância entre florescências e decadências. Nesse contexto, para Riegl não existe um valor artístico absoluto,mas apenas um valor relativo.

    A autora apresenta o termo Kunstowollen desenvolvido por Riegl e as definições e discussões de diferentes autores sobre a dificuldade de sua tradução. Para Riegl a kunstwollen representa a possibilidade de surgirem afinidades formais e estilísticas entre a produção artística de indivíduos oriundos de uma mesma época e de uma mesma região, abrangendo todas as áreas culturais. Ou seja, as formas de expressão cotidianas, fixadas em objetos de uso corriqueiro no dia-a-dia - cultura material- é o que oferece a compreensão de determinados estilos. Essas ideias são fruto da atuação de Riegl, no começo da sua carreira, no Setor de Têxteis, tendo um maior contato com a arte decorativa.  Vale ressaltar, também, outro abordagem importante desenvolvida pelo historiador, que foi reconhecimento do espectador como o personagem fundamental na transmissão da mensagem, já que é o espectador que irá atribuir valor a mensagem devido aos diferentes contextos sociais,históricas e culturais ocasionadas pela diferença entre o passado e o presente. Para demonstrar interpretações contrárias que defendia o retorno ao momento original, a autora menciona as ideias de Viollet-Le-Duc, cujo o importante era a imagem final.  Em contrapartida, John Ruskin sustentava a ideia do afastamento da realidade cotidiana, sendo assim impossível o espectador se colocar na pele do autor original.

   A obra acarreta a entrada do historiador estudado na Comissão Central Imperial e Real dos Monumentos Históricos Austríacos como um elemento chave diante de um  cenário propício a novas interpretações e conceitos na elaboração das bases legais na classificação dos monumentos. Assim Riegl sugere uma outra análise, tirando o foco da classificação do monumentos usual e direcionando-se a reconhecer e diferenciar os valores desses monumentos. É possível exemplificar essa preocupação de Riegl no valor do monumento na própria estruturação do seu livro O Culto Moderno dos Monumentos, em que organiza em três capítulos, sendo o primeiro dedicado à apresentação dos valores atribuídos aos monumentos e sua evolução histórica, o segundo capítulo trata dos valores de rememoração e sua relação com o culto dos monumentos e o último capítulo aborda os valores de contemporaneidade e sua relação com o culto dos monumentos. Esses valores estariam distribuídos em dois conjuntos: de memória e de contemporaneidade. A classe dos monumentos intencionais diz respeito às obras destinadas, pela vontade de seus criadores, a comemorar um momento preciso ou um evento complexo do passado. Na classe dos monumentos históricos, o círculo se alarga àqueles que apresentam ainda um momento particular, mas cuja escolha é determinada por nossas preferências subjetivas. Nos monumentos antigos afirma que o valor surge do contraste, da diferença, que pode ser percebida não apenas pelas classes mais instruídas ou cultivadas, mas inclusive pelas massas. Em relação ao valor de contemporaneidade, encontra-se a necessidade de atribuir novas funções aos monumentos antigos de acordo com o valor de utilização. Assim, essa ação estaria voltada a valorização do histórico. Outros valores de contemporaneidade seriam:  O valor de arte relativo que se refere à capacidade que o monumento antigo mantém de sensibilizar o homem moderno. De outro modo, quando se espera do monumento a aparência nova e fresca de uma obra recém-criada, o valor de arte predominante é o valor de novidade.

    Em relação a contribuição de Riegl nas últimas décadas, o texto relata a sua influência na elaboração da Carta de Atenas de 1932 e em 1964 na Carta de Veneza. Com as destruições patrimoniais do século XX, ocasionou uma maior valorização dos monumentos na europa, desencadeando fações que buscavam soluções de reconstrução. Um dos nomes pertencentes a essas facções foi o Jokilehto defendendo que a obra de arte possuía características únicas e irrepetíveis.

    O texto recorre a Philippot, ao trazer a cultura com ideia mais voltada ao lazer dando introdução para a importância da atração turística e coloca a massa no centro da questão.Surgia, assim, novos valores que apesar de Riegl já ter mencionado do gosto dominante das massas, não havia colocado no centro como faz Philippot. Um exemplo trazido na obra é a Carta de Burra e o  conceito a significância cultural formadas pelos valores históricos, estéticos, sociais e científicos. A obra agora passava a não se limitar a si mesma, mas o contexto e evolução (Philippot,1995).

    É importante observar que após a discussão da Carta de Veneza foi repensado as definições de Patrimônio de acordo com as diferenças existentes entre a sociedade ocidental e as tradicionais. (JOKILEHTO,1999,296). O resultado dessas novas considerações estão no Documento de Nara , discutindo um conceito chave de autenticidade em diferentes tradições.Isso ocasionou em um alargamento cada vez maior dos objetos inseridos nesse conjunto. Reconheceu-se, como na Carta de Crocóvio 2000, que o valor não depende unicamente de um objeto, mas do seu valor simbólico sem uma determinação elitista. Assim, essas novas interpretações refletiram nas legislações das últimas décadas, como também, a constante evolução e desenvolvimento de outros valores: valor de uso, de mercado e o de não uso. O texto preocupa-se em trazer discussões comuns a diferentes países, através da abordagem às cartas internacionais. Um exemplo disso é a Convenção de Faro, a declaração de viena.

   O conceito de patrimônio vem sofrendo reformulações desde as suas concepções de origem, assim como a formulação dos princípios de preservação e conservação. Para se referir a atualidade a autora faz referência às ideias de CHOAY de que  os conceitos de patrimônios vem sofrendo modificações devido ao avanço da tecnologias, especificamente ao mundo virtual e sua homogeneização global. Isso torna mais perceptível na produção contemporânea da arte em relação trocas de identidades ocasionarem a mudanças de realidades.  Assim, a autora conclui a obra analisada afirmando que com a base ainda firmada nas ideias defendidas por riegl em relação ao papel do homem “moderno” , os valores se adaptam e se multiplicam em outras definições que são fruto da cultura e arte do presente. Ou seja, o patrimônio cultural não é um objeto estático, imóvel, e sim um emaranhado de vivências e valores que precisam ter a sua dinâmica considerada e respeitada

Comentários e/ou críticas sobre a obra

Verifica-se atualmente uma maior valorização do turismo cultural no Brasil incentivada pela tendência crescente do reconhecimento dos conjuntos urbanístico arquitetônicos das chamadas cidades Patrimônio Cultural da Humanidade.   É válido abrir um parênteses sobre o patrimônio cultural e o turismo apresentado na obra como uma forma de ações que visam ao desenvolvimento cultural aliado à utilização e preservação de bens patrimoniais. Entretanto, devido às interferências trazidas pela modernidade ao patrimônio cultural, a prática turística pode ocasionar maiores  intercessões se for visto apenas como  uma mercadoria a serviço da atividade.  Nesse contexto,  é necessário considerar que exista uma relação de identidade e memória consolidada com a população local, para que o patrimônio cultural  possa ser  respeitado e preservado, uma vez que a sua definição consiste no espaço natural se estabelece o diálogo, entre a sociedade atual e a do passado.  Um exemplo de turismo como mercadoria é o caso de Fernando de Noronha no qual o turismo descontrolado têm tido consequências desastrosas para o sistema, pois para receber essa carga turística acaba colocando em risco seu principal atrativo turístico:  os recursos naturais. Resultando na geração excessiva de resíduos, a favelização, a falta de água, a desigualdade social e a perda de habitat de espécies endêmicas. Assim, A fama de destino voltado para o ecoturismo máscara uma relação contraditória entre a imagem vendida de “paraíso ecológico” e a realidade vivida pelos moradores.

Fica claro, portanto, que encontrar estratégias que protegem e incentivam ao mesmo tempo a manutenção do patrimônio cultural é um desafio, exigindo compromisso e seriedade pelos autores envolvente no desenvolvimento turísticos de forma que passem a atuar valorizando o contexto cultural e esse desenvolvimento turístico passe a gerar impactos positivos não apenas para o seu interesse como, também, para toda a população local.

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