O que é a Cidade?

O que é a cidade?

Temos a ideia que a cidade se trata de um grupo especial social governado por alguém e edificado. Algo amuralhado que se separa daquilo que conhecemos como rural. Acreditamos que a cidade seja polissêmica com vários significados uma vez que se está sempre a alterar o seu conceito ou a confundir-se com a ideia que temos daquilo que é o urbanismo. Quando nos dizem que “algo é na cidade” temos a ideia de cosmopolitismo, aglomeração etc.  Cidade de acordo como a conhecemos não é só cidade, é também sociedade (desde os nobres cavaleiros do passado com um governador único.)

 civitas- o grupo social

 polis- de onde veio a polícia e política, forma de governo

 urbis- que se refere aquilo que é edificado e as infraestruturas que permitam que as atividades dentro dessas infraestruturas se realizem

A URBANIZAÇÃO é um processo, não um lugar, está sempre a tomar forma, a tomar lugar. A urbanização vai se espalhando. É toda a diversidade, todas construções que os humanos fazem.

O urbano é a forma de territorialização da cidade.

Novas urbanizações consistem na transformação de urbanizações existentes percebendo-se de que modo se conectam os sistemas infra-estruturais e de mobilidade aos biofísicos e sistemas económicos mais vastos.

A urbanização excessiva é feita de duas formas: da forma geral e da forma polissêmica.

Território é o resultado de um processo contínuo de territorialização da sociedade sobre territórios passados que passaram por várias transformações.

Tecnologias: No plano social as transformações tecnológicas vão a uma velocidade crescente.

A diversidade dos estilos de vida acompanha essa evolução: os indivíduos são mais móveis quer geograficamente quer socialmente tornando os territórios lugares instáveis e avessos à estabilidades forçadas.

A crise do estado-providência apoiada pelo neoliberalismo económico e com a globalização, começaram a abrir espaços no vazio, deixando pelo poder de quem o regulava e produzia o território com a firme convicção de que se estava a tratar de bens coletivos e de interesse público.

O cidadão deste modo acreditava que tinha  importância nas decisões (sendo que as mass media manipulam várias causas públicas)

 A participação do cidadão só é válida em casos genéricos ou em contextos sociais muito claros e confinados.

Urbanização extensiva - forma diferente de pensar na dicotomia cidade/campo ou urbano/rural.

O conceito de cidade, segundo Frank Lloyd Wright, não é definido pelos seus limites mas sim pelos seus efeitos geradores- o automóvel sobretudo que está na raiz do Fordismo (modelo de produção industrial utilizado nos Estados Unidos que revolucionou a produção de automóveis).

A urbanização pode ser de dois tipos:

• hiper concentrada;
• hiper dispersa

Sendo que os dois tipos são complementares.

 

Nos EUA quando os suburban sprawls deixaram de se organizar em torno dos CBD (central business district) começou a organizar-se em função das Edge Cities

Edge Cities: é uma solução urbanística dos tempos modernos. As Edge Cities ocupam áreas gigantescas, do tamanho de cidades de médio porte e têm a mesma função de uma cidade, com residências, comércio, prédios de escritório e serviços.

 

Urbanização em Portugal

 No noroeste não segue o fordismo ou o modelo inglês de urbanização.

 O território era povoado de forma dispersa e as cidades eram pontos de urbanização de poder e de comercio.de organização social. No século XIX a urbanização fez-se sem “fractura” instalando-se na cidade e nos campos e fixando emprego nas populações.

Com a forte migração do Pós-Guerra muitos familiares saíram e outros ficaram, fizeram-se casas novas e o povoamento não se concentrou. As funções banais começaram a surgir à porta de casa, assim como os empregos.

O padrão rural é por si só muito fragmentado

Não se percebe porque se insiste tanto na dicotomia campo/cidade sendo que o território por si, consiste numa mistura de diversos modos de urbanização e de organização de produção agrícola.  

Simplificou-se muito o mundo rural face às suas economias, sociedades, e modos de produção de paisagens e também porque as suas promiscuidades e estruturas eram pouco racionais face ao mundo modernos