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O que é cidade

Por:   •  19/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.700 Palavras (7 Páginas)  •  200 Visualizações

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Nome: Natalia Cristina H. Dias       R.A.: 4526266

O Que é Cidade?

A Cidade é uma obra coletiva que desafia a natureza, que nasce com um processo de sedentarização e delimita uma relação homem/natureza. Estão inclusos também a organização da vida social, e consequentemente a necessidade de gestão da produção coletiva, e também temos a política, que existe a séculos.

A predominância da cidade sobre o campo seria então uma ótima definição, transforma-se em urbana a cidade como um todo. Ela é como um imã.

Na Idade antiga já percebia-se o desejo humano em modelar a natureza, como os templos, que eram os imãs que reuniam o grupo. Essa construção corresponde a transformação na maneira dos homens ocuparem um espaço.

Hoje em dia entende-se como imã os atrativos que um local tem, como exemplo temos a cidade de São Paulo, onde o maior imã que atrai as pessoas está focado na área do emprego, a ilusão de maior oferta de trabalho e salários melhores faz com que as pessoas saiam de suas casas, estados e até mesmo de seus países e venham enfrentar o desconhecido na busca incessante por dinheiro.  

Construir cidades significa também uma forma de escrita, é através dela que se registra a acumulação de riquezas, de conhecimentos.

A cidade-escrita ganha uma dimensão completamente nova, as lembranças permanecem mesmo após a morte, a própria arquitetura fixa essa memória, o desenho das casas, das ruas, das praças e dos templos denotam o mundo daqueles que ali viveram, e é por isso que é possível decifrar as formas arquitetônicas como se estivéssemos lendo um texto.

A Arquitetura da cidade é um registro da vida social, é como se fosse um imenso alfabeto, onde se montam e desmontam ‘textos’, a qualquer momento pode-se dar novos usos a locais. Como exemplo temos as cidades brasileiras, onde é comum encontrar construções que antigamente eram sinônimos de nobreza, como palacetes, e hoje viraram cortiços, pensões, sinônimos de ‘maloca’. Estes espaços se ‘deterioraram’, perderam seu significado de opulência e poder para se tornar símbolo de marginalidade ou pobreza.

Nós vivemos de forma coletiva, nunca estamos a sós, fazemos parte de uma população, definida como massa, que nada mais é que uma aglomeração densa de indivíduos cujos movimentos e percursos são permanentemente dirigidos.

Podemos observar isso caminhando pelas estações de trem, metrô, ônibus, existentes na cidade de São Paulo, ou até mesmo pela 25 de março ou pelo Brás, onde temos uma grande concentração de pessoas.

Com essas evoluções e aglomerações foi necessário criar um controle para manter a ordem nas cidades. Os regulamentos estão presentes no nosso cotidiano, são os faróis, faixas de pedestres, as filas, os impostos, enfim, dessa forma conseguimos estabelecer a organização das cidades. Há sempre na cidade uma dimensão pública de vida coletiva a ser organizada. E por essa necessidade de organização, faz-se necessário um poder urbano, encarregado de sua gestão.

Os reis foram os primeiros poderes políticos desenvolvidos na história, cujo a forma de poder era a guerra para conquistar territórios.

Mas independente desta variação entre a população e o poder urbano, a cidade nada mais é que uma maneira de organizar o território e uma relação política.

Então, ser habitante de uma cidade significa participar de alguma forma da vida pública, que na maioria dos casos é aceitar e se submeter a regras e regulamentos já impostos.

A Polis, cidade-estado grega, demonstra muito bem a dimensão política do urbano, uma polis divide-se em duas partes: a acrópole que é o centro religioso, fica em um local mais alto, e a cidade baixa que se desenvolve em torno da ágora, local onde ocorriam reuniões e discussões políticas abertas ao público. Mas para os gregos a definição de polis era uma prática política exercida pela comunidade dos seus cidadãos, assim como eram as civitas para os romanos. Então para eles a definição de cidade era a participação da população na vida pública.

Estas ‘cidadelas’ marcam a centralidade do poder na cidade e sua visibilidade. Hoje em dia, com tanta tecnologia, dificilmente encontramos esta característica de poder centralizado, de reuniões, concentrações espaciais. Podemos facilmente discutir sobre política pela internet, ver política na televisão. Assim, tudo o que acontece na cidade pode ser controlado e registrado instantaneamente e à distância. Deixamos de lado esse poder de expressão, que na realidade deveria ser algo no qual devêssemos nos importar e participar, afinal, temos nas mãos o poder de escolher nossos representantes, e de cobrar deles o que julgamos necessário.

Ao aglomerar num espaço limitado uma numerosa população, cria o mercado. É um local onde há muitas possibilidades de troca e colaboração entre homens.

Acostumados a produzir tudo aquilo que era necessário para sobreviver, os habitantes veem a possibilidade de obter parte dos produtos necessários à sobrevivência através da troca.  

Na cidade da antiguidade o tamanho dos mercados era definido pelo tamanho da extensão do domínio do território e pelos custos de transportes, assim os mercados eram somente locais, restritos a uma cidade, e a importância dele era secundária quando comparada à dimensão política. Isso se evidencia na própria posição dos mercados e mercadores nas cidades da antiguidade, eles ficavam fora dos muros, em acampamentos ou feiras.

Foi uma junção de uma série de cidades antes autônomas em impérios que criou as condições para o florescimento de uma economia propriamente urbana, onde há organização da produção baseada na divisão do trabalho entre campo e cidade e entre diferentes cidades.

Hoje, nas cidades contemporâneas, quase não há espaços que não sejam investidos pelo mercado. O mercado domina a cidade, podemos dizer até que domina o mundo. As pessoas não compram apenas para suprir necessidades básicas, como antigamente, elas compram objetos de desejo, compram casas, compram sonhos.

Essa característica de cidade dominada pelo mercado é própria de cidades capitalistas, que começaram a se formar na Europa Ocidental, ao final da Idade Média.

Na época denominada como baixa Idade Média entre o séc. x e xv a necessidade de dinheiro era cada vez maior tanto para o senhor Feudal como para o servo, e a solução encontrada era aumentar as pressões sobre o servo para aumentar o excedente, que poderia ser convertido em moeda.

Com a crise do sistema Feudal e o aumento do mercado, os servos se revoltam e migram para as cidades, gerando uma movimentação não apenas de servos, mas também, pouco a pouco, do poder.

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