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PROBLEMAS DO DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA URBANA MUNICIPAL

Por:   •  11/3/2018  •  Tese  •  971 Palavras (4 Páginas)  •  339 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

ESCOLA DE ARQUITETURA

DISCIPLINA: OFICINA DE PLANEJAMENTO URBANO:

PROBLEMAS DE DESENVOLVIMENTO URBANO MUNICIPAL

PROFESSOR: Hamilton Moreira Ferreira

ALUNA: Thaís Eugênia Lobo

Resenha I: “O que é o urbano no mundo contemporâneo?”, Roberto Luís

Monte-Mór

O texto apresenta alguns conceitos comuns ao analisar o modo de vida

contemporâneo, tais como política, civilização e cidadania, utilizando a cidade como

forma de expressar a manifestação desses conceitos, através do domínio da cidade

urbana industrial que impõe-se sobre os demais modos de vida e principalmente sobre

o campo.

Esta relação entre a cidade e o campo bem como a dominação da primeira

sobre a segunda é fato que há muito caracteriza as sociedades, e que sofreu uma

intensificação com a consolidação das sociedades capitalistas e industriais, que

valorizam o capital e não os meios de produção, o trabalho intelectual e não o manual.

A relação, a dicotomia existente entre cidade e campo ultrapassa a questão física e

espacial, atingindo as esferas social e cultural. É cada vez mais tênue, na atualidade, a

linha que separa os dois âmbitos,ficando cada vez difícil a tarefa de definir o conceito

de rural na sociedade global.

Monte-Mór aponta que legalmente, no Brasil, as cidades estão definidas pelo

seu perímetro urbano, mas enfatiza a questão humana no processo de ocupação. Na

prática, as cidades e o espaço político e sociocultural por ela gerado, constituem um

agente transformador poderoso no que diz respeito à reorganização do espaço urbano,

da população e das atividades econômicas.

A cidade e o campo são elementos socioespaciais colocados como opostos,

mas que se complementam. No que tange a organização social as cidades figuram

como centro, concentrando as atividades que remetem à vida humana contemporânea,

como a diversidade, a competição, o movimento, a mudança. O campo, por sua vez,

mesmo diversos entre si, contém os mesmos processos, porém coordenado pela lógica

das cidades.

“A cidade, na visão histórica dominante na economia política,

constitui o resultado do aprofundamento da divisão

socioespacial do trabalho em uma comunidade.4 Esse

aprofundamento resulta de estímulos provocados pelo contato

externo e da abertura para outras comunidades, envolvendo

processos regulares de troca, baseados na cooperação e na

competição. Implica, assim, de um lado, um sedentarismo e

uma hierarquia socioespacial interna à comunidade e, de

outro, movimentos regulares de bens e pessoas entre

comunidades. Localmente, exige uma estrutura de poder

sustentada pela extração de um excedente regular da

produção situada no campo. Assim, a cidade faz emergir uma

classe dominante que extrai e controla esse excedente

coletivo mediante processos ideológicos, acompanhados,

certamente, do uso da força.” (MONTE-MÓR, Roberto Luís. O

que é urbano, no mundo contemporâneo. Revista Paranaense

de Desenvolvimento, 2006. p. 11)

Lefebvre denomina a chamada “cidade política” como forma de dominação da

cidade sobre o campo, a partir do controle exclusivamente político. A produção é

concentrada no campo, e a cidade, como espaço não produtivo porém privilegiado

política e ideologicamente, retira do excedente do campo a sobrevivência dos que a

habitam. Lefebvre cita ainda a cidade mercantil como a primeira inflexão na relação

entre campo e cidade, com a permissão da entrada da burguesia nas cidades.

A segunda transformação da cidade em seu caminho para o urbano foi a cidade

industrial, que deu início à urbanização como hoje entendemos. Antes da propagação

das indústrias as cidades eram poucas e se resumiam aos locais de concentração de

atividade comercial e o poder, mas após isso, com a cidade industrial e o surgimento

da classe trabalhadora, os centros urbanos passaram não só a comercializar a

produção dos campos mas também a definir os seus paradigmas. O campo não era

mais isolado e auto suficiente, agora dependia das cidades para produzir e sobreviver.

Essa fase marca a concretização da subordinação do campo aos moldes da cidade.

No mundo contemporâneo, o urbano, visto como um tecido que nasce nas

cidades mas se expande para além delas, é ainda uma síntese desta antiga dicotomia

campo-cidade.

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