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Praça dos Cristais

Por:   •  4/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.015 Palavras (5 Páginas)  •  829 Visualizações

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Praça dos cristais

A Praça dos Cristais, também conhecida com Praça do Ministério das Forças Armadas, Praça Cívica ou Praça Duque de Caxias, está situada no Setor Militar Urbano, próximo ao Eixo Monumental em Brasília. Inaugurada em 1970, além da grande importância para cidade, foi a única obra brasiliense representada na exposição internacional do conjunto das principais obras de Burle Marx no Museu de Arte Moderna de Nova York - MoMa em 1992, evento considerado como a consagração de sua carreira como um dos maiores paisagistas do mundo.

No formato de um triângulo de cento e dois mil metros quadrados, em frente ao Quartel General do Exército, a praça goza de uma monumentalidade pela sua extensão e pelo jogo visual que faz com o edifício do quartel e o monumento em frente a este, ambos projetado por Oscar Niemeyer (fig. 1 e fig. 2). Em 1971, Burle Marx também fez uma proposta para os jardins do quartel, mas não foi implantada.

Apesar de ser projetada para ser uma praça cívica, o isolamento do setor e a estética proposta, recriando lagos, esculturas e recantos, favorece mais um caráter contemplativo e de descanso. A estética refere-se também ao trabalho minucioso e detalhista que o paisagista empregou no projeto, mesclando formas geométricas com irregulares, tanto nas diversas paginações quanto na disposição da vegetação.

A “entrada” principal da praça é feita pela Avenida do Exército, por meio de uma implantação acima do nível do solo marcada por degraus e uma paginação em quadriculado de concreto com as juntas em seixo. Os mosaicos em pedra portuguesa entremeiam a paginação da entrada e conduzem o olhar para o lago central, onde se encontram as esculturas de concreto em formato de cristais.

 Os cristais são o grande destaque da praça. A utilização de elementos verticais em jardins não é novidade, desde as esculturas retratando personagens mitológicos nos jardins clássicos até as famosas árvores de concreto de Robert Mallet-Stevens na Exposição de Artes Decorativas de Paris em 1925. O próprio Burle Marx já mostrava sua predileção por elementos que contrastassem com a horizontalidade da paisagem, como se pode ver nos diversos painéis com mosaicos em várias obras e com as formações em falésias do MAM-RJ. Mas nenhum exemplo é tão marcante quanto os cristais, que mesmo pequenos em relação ao tamanho da praça, são os personagens principais da paisagem.

Segundo Eliovson (1991) foi brilhante a decisão de colocar este grupo de “pedras” dentro das águas do grande lago que refletem o arco do céu e o movimento das nuvens, especialmente em Brasília, onde não existem montanhas para emprestar altura ou servirem de fundo aos prédios e jardins.

 À direita e à esquerda da entrada, o paisagista implantou platôs elevados com altura média de cinquenta centímetros, sendo o primeiro com predominância da cor preta na paginação e o último branco, ambos com grandes hexágonos desenhados em negativo, lembrando o calçadão da Avenida Atlântica. Nestes elevados foram plantadas árvores de porte para proporcionar um estar.

        O lago central é cortado por caminhos irregulares que proporcionam uma intensa experiência sensorial, pois é possível andar em meio a água e observar as belezas das visuais do lugar. Após essa área aquática foi implantado um outro platô, desta vez mais alto que os anteriores, cerca de um metro e meio acima do nível do solo, com mesma paginação ortogonal da entrada da praça e em três níveis diferentes. Devido à altura, deste local é possível observar todo o conjunto. Posteriormente, se tem uma área de recanto, que se estende até o vértice do triângulo, muito sombreada e preenchida por cascalho.

A praça foi reformada em 2007 e reinaugurada dia 15 de agosto de 2009 e após dezenove meses de obras. Antes da reforma o local encontrava-se em um grave estado de degradação, fato que não passou despercebido por William Howard Adams, curador da exposição do MoMa que afirmou que “a visão única de Burle Marx do jardim-paisagem como um ideal muito complexo para ser integralmente realizado e mantido torna-se evidente com o avanço da degradação do espaço público em toda e extensão das calçadas destruídas, evocando um sentimento de melancolia e vazio” (ADAMS, 1991, p. 35) .

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