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RESENHA DO LIVRO “MATERIAIS E DESIGN - ARTE E CIÊNCIA DA SELEÇÃO DE MATERIAIS NO DESIGN DE PRODUTO” DE MICHAEL ASHBY E KARA JOHNSON

Por:   •  24/5/2021  •  Resenha  •  2.587 Palavras (11 Páginas)  •  518 Visualizações

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RESENHA DO LIVRO

“MATERIAIS E DESIGN - ARTE E CIÊNCIA DA SELEÇÃO DE MATERIAIS NO DESIGN DE PRODUTO” DE MICHAEL ASHBY E KARA JOHNSON

ASHBY, Michael; JOHNSON, Kara. Materiais e Design: Arte e Ciência da Seleção de Materiais no Design de Produto. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

O livro “Materiais e Design: Arte e Ciência da Seleção de Materiais no Design de Produto” é um guia para o entendimento do papel dos materiais e a produção no design de produto, escrito pelo engenheiro Mike Ashby e pela designer industrial Kara Johnson. No livro, os autores falam sobre os materiais usados no design industrial e também sobre como e porque utilizá-los. “Materiais e Design” aborda temas como função, estética e personalidade, processos, seleções e estudos de caso dos materiais. Alguns capítulos possuem apêndices com exercícios e gráficos de atributos técnicos para referência. Cada um dos temas discutidos contem listas de leitura adicional. O livro possui 346 páginas divididas em dez capítulos, além de dois apêndices ao final dos capítulos - com exercícios e mapas de alguns materiais - e um guia com informações técnicas para referência.

O primeiro capítulo, “Função e personalidade”, expressa como o designer de produto busca mesclar a técnica com estética, e como o consumidor hoje busca por produtos sustentáveis, além da união do prazer com a funcionalidade no produto. Os autores também demonstram as diferenças de termos usados pelos engenheiros e designers de produto e afirmam que é preciso explorar como cada grupo usa os materiais e procurar métodos para unir o pensamento.

No segundo capítulo, “O que influencia o design de produto?”, os autores sugerem cinco forças que podem influenciar as decisões do projeto de design: o mercado, a tecnologia, o clima de investimento, o meio ambiente e o design industrial. O mercado é um grande motivador do design e muitas vezes ele mesmo cria suas necessidades. A tecnologia influencia no design principalmente pela necessidade de sempre desenvolver novos materiais, mas sem esquecer o impacto causado ao meio ambiente, que pode ser evitado com a redução de materiais, uso de renováveis e com o aumento de vida útil destes. O clima econômico define se um produto vai chegar ao mercado através da avaliação de lucro e prejuízo, volume de vendas e facilidade de produção. Já sobre a estética, o livro explica que tanto o projeto técnico quanto o design industrial influenciam um produto de sucesso, que deve ser esteticamente atrativo, de fácil entendimento e inovador.

No capítulo 3, “Design e planejamento”, são apresentadas duas sequências de pensamento: através de etapas para escolha de materiais para desenvolver um produto - que vai desde a assimilação da tarefa até a especificação do produto ideal, sempre considerando suas propriedades - e através do modelo da bolha, onde somente é preciso enfrentar o problema na bolha inicial, sem a necessidade de seguir um caminho linear. No capítulo os autores também evidenciam a necessidade da pesquisa de inspirações em revistas, museus, amostras de materiais, e também do uso de ferramentas de criatividade para estimular as ideias. Entretanto, ao final do capítulo os autores concluem que não é necessário seguir um caminho especifico para se alcançar o bom design.

No capítulo 4, “De que é feito o design... materiais multidimensionais”, o texto explica as cinco dimensões de informações sobre os materiais: Os atributos técnicos de engenharia - onde cada material possui uma classificação baseada nas propriedades físicas da sua matéria e também o perfil técnico que demonstra seu comportamento físico, mecânico, térmico, elétrico e ótico, dados necessários para um projeto técnico; A ergonomia e interfaces - onde é explicada a necessidade de criar um produto que se adapte as capacidades do indivíduo e não de uma média, que possua funções de fácil entendimento, níveis de som não prejudiciais, gerenciamento térmico e de intensidade luminosa; A sustentabilidade - que cria alternativas pensando no esgotamento dos recursos e no impacto sobre o meio ambiente; A estética - relacionados com os cinco sentidos e seus atributos; E as conexões emocionais - onde cada material possui uma personalidade embutida e onde é possível criar um vocabulário para descrever os atributos de um produto que podem ser associados a um estilo. Ao final do capítulo são apresentadas fórmulas para representar algumas características estéticas.

No quinto capítulo, “Outras coisas de que é feito o design... conformação, junção e superfícies”, os autores discutem os atributos técnicos de alguns processos de produção e suas características. Para conformação, a escolha do processo depende dos materiais conformados, da forma e do custo e velocidade. Para o processo de junção é necessário avaliar o modo como será realizada - por adesivo, elemento de fixação ou solda. No processo de superfície as peças recebem um tratamento de superfície para torná-la mais dura, mais resistente a arranhões, para proteção contra corrosão ou desgaste, ou para realce de qualidades visuais ou táteis. Todos esses processos interferem na estética do produto final, permitindo alteração de cor e textura e também pode passar ideia de produto artesanal, de delicadeza, qualidade, sofisticação, etc.

O capítulo 6, “A forma segue o material”, ilustra a influência do material na forma do produto, onde os materiais são conformados em elementos que tem a capacidade de tolerar forças específicas. Os autores dão como exemplo a cadeira, a bicicleta e o abridor de garrafas, que possuem certas restrições mecânicas. O livro aborda a seleção de matérias para criação do objeto pensando na busca de materiais adequados com base na forma e características previamente selecionadas, já que estas restringem o número de materiais possíveis. Alem disso, é preciso identificar o conceito que deve se adaptar às circunstancias na qual o produto será usado, sem esquecer a personalidade do produto. O quinto tópico do capítulo aborda o design extremo, que acaba sendo provocativo e bem-humorado, e demonstra as possibilidades da associação e percepção no design. No tópico seguinte, é explicada a arqueologia do produto, ou “tipologia”, onde objetos com mesmos atributos e formas são agrupados. No design, esse método permite indexar vários produtos por escala, função, intenção, configuração, personalidade, materiais e processos, o que gera um catálogo semelhante ao painel semântico.

O capítulo 7, “Criando uma estrutura para seleção de materiais”, ensina uma maneira de estruturar as informações coletadas até o momento. Primeiramente é necessário fazer uma classificação dos materiais e processos, e os autores oferecem 4 tipos possíveis de classificação: através de fatos verificáveis e universais, por agrupamento de mapeamentos de atributos, pelo conhecimento científico ou por qualidades de associação e percepção. Em seguida deve-se fazer a seleção dos materiais com base nos requisitos do projeto, e o tópico explica alguns métodos para isso: A Seleção por análise, que é dividida em tradução dos requisitos, análise de componente, identificação e triagem do banco de dados de materiais e propriedades; A Seleção por síntese, que depende de experiências anteriores para analisar características em comum com o novo problema; A Seleção por similaridade, que amplia a visão para o desenvolvimento de novas soluções, pois elimina ideias preconcebidas através da substituição de materiais; A Seleção por inspiração em outros designers e produtos; e pela Combinação de métodos, que pode usar o modelo de bolhas para seleção de materiais e processos. Este é um caminho mais difícil, mas, de acordo com o texto, acaba gerando melhores resultados. Ao final do capítulo os autores apresentam um apêndice com um esboço da abordagem analítica para seleção de materiais.

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