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Resumo de Tecnológico e das Ciências Sociais Aplicadas e da Saúde

Por:   •  6/10/2021  •  Resenha  •  8.860 Palavras (36 Páginas)  •  117 Visualizações

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ISECENSA – Institutos Superiores de Ensino do CENSA

Instituto Superior de Educação do CENSA

Instituto Tecnológico e das Ciências Sociais Aplicadas e da Saúde do CENSA

Curso Arquitetura e Urbanismo

Disciplina: Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo no Brasil

Professor: Janine Matos

Período: 6°

Data:

Aluno:

Matrícula:

Resumo para VF – AUP no Brasil

1 - O Modernismo no Brasil

1.1 - O início do Brasil moderno

Os primeiros passos da arquitetura moderna no Brasil coexistem com a própria modernização de todo o país. Com objetivo de compreensão dos fatores que teceram a trama da arquitetura moderna alguns pontos serão apresentados a seguir.

Primeiro, o destaque para o fato que na arquitetura brasileira se caracteriza desde o início por uma arquitetura oficial, ou seja, o que chama a atenção é o fato de que, naquele momento, ao contrário de outras capitais no mundo, há algo raro acontecendo no Brasil e esse algo raro é precisamente um Estado autoritário que, paradoxalmente elege a arquitetura moderna como sua linguagem oficial.

Segundo, o surgimento da idéia de que a arquitetura moderna brasileira, ao contrário de uma leitura, não representa uma ruptura com o passado. Ao menos não representa um rompimento com a verdadeira tradição brasileira, e sim uma negação ao passado imediato; uma negação da tradição acadêmica, do ecletismo, objetivando precisamente o re-engate com uma tradição ou com, nas palavras mais conhecidas de Lúcio Costa, o verdadeiro espírito na arquitetura tradicional brasileira.

O terceiro ponto a destacar é que embora no início a academia não tenha adotado os princípios modernos, os profissionais o adotaram. Em apenas duas décadas do concurso do MEC, que será comentado adiante, já se tenha constituído uma cultura arquitetônica específica e nacional.

Não existe nenhum fato que marque quando iniciou o processo de substituição do academicismo e suas escolas – o art déco e o neocolonial – pelos códigos ortodoxos racionalistas. Trata-se de uma história de avanços e retrocessos.

Porém alguns fatores merecem destaque e iremos apontar a seguir.

Gregori Warchavchik escreveu em São Paulo o manifesto “Sobre a arquitetura moderna”, publicado pelo Correio da Manhã do Rio de Janeiro em 1925. Logo após, projetou em São Paulo, a primeira obra racionalista canônica, a Casa Modernista (1927) (quadro 1 e 2) Gregori Warchavchik (Figura1) era russo e em seus estudos em Roma foi influenciado pelo Futurismo sendo responsável pelas primeiras casas cubistas no Brasil.

A visita de Le Corbusier ao Rio de Janeiro, em 1929, funcionou como um estopim das novas idéias, já difundidas entre os jovens arquitetos por seu livro “Vers. une architetcture” “Por uma arquitetura”.

1.2 - O jovem Lúcio Costa

Ao final de 1930 atendendo ao insistente convite do então chefe do gabinete do Ministério da Educação, Rodrigo Mello Franco, o jovem arquiteto de 28 anos, Lúcio Costa, assume a direção da Escola Nacional de Belas-Artes (Arquitetura, ainda fazia parte da mesma). Costa transformou radicalmente o ensino de arquitetura na tradicional instituição, incluindo modernistas no corpo docente alem do reforço do Warchavchik, que atuava em São Paulo. Porém os professores adeptos do conservadorismo se mobilizaram impedindo o desenvolvimento das mudanças implantadas, após lutas, discórdias, incompreensões, Costa deixa o comando da instituição seis meses após sua posse. Por esse e outros motivos, o neocolonial e os estilos “classicisantes” persistiram na maior parte dos prédios públicos na década de 1930.

1.3 - A construção de um marco

Entre avanços e retrocessos na história arquitetônica brasileira, um edifício em particular marcou a luta pelo novo ideal, o Edifício-Sede do Ministério da Educação e Saúde. Marco até hoje da arquitetura moderna mundial.

Em 1935 foi instituído um concurso nacional de anteprojetos para o Edifício-Sede do Ministério da Educação e Saúde no Rio de Janeiro, no momento capital do Brasil. O projeto vencedor em estilo “Marajoara” do arquiteto Arquimedes Memória, buscava a reincidência romântica das raízes brasileiras. Intelectuais e artistas ligados ao movimento modernista decorrente da Semana de Arte Moderna de 1922, com destaque para Carlos Drumond de Andrade, Manoel Bandeira e Mário de Andrade, foram ao então ministro Gustavo Capanema e convenceram-no do absurdo de vestir o novo prédio dedicado à cultura brasileira com roupagem tão esdrúxula. E indicaram Lúcio Costa, naquela época líder do movimento de arquitetura no país, para a realização de um projeto atualizado com conquistas tecnológicas e culturais da época.

Lúcio Costa aceita o convite e convoca uma equipe de jovens arquitetos modernistas: Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão e Jorge Moreira, e posteriormente Ernani Vasconcelos e Oscar Niemeyer. Após a conclusão do anteprojeto é solicitada ao ministro a consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusiea, para discutir a “inovação” proposta. Os cinco pontos da nova arquitetura preconizados por Le Corbusier são implantados integralmente no edifício e tais princípios passaram a ser canônico, e seu atendimento significava equacionar uma série de condicionantes inéditos para a tecnologia e para a rotina da construção na época, sendo estes:

1 - Pilotis: o volume construído elevado do chão;

2 - Planta livre: a estrutura do edifício permite que o espaço interno seja organizado da forma que se deseje;

3 - Fachada livre: como as paredes externas não sustentavam peso, elas podiam receber, sempre que necessário janelas e outras aberturas;

4 - A Janela Larga: uma grande janela horizontal;

5 - Terraço-jardim: a idéia era recuperar a área coberta da construção e pôr os seus usuários em contato direto com a natureza.

Corbusier aceita o convite e retorna ao Brasil, permanece trabalhando cerca de três semanas, depois de trabalhar com Costa e sua equipe de projetistas, Lê Corbusier parece ter endossado a solução de um edifício de dezesseis andares que se afastava dramaticamente de seus esboços iniciais.

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