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Uma Cidade Não é Uma Árvore

Por:   •  31/1/2019  •  Resenha  •  1.585 Palavras (7 Páginas)  •  318 Visualizações

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Uma Cidade não é uma Árvore

por Christopher Alexander

A análise crítica da cidade feita por Alexander, levantou uma questão da existência de dois tipos de situações em uma cidade dos dias atuais. O primeiro tipo é datado como árvore, o qual seria o artificial, onde elementos se distanciam e se diferem, e o segundo tipo como “semilattice”, um conjunto de organismos que se encontram, se completam, e assim formam conjuntos.

  •  Cidades Naturais e Cidades Artificiais

As cidades que surgiram espontaneamente são chamadas de cidades naturais. As outras cidades, que foram criadas por designers e planejadores são cidades artificiais. Ele comenta que está faltando algo ás cidades artificiais. Quando comparadas com as cidades antigas.

             [...] "Os próprios arquitetos admitem livremente que preferem morar em edifícios antigos a novos. O público em geral, não amante de arte, apesar de ser grato aos arquitetos pelo que fazem, considera o conjunto de cidades e edifícios modernos em todo lugar como inevitável, apesar das tristes parcelas de um fato maior que afirma que o mundo está indo pelo cano." (ALEXANDER, CHRISTOPHER. 1965).

Essas opiniões representam apenas o desejo que as pessoas têm de não se esquecerem do passado, e de serem tradicionais. Lutando para aceitar a cidade moderna. Onde já se é perceptivel a idéia de que o mundo se tornou em um local povoado de pequenas caixas de vidro e de concreto tem alarmado muitos arquitetos, o que para o autor os arquitetos não foram capazes de criar “o novo”. O autor cita a campanha da Architectural Review teve idéia de que uma seqüência espacial de edificações e de espaços abertos deveriam ser controlada se a escala tiver que ser preservada.

Um outro tipo de solução proposta, em protesto contra a monotonia de Levittown é uma tentativa de recapturar as formas encontrada nas casas de uma velha cidade antiga.  E sua terceira solução sugerida é criar grande densidade na cidade.

Ele diz que as críticas de Jane Jacobs, sobre a cidade , te dá a idéia de que ela quer que a grande cidade moderna seja um tipo de mistura de Greenwich Village com uma pequena cidade montanhesca italiana, cheia de pequenas quadras e pessoas sentadas nas ruas.

Enfatizando que os problema que esses designers urbanos tentam encarar é real, onde  não pode pensar em refazer as cidadezinhas inglesas. Onde muitos designers urbanos estão preocupados pelas características plásticas e físicas do passado, ao invés de procurarem pelos princípios abstratos que surgiram nas cidades do passado e que as nossas cidades modernas não conseguem encontrar.

             [...] "Esses designers falham em trazer vida nova sob a aparência da cidade, simplesmente porque eles imitam a aparência da cidade antiga, sua substância concreta: eles falham em desenterrar a sua natureza inerente." (ALEXANDER, CHRISTOPHER. 1965).

  • Árvores e Semilattices

(Fonte:​Uma Cidade não é uma Árvore, Christopher Alexander; 1965)

           [...] "O axioma semilattice é o seguinte: “uma coleção de conjuntos forma um semilattice se, e apenas se, dois conjuntos sobrepostos pertencem à coleção, então o conjunto de elementos comuns a ambos também pertence à coleção.”"

           [...] "O axioma da árvore afirma: ”uma coleção de conjuntos forma uma árvore se, e somente se, para cada dois conjuntos que pertencem à coleção cada um está totalmente contido no outro, ou eles estão totalmente desconectados” (ALEXANDER, CHRISTOPHER. 1965).

Ao comparar ambos modelos, o autor esclarece seu ponto de vista em relação à cidade árvore, sendo ela desconecta, artificial e singular em relação ao seu entorno. Para exemplificar e elucidar seu pensamento, vários diagramas e comparações metafóricas foram criados com o intuito de melhor entendimento do leitor.

O fato é que os semilattices são estruturas muito mais complexas que as árvores. O autor exemplifica.: Uma árvore com 20 elementos pode conter no máximo 19 subconjuntos, enquanto um semilattice baseado nos mesmos 20 elementos pode conter mais que 1.000.000 de diferentes subconjuntos.

Com variação e complexidade um semilattice não pode ter ser comparado como estruturas simples igual a das árvores. A falta dessa complexidade, está arruinando nossos conceitos de cidade.

  • Cidades Artificiais que são Árvores

Nomes de algumas cidades modernas, que usaram o esquema de árvore.

  • Greenbelt, também em Maryland, projetada por Clarence Stein
  • Plano da Grande Londres de 1943, planejado por planejado por Abercrombie e Forshaw
  • Plano de Tókio, proposto por Kenzo Tange
  • Cidade de Mesa, de Paolo Soleri
  • Chandigarh, de Le Corbusier, projetada em 1951
  • Brasília, desenhada por Lúcio Costa.
  • Communitas, de Percival e de Paul Goodman

Christopher reflete que em uma estrutura de árvore, nenhuma peça de unidade está de alguma forma conectada às outras unidades, apenas pela unidade global, usando uma estrutura simples, que dá clareza e ordem. Já o semilattice, em comparação, é uma estrutura complexa, representando uma visão mais fina, forte, de sua estrutura, más não é menos ordenado que o sistema de árvore rígida.

  • Uma cidade viva é, e precisa ser, um semilattice.

Concluindo que cada cidade há milhões, de sistemas em funcionamento e alguns resíduos físicos não aparecem como unidades nesses esquemas em árvore. Porém a realidade da estrutura social atual é cheia de sobreposições. Ex: o bairro da Waterloo Road.

           [...] "Como é possível ser visto, as unidades diferentes não coincidem. E ainda, elas nem são desunidas. Elas se sobrepõem." (ALEXANDER, CHRISTOPHER. 1965).

Comenta também que o conceito favorito dos teóricos do CIAM e de outros é a separação da recreação de todo o restante. Isso se cristalizou em nossas cidades reais na forma dos parquinhos para crianças.

           [...] "Em uma cidade natural é exatamente isso que acontece . As brincadeiras acontecem em milhares de lugares que preencham os interstícios da vida adulta. Enquanto elas brincam, as crianças se tornam cheias de experiências e lugares fantásticos. Como podem as crianças se tornarem “preenchidas” de experiências em um cercadinho?! Elas não podem. "

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